domingo, junho 16, 2019

O TUGO-TROPICALISMO QUE DIZ QUE NÃO É TUGO-TROPICALISMO AINDA É O DISCURSO OFICIAL DO PAÍS

O presidente da comissão organizadora do 10 de Junho, João Miguel Tavares, afirmou na Martes que não gosta da expressão “política de reparações”, por esta se prestar a inúmeros equívocos, e que o crioulo deve ser usado como instrumento em algumas escolas para que crianças cuja língua materna é exclusivamente o crioulo não sejam prejudicadas nos primeiros anos de escolaridade em Portugal.
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Fonte: https://observador.pt/2019/06/12/joao-miguel-tavares-defende-ensino-do-crioulo-em-escolas-portuguesas/?fbclid=IwAR14A5SKMuyyBI-bm9zKeV9tIJEbS4HXEvFi8rxmQ2ythJSdSyvIwhos36Q

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Como seria de esperar deste quadrante ideológico, embarca na asquerosa falácia da alegada necessidade de ensinar língua de imigrantes do terceiro-mundo na escola pública. E ensinar Russo, ou Ucraniano, no tempo em que cá estavam os imigrantes de leste, alguém se lembrou disso? Não foi preciso, eles aprenderam bem o Português, apesar da distância linguística óbvia entre Eslavos e Latinos ocidentais; em contrapartida, o crioulo é pouco mais que um dialecto do Português, e no entanto parece que está a anos-luz dos Portugueses, muito significativo... 
Não adianta ao orador criticar o luso-tropicalismo se aquilo que defende é nada mais que um luso-tropicalismo ainda mais nocivo, pintalgado com uns pozinhos de esquerdice, que é a parte da culpabilização, ou por outra, da «responsabilidade», diz o fulano, como se isso tornasse a sua verve mais séria ou respeitável. Que fique claro - não, Portugal não tem absolutamente «responsabilidade» alguma para com Cabo Verde. Este tornou-se independente porque quis e não é um país de crianças ou de atrasados mentais, presume-se, pelo que os seus naturais são inteiramente responsáveis pelo seu destino - e, se alguns deles resolvem vir para Portugal, isso em nada obriga os Portugueses para com eles. Meter nessa altura a colherada do «racismo» e da «escravatura» é chantagem moral da mais porca e já não pega, simplesmente porque foram os Portugueses, e outros Europeus, que unilateralmente decidiram acabar com a escravatura em todo o mundo. Já agora, faltaria averiguar quantos milhões de euros de dívida já foram perdoados por Portugal a Cabo Verde, só para ter uma ideia assim mais aproximada da realíssima e asquerosa barracada que é a insistência na «responsabilidade» dos Portugueses para com esta ou qualquer das suas ex-colónias... uma insistência que se condena a si própria pelo simples facto de ocupar um desproporcional espaço num discurso de âmbito oficial sobre o Dia de Portugal. Já basta desse masoquista pendor para um passado felizmente morto e do qual com toda a legitimidade Portugal se divorciou quando deu independência às suas revoltadas colónias. A aventura em África foi um episódio da História deste e doutros países europeus, há que lamentar esta interrupção, senhoras e senhores, a Europa segue dentro de momentos.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A"aventura em África foi um episódio da História deste e doutros países europeus, há que lamentar esta interrupção, senhoras e senhores, a Europa segue"

Era bom que assim fosse mas há muitos europeus e (europeus) que adoram o "chocolate"

21 de junho de 2019 às 20:28:00 WEST  

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