domingo, maio 10, 2020

SOBRE A POPULAÇÃO CIGANA NA REALIDADE DO COVID-19

Poucos acreditarão que a comunidade cigana tenha neste momento o mesmo padrão de cuidados de saúde e higiene que a (generalidade da) população portuguesa adoptou para enfrentar a pandemia de covid-19. Não é uma questão de bons e maus, ou de atentos de um lado e descuidados do outro - eventualmente poderia estudar-se pela estatística e pelas tendências gerais das diferentes populações. 
O caso merece a atenção de políticos responsáveis, sem espalhafatos nem declarações bombásticas ou simplistas - não é, seguramente, ocasião para que o primeiro-ministro se ponha com bocas adolescentes a descair para um patamar entre a converseta de rufia e o retardamento mental sobre «bailes» alegadamente dados por um futebolista cigano, para depois tão ridícula palhaçada ser ecoada pelos «jornalistas» que, ao noticiarem um episódio ocorrido na A.R., se põem a mostrar «trivelas» e golos e merda... tal é o odiozinho dorido - e «secretamente» impotente - de quem quer poder calar a voz de um populista e não consegue, porque já não sabe se deve comentar se não deve, porque se comentar ai que horror que as ideias do inimigo são divulgadas (crime dos crimes...) e, se não comentar, o povo fica convencido de que o inimigo tem o direito de dizer o que pensa sem ser insultado...
Resta saber se também cá se verifica o que sucede no Reino Unido e nos EUA, onde membros de certas minorias étnicas são proporcionalmente mais atingidos pela covid-19 que a população branca - e se cá também se vai imputar essa diferença aos desníveis sócio-económicos sem se falar nos hábitos de cada grupo étnico...