segunda-feira, novembro 12, 2018

O PAPEL DA TURQUIA NA ISLAMIZAÇÃO DO OCIDENTE PELA VIA DEMOGRÁFICA

A Turquia, graças às Nações Unidas, será a partir de agora oficialmente responsável por decidir não só quem será considerado refugiado, mas também para onde o refugiado ou a refugiada será transferido(a). Autoridades do Estado turco têm recorrentemente ameaçado inundar a Europa com refugiados, conforme a mensagem transmitida à Europa pelo Presidente Recep em 2016: "Vocês esgoelaram-se fumegando quando 50 mil refugiados se aglomeraram na fronteira de Kapikule. Vocês começaram a perguntar o que será de vocês se a Turquia abrir a fronteira. Prestem atenção, se vocês continuarem a agir dessa maneira, os portões deste posto de fronteira ficarão abertos. Vocês deveriam saber disso."
Dadas as ameaças turcas, esta nova postura oficial da Turquia deveria ser motivo de preocupação.
O jornal turco pró-governo Daily Sabah publicou recentemente o seguinte: "A agência da ONU para refugiados entregou a gestão dos procedimentos de registo dos refugiados que se encontram na Turquia à autoridade de migração do país. O próprio Departamento de Migração da Turquia supervisionará a partir de agora o registo dos refugiados e determinará o estatuto desses refugiados. Qualquer estrangeiro em busca de protecção internacional na Turquia será obrigado a inscrever-se nos órgãos locais da autoridade de migração da Turquia."
A preocupação existe por três razões principais.
Terrorismo
Em Março, Erdoğan teceu duras críticas ao presidente francês Emmanuel Macron por ele ter-se oferecido a fazer a mediação entre Ancara e os curdos sírios. Advertiu: "Com uma atitude dessas, a França perde o direito de se queixar de qualquer organização terrorista, qualquer terrorista, qualquer ataque terrorista. Quem dorme com terroristas, recebe terroristas com braços abertos nos seus palácios, dar-se-á conta, mais cedo ou mais tarde, do erro que cometeu."
Em Abril, horas depois de um homem arremessar a sua carrinha contra pedestres em Münster, na Alemanha, Erdoğan novamente atacou verbalmente a França, chamando-lhe "fantoche": "... dando apoio ao terrorismo... hospedando terroristas no Palácio do Eliseu ... Vocês estão a ver o que está a acontecer na Alemanha, certo? O mesmo acontecerá em França. O Ocidente não conseguirá libertar-se do terror. O Ocidente irá afundar-se à medida que alimenta esses terroristas".
Não são apenas as ameaças de Erdoğan que deveriam levar a Europa a repensar as suas complacentes políticas de imigração. Nos últimos anos cidades europeias, como Manchester, Paris, Bruxelas, Nice, Copenhaga, Londres, Amsterdão, Barcelona, Toulouse, Trèbes, Saint-Etienne-du-Rouvray, Berlim e Estocolmo, foram sacudidas por ataques jihadistas que resultaram em mortos e feridos. Dado que inúmeros terroristas que participaram nesses ataques foram radicalizados e recrutados por grupos jihadistas, tanto no Médio Oriente como na Europa, a imigração desenfreada de países de maioria muçulmana parece ser arriscada.
Não se trata de mera especulação. Pesquisas de opinião indicam que um grande contingente de muçulmanos mundo afora apoia o terrorismo ou a violência em nome do Islão. Além disso também há relatos segundo os quais o ISIL tem infiltrado agentes na Europa através da Grécia, disfarçando-os de imigrantes no meio das massas. De acordo com o recente Documentário da Deutsche Welle, "Terror no Campo de Refugiados de Moria": "Ao que consta, um grupo de seguidores do ISIL tem vindo a aterrorizar pessoas que se encontram no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos. Sob o pretexto da propriedade religiosa, punem brutalmente quem eles julgam ser criminoso." "Recentemente, mais e mais refugiados de Deir ez-Zor, um dos últimos redutos do Estado Islâmico na Síria, chegaram ao campo. Desde então, ao que tudo indica, o crime no campo assumiu uma nova faceta. Segundo consta, um grupo de sírios está a controlar a maioria das actividades ilegais. Quem não se comportar conforme manda o figurino ou quem estiver prestes a não se comportar conforme manda o figurino, pode colocar as barbas de molho, porque receberá violência física e até ameaças de morte. Os perpetradores citam frequentemente a lei da charia como justificação. Cada vez mais pichagens glorificam o ISIL."
Demografia
Entre os países com maior risco de se tornarem "bombas-relógio demográficas", de acordo com um artigo do Business Insider de Agosto, estão Espanha, Itália, Bulgária, Letónia e Reino Unido. A baixa taxa de natalidade dos europeus é, segundo consta, uma das motivações por parte das autoridades da UE de trazer enormes contingentes de imigrantes muçulmanos, para compensar o encolhimento das populações europeias. Outra motivação está relacionada ao envelhecimento da população. Um artigo de opinião de 2017 publicado na revista Forbes afirma: "Se a Europa Ocidental quiser manter os seus benefícios sociais, os países da UE necessitarão de mais trabalhadores. Nenhum lugar no mundo tem uma população mais envelhecida que não esteja focada em natalidade do que a Europa. Não é de se admirar que os planeadores de políticas estejam a fazer o máximo para incentivar a imigração. A Europa Oriental está velha".
Ideias como estas, no entanto, já foram postas à prova. A Alemanha, por exemplo, para "satisfazer a demanda de mão-de-obra barata na economia em expansão do pós-guerra", acolheu trabalhadores turcos. Segundo o plano original, esses trabalhadores deveriam ser temporários "para evitar que os hóspedes turcos se tornassem imigrantes", a política mudou e os trabalhadores foram autorizados a permanecer por longos períodos de tempo e a trazerem as suas famílias.
No final de 2011, de acordo com a Deutsche Welle, "cerca de 2,5 milhões de pessoas de origem turca viviam na Alemanha, o que significa que eles ou os seus pais nasceram na Turquia, tornando-os assim no maior grupo imigrante do país". "O resultado disto ficou claro em Junho, quando cerca de dois terços da comunidade turca na Alemanha apoiou Erdoğan na eleição presidencial. Ironicamente, trata-se de um apoio a Erdoğan bem maior do que o apoio por ele recebido na própria Turquia.
Três meses antes da eleição, o parlamentar Alparslan Kavaklıoğlu, membro do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), da Turquia e chefe da Comissão de Segurança e Inteligência do parlamento, declarou que a demografia da Europa estava a mudar a favor dos muçulmanos: "O destino e a riqueza do mundo estão-se a mover do Ocidente para o Oriente. A Europa está a passar por um momento fora do comum. A sua população está a diminuir e a envelhecer... Convenhamos, a Europa enfrenta este problema. Todos os recém-chegados são muçulmanos. De Marrocos, Tunísia, Argélia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Irão, Síria e Turquia... Chegou a tal nível que o nome mais popular em Bruxelas, na Bélgica, é Mohammed. O segundo nome mais popular é Melih (Malih) e o terceiro é Ayşe (Aisha)."
Se essa tendência continuar, salientou Kavaklıoğlu: "A população muçulmana ultrapassará a população cristã da Europa, não há como remediar isto. A Europa será muçulmana. Seremos eficientes na Europa muçulmana, com a graça de Alá. Estou certo disso."
Em 2017, o Erdoğan conclamou os turcos que residem na Europa a multiplicarem-se: "Os lugares onde vocês trabalham e moram são agora os vossos lares e os vossos novos países... Tenham cinco filhos, não apenas três. Pois vocês são o futuro da Europa".
A julgar pelos recentes estudos, esse futuro não parece ser tão brilhante para os Europeus como parece ser para os muçulmanos. Segundo o The Sun, "A polícia turca" já está a patrulhar abertamente as "áreas turcas" de Berlim... Carros com a logomarca de uma unidade de elite da polícia turca foram vistos nas ruas de Berlim, mas as autoridades alemãs dizem que não têm condições de detê-los." "Os veículos portam os dizeres Özel Harekat (Operações Especiais) escritas na lateral juntamente com o logotipo da unidade e foram vistos cruzando as regiões da capital alemã com grandes populações turcas."
Cultura
O influxo do número em massa de refugiados e imigrantes das ditaduras islâmicas, particularmente no momento em que a jihad global está em ascensão, tem tido e está a ter um efeito profundo na cultura europeia. Apesar da fantasia ainda abraçada por alguns europeus segundo a qual os imigrantes acabarão por se integrar nas sociedades dos países que os acolheram, o que tem acontecido é justamente o contrário. Aqueles europeus que defendem a imigração em massa, irrestrita, em nome do "multiculturalismo" e da "diversidade", não estão a dar a devida atenção à natureza dos países de maioria muçulmana de onde esses imigrantes vêm. O desrespeito pelos direitos humanos e pela liberdade de expressão, o abuso contra mulheres e gays, assassinatos em nome da honra, anti-semitismo e violência contra os não muçulmanos e muçulmanos "apóstatas" são típicos desses países. Em vez de se livrarem dos grilhões desses países, muitos imigrantes estão simplesmente a levá-los para a Europa. Além disso, em vez de exigir que os imigrantes respeitem os costumes e as leis europeias, grande parte da Europa está simplesmente a capitular diante da nova realidade.
Segundo uma reportagem do The Telegraph: "A lei da charia foi reconhecida por um tribunal britânico pela primeira vez quando um juiz emitiu uma sentença de divórcio histórica... segundo a qual o casamento islâmico de um casal que já está a viver separado, conduzido numa cerimónia chamada nikah, enquadra-se na lei matrimonial britânica apesar de não ser legalmente reconhecido como tal".
Em 2006, o ditador líbio Muammar Gaddafi declarou solenemente que o Islão conquistaria a Europa "sem disparar um tiro". Hoje, apenas 12 anos depois, Erdoğan parece estar a agir segundo o mesmo princípio. Isto torna ainda mais amedrontador o facto de as Nações Unidas terem dado ao governo de Erdoğan a autoridade de revistar os refugiados. A Europa deve ter o devido cuidado e eleger líderes que compreendam o perigo de perder a batalha pelo coração, alma e democracia do velho mundo.
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Uzay Bulut, jornalista da Turquia, Ilustre Colaboradora Sénior do Instituto Gatestone. Está actualmente radicada em Washington DC.
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Fonte: https://pt.gatestoneinstitute.org/13279/turquia-refugiados