terça-feira, maio 12, 2020

JÁ EM ABRIL HAVIA UMA COMUNIDADE CIGANA QUE RECUSAVA FAZER TESTES DE COVID-19

Já há uma comunidade de ciganos em Moura sob uma cerca sanitária depois de terem sido detectados 32 infectados com o novo coronavírus. Este fim de semana [18-19 de Abril], depois de uma mulher de outro acampamento ter sido diagnosticada com covid-19 após um parto, a Autoridade de Saúde e o presidente da Câmara tentaram testar essa comunidade, mas sem sucesso.
A Autoridade de Saúde de Moura e o presidente da Câmara fizeram-se acompanhar da GNR, mas não conseguiram convencer a comunidade que vive no acampamento a realizar os testes, apesar de quem lá vive ter sido considerado como "de alto risco".
"A decisão de realizar testes a uma população definida e por nós avaliada como de alto risco, para si e para outros, foi única e exclusivamente da Autoridade de Saúde sendo esta soberana no que diz respeito à situação de saúde pública. Não foi, contudo, possível concretizar esta decisão por motivos de todo alheios à nossa intenção", lê-se num comunicado a que a SÁBADO teve acesso, assinado pelo médico de saúde pública Eugeniu Besarab da Autoridade de Saúde do concelho de Moura.
Sem ter conseguido testar quem vive no acampamento, esta entidade diz que vai trabalhar para "reforçar a literacia para a saúde da comunidade, insistindo no reforço das medidas de distanciamento social, etiqueta respiratória e utilização de equipamentos de protecção individual".
Ricardo Mexia, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, diz à SÁBADO nunca ter tido conhecimento de um caso de recusa de realização de testes, mas admite que isso poderá ser legal, uma vez que "qualquer exame complementar precisa de ter consentimento do doente".
Situação diferente acontece quando alguém sabe já que está infectado e não cumpre as regras de isolamento social, caso em que pode incorrer no crime de propagação de doença previsto no Código Penal, que é punido com pena de prisão de um a oito anos.
Contactado pela SÁBADO, o presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo, recusou fazer comentários.
No Bairro do Espanadal, a comunidade que já está sob cerca sanitária, a infecção disseminou-se depois de um homem de 50 anos que estava a fazer hemodiálise ter contraído o novo coronavírus. Mas a maioria dos residentes que testou positivo não apresentava quaisquer sintomas.
Além do homem e de 31 outros residentes no bairro, ficou infectada uma mulher que costumava viajar na mesma ambulância para fazer tratamento no Hospital José Joaquim Fernandes de Beja onde o doente fazia hemodiálise.
Desde dia 10 de Abril, que não é possível entrar nem sair do bairro onde há 17 crianças com covid-19, tendo a Câmara de Moura montado um serviço que assegura a entrega de bens essenciais a quem não pode sair.
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Fonte: https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/acampamento-cigano-recusa-fazer-testes-a-covid-19-em-moura?fbclid=IwAR3_IYVRyh9aTs0EYjlbBRD8xYtVXNvi2auVDS1gSvb7CTJhNFLJ-m4hkNg   (Artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa.)

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Portanto, quem esteja infectado e não cumpra as devidas regras de protecção da saúde da população, pode ser punido, mas se não se souber que está infectado, porque ele recusa fazer o teste, nesse caso já pode andar por aí à vontade... mais uma bananice politicamente correcta para «contornar» o problema de certas minorias que não obedecem à lei...