domingo, setembro 10, 2017

NOVA


O Nova da Marvel mostra como às vezes uma «imitação» ou o que parece sê-lo sai melhor que a coisa original; melhor ou, pelo menos, mais estilosa. Criado em 1967, foi formalmente apresentado pela Marvel ao público a 10 de Setembro de 1976, numa revista com o seu nome - Nova #1 - coisa rara na época. Um puto quase adulto, Richard Rider, enrascado na sua vida pessoal, recebe o apelo telepático de um soldado extra-terrestre às portas da morte, Rhomann Dey, cuja nave espacial se despenha na Terra. O adolescente passa destarte a ser detentor de uma fulgurante armadura que lhe dá poderes cósmicos e etc.. É em tudo o típico super-herói, pelo que quem gostar do género de personagem «super-herói» também gosta deste boneco. 
Segundo o criador, Marv Wolfman, trata-se de «recapturar a essência do Homem-Aranha mas numa personagem totalmente diferente». A essência a que se refere é eventualmente a do herói perfeitamente anónimo, originário das classes trabalhadoras e tendo uma vida privada entre o banal e o merdoso; pormenor curioso é o nome do seu alter-ego ser também aliterativo, Richard Rider, tal como Peter Parker (Homem-Aranha), e outra antroponímia de b.d. igualmente aliterativa, isto é, com o nome próprio e o apelido igualmente começados pela mesma consoante: Clark Kent (Super-Homem), Bruce Banner (Batman), Raymond Randall (Birdman), etc.; Stan Lee disse em tempos que «era para ficar no ouvido», o que lhe dá um aspecto de pimbalhice pop. 
Se «recaptura» ou não a essência do Homem-Aranha, parece-me cagativo, mas a semelhança com aspecto de cópia a que me referi no início é a que assemelha Nova a uma das principais personagens da grande editora concorrente, a D.C. - essa personagem é Lanterna Verde (1959), que também recebe os poderes de um e.t. prestes a esticar o pernil, e esse e.t. também é um soldado de um corpo de tropas intergalácticas, tal como R. Dey... A diferença é que o da D.C. veste de verde e tem uma mascarilha foleira, daquelas que só na b.d. mais palerma é que podem servir para esconder a identidade seja de quem for, enquanto a fatiota do da Marvel é amarela e azul (por coincidência ou não, amarelo mais azul dá verde) e, em vez de ter um poder tipo pastilha elástica ou plasticina concentrado num anel, usa habilidades mais elegantemente distribuídas e verticalmente convencionais: voar, disparar raios, manobrar energia, etc.. 
Não apareceu no segundo filme de «Guardiões da Galáxia», embora no primeiro houvesse uma referenciazita à personagem, nomeadamente com a presença de Rhomann Dey cujo uniforme militar constitui uma versão mais apagadita do do super-herói da b.d..; pode ser que surja nos ecrãs com o terceiro filme dessa saga, logo se vê.