sexta-feira, outubro 03, 2014

«CULTOS INOMINÁVEIS»


Recomendo moderadamente «Cultos Inomináveis», do norte-americano Robert Erwin Howard, editado pela Saída de Emergência. Trata-se de uma sucessão de contos de terror do mesmo autor que criou algumas das mais carismáticas personagens da literatura popular, tais como Kull da Atlântida, Sonja da Hirkânia, Solomon Kane e, o mais famoso, Conan da Ciméria, para além de Bran Mak Morn, o rei picto que lidera o seu Povo decadente contra o domínio imperial romano, e que numa das curtas sagas presentes na obra em epígrafe se empenha a fundo, literalmente, numa bizarra vingança, tendo pelo meio de enfrentar os rivais celtas e uma abjectamente semi-reptilínea estirpe das profundas. 
As histórias deste volume são a meu ver de valor desigual. As duas últimas, talvez as mais bem trabalhadas, contam com o cenário sinistro e quase feérico da Londres tradicional, muito óbvio mas nem por isso enfadonho, para combinar harmoniosamente o terror místico com a intriga  internacional, tendo por cerne a iminência de uma delirante guerra racial mundial opondo negros, muçulmanos e orientais a brancos europeus. 
Todo o texto se caracteriza no âmbito de um estilo dado aos exageros e apelos fáceis de linguagem, multiplicando-se por exemplo os termos relativos ao terror desmesurado de cada vez que o autor quer fazer crer que a situação é imensamente assustadora e não parece ter tempo, espaço, engenho ou disposição para sugerir o dito terror em vez de o expressar tão explicitamente. É sabido que para comer e pagar as contas Howard precisou de escrever diversos contos para publicações mensais de literatura ficcional de terror e aventuras acessível ao nível popular, deveras kitsch no seu maniqueísmo e bizarrias extremadas, aquilo a que na altura se chamava «pulp». Talvez alguns destes contos de «Cultos Inomináveis», se enquadrem nesse contexto, não sei. Mas nem por isso deixa Howard de ser um dos grandes autores do género de terror sobrenatural, a par do igualmente norte-americano Lovecraft (do qual usa aqui elementos ficcionais) e do galês Arthur Machen, entre outros, havendo paralelamente quem o considere como o Tolkien americano. E nem por isso a leitura deste livro, ou de qualquer outro do autor (que eu conheça, pelo menos) deixa de ser agradável para quem aprecie o seu género e tema - narrativas épicas e sombrias com temas relativos ao sobrenatural arcaizante e de conteúdo mitológico, incluindo por outro lado frequentes referências à etnicidade de indivíduos e povos, nas suas alegadas características físicas e psicológicas, como era moda na época. Neste volume há pelo menos três contos especificamente centrados na questão racial e na sua relevância através das gerações, vinda da mais remota noite dos tempos e perdurando para além dos milénios. Para quem gostar de ver Celtas e Germanos enaltecidos, Romanos mencionados e «Turânicos» demonizados, o livro é imperdível... e mesmo quem seja indiferente, até hostil, a tal tipo de temática, não dará por mal empregue o tempo que dedicar à leitura desta preciosidade sui generis.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"(...) tendo por cerne a iminência de uma delirante guerra racial mundial opondo negros, muçulmanos e orientais a brancos europeus."

Todos contra o Homem Branco. Quando este estiver extinto lá poderão guerrear entre si pelo merda do domínio do mundo.

O mais curioso é que, o Europeu, o Branco, sendo uma minoria no mundo, é tratado como a maioria e as outras raças não têm qualquer pudor em se unir contra ele, numa irmandade de suposto anti-racismo contra um inimigo comum, o demónio branco.

4 de outubro de 2014 às 13:18:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

Anónimo disse...
«O mais curioso é que, o Europeu, o Branco, sendo uma minoria no mundo, é tratado como a maioria e as outras raças não têm qualquer pudor em se unir contra ele, numa irmandade de suposto anti-racismo contra um inimigo comum, o demónio branco.»

A culpa é em grande parte do homem branco, não de todos os homens brancos, evidentemente, mas da elite branca que perpetua a narrativa de que a Civilização Ocidental é intrinsecamente opressora, colonialista, esclavagista, etc.

Enquanto não nos livrarmos do complexo de culpa que nos é imposto, adoptando a atitude de autovalorização que é necessária à nossa sobrevivência, os alógenos continuarão a fazer de nós o seu principal alvo.

É sempre mais fácil bater em quem se põe a jeito... e quem já está de joelhos tem sempre a cabeça mais perto do pé do seu agressor.

5 de outubro de 2014 às 13:13:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Eu não concordo com a generalização de que a culpa é em grande parte do Homem Branco. Como homem branco não sinto que tenha que sentir culpa colectiva por acontecimentos passados quando provavelmente nem tive um único antepassado que foi de caravela para outras terras (supostamente) chacinar outros povos.

Nem as coisas foram bem como as contam nem acho que tenhamos, enquanto povo, a obrigação moral de assumir eternamente a culpa de cabeça baixa por eventos de há séculos atrás.

Mesmo que neste mundo governado por elites anti-Branco não nos possamos, à partida, dar ao luxo de nos sentir discriminados por sermos brancos, não tenho dívida nenhuma para com ninguém por pertencer a este ou aquele povo. Caso contrário, também terei o direito a sentir que se deva generalizar e fazer justiça pelos portugueses inocentes, bebés e tudo, que foram assassinados à catanada em Angola antes da guerra colonial.

6 de outubro de 2014 às 19:43:00 WEST  
Blogger Afonso de Portugal said...

«Eu não concordo com a generalização de que a culpa é em grande parte do Homem Branco.»

Então é de quem, em última instância? Quem é o responsável pela presença dos iminvasoers em solo Ocidental?...

«Como homem branco não sinto que tenha que sentir culpa colectiva por acontecimentos passados quando provavelmente nem tive um único antepassado que foi de caravela para outras terras (supostamente) chacinar outros povos.»

É evidente que nenhum de nós, frequentadores de blogues nacionalistas sente culpa alguma.

Mas a questão é que os povos do Ocidente, o grosso das pessoas das nossas nações, sente, e não é pouca. Tanto sente que, por exemplo, nos Estados Unidos chega a haver manifestações absolutamente ridículas onde os brancos se acorrentam uns aos outros e pedem desculpa pela escravatura.

Outro exemplo, este mais próximo de nós: quantos portugueses nos tentam manipular com a falácia de que temos que acolher os imigrantes (com "i") porque somos um país de emigrantes (com "e")?

No que diz respeito à culpa colectiva, nós, nacionalistas, somos uma escassa minoria. Os povos ocidentais têm sido doutrinados desde a Segunda Guerra Mundial no sentido de se sentirem culpados por todos os males do mundo. O colonialismo, as desigualdades sociais, as ditaduras do terceiro mundo, o racismo, etc.

«Caso contrário, também terei o direito a sentir que se deva generalizar e fazer justiça pelos portugueses inocentes, bebés e tudo, que foram assassinados à catanada em Angola antes da guerra colonial.»

E não sentes? Eu sinto. E se me for concedida um dia a oportunidade de os vingar, podes crer que o farei.

7 de outubro de 2014 às 00:07:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

«Eu não concordo com a generalização de que a culpa é em grande parte do Homem Branco.»

"Então é de quem, em última instância? Quem é o responsável pela presença dos iminvasoers em solo Ocidental?..."

Compreendo o que querem dizer com, em última análise, a culpa da invasão de países brancos é do Homem Branco mas a culpa é duma elite restrita que não representa o Homem Branco; porque é uma parte muito reduzida e porque não representa o seu próprio povo quando o trai ao implementar políticas e seguir ideologias que fomentam a destruição da cultura e etnicidade dos seus próprios países.


«Caso contrário, também terei o direito a sentir que se deva generalizar e fazer justiça pelos portugueses inocentes, bebés e tudo, que foram assassinados à catanada em Angola antes da guerra colonial.»

"E não sentes? Eu sinto. E se me for concedida um dia a oportunidade de os vingar, podes crer que o farei."

Claro que sinto. O que quis dizer é que, em nome da reciprocidade e igualdade de critérios, coisas que essa escumalha de Esquerda não tem, tenho toda a legitimidade a sentir. E que não venham com a ladainha de que os invadimos primeiro; os portugueses que habitaram África antes da guerra colonial foram para lá desenvolvê-la. Já o contrário, imigração africana em Portugal, na maioria dos casos, é o que se vê. Causa-me espécie e nojo que africanos tenham assassinado de maneira atroz pessoas que lhes deram trabalho, organização, desenvolvimento, e incluindo bebés, só porque se fartaram da presença portuguesa na sua terra. Mas o mal é meu, que sei bem como é a maneira dessa gente.
Sendo assim, também eu tenho o direito a fazer o mesmo na minha terra. Por que razão não hei-de fazê-lo? Porque não sou um selvagem, embora às vezes vontade não me faltar, e porque seria crucificado pela maralha lavadinha da cabeça.

"Mas a questão é que os povos do Ocidente, o grosso das pessoas das nossas nações, sente, e não é pouca. Tanto sente que, por exemplo, nos Estados Unidos chega a haver manifestações absolutamente ridículas onde os brancos se acorrentam uns aos outros e pedem desculpa pela escravatura.

Outro exemplo, este mais próximo de nós: quantos portugueses nos tentam manipular com a falácia de que temos que acolher os imigrantes (com "i") porque somos um país de emigrantes (com "e")?"

Quanto a isto só posso dizer que toda esta gente padece de uma grave doença mental incutida que está a destruir a(s) nossa(s) sociedade(s). Está, sem saber, a fazer o trabalho das elites e só nós vemos isso .

7 de outubro de 2014 às 21:39:00 WEST  

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