CDS CONSEGUE DEFENDER A TORTURA DOS ANIMAIS NA TOURADA E NO CIRCO - E BE TEM AUTARCA QUE PROMOVE «TOUROS DE MORTE»
O
CDS-PP introduziu, esta quinta-feira, um artigo ao diploma que
criminaliza os maus-tratos a animais de companhia. A
alteração salvaguarda as suas preocupações de que a lei
pudesse de alguma forma aplicar-se a explorações agropecuárias,
touradas ou circos. Foi este o motivo que levou o partido
presidido por Paulo Portas a travar, a 9 de Julho, a votação
na especialidade, que reunia consensos entre PS e PSD.
De acordo
com um texto de substituição que deu entrada na comissão
parlamentar de Assuntos Constitucionais, é acrescentado um artigo
que estabelece que a criminalização dos maus-tratos “não abrange
os animais utilizados em exploração agrícola, pecuária ou
agro-industrial, assim como os utilizados para fins de espectáculo
comercial ou outros fins legalmente previstos”, noticiou a Lusa.
Nos outros
“fins legalmente previstos” inclui-se sobretudo a investigação
médica, explicou à Lusa fonte da maioria PSD/CDS-PP.
A
criminalização dos maus tratos a animais de companhia já tinha
sido aprovada na especialidade na comissão, na semana passada, numa
votação artigo a artigo na qual a deputada do CDS-PP Teresa Anjinho
tinha votado a favor da criminalização de maus-tratos a animais de
companhia, mas tinha votado contra o artigo de alargamento dos
direitos das associações zoófilas.
Alargamento
dos direitos das associações zoófilas em causa
Este artigo
equipara as associações zoófilas a organizações
não-governamentais ambientais, dando-lhes o direito a
constituírem-se assistentes em processos e dispensadas do pagamento
de custas judiciais.
Fonte do
grupo parlamentar do CDS-PP disse na altura à Lusa que, como aquela
parte do articulado se referia à protecção animal, em geral, e não
apenas aos animais de companhia, tinha dúvidas quanto a uma eventual
futura “apresentação de queixas, designadamente a explorações
agropecuárias, com isenção de custas” por parte das associações
zoófilas.
Os artigos
da criminalização dos maus tratos a animais de companhia foram
aprovados com os votos favoráveis do PSD, PS, CDS-PP e BE e os votos
contra do PCP.
O projecto
de lei estabelece que “quem, sem motivo legítimo, infligir dor,
sofrimento ou quaisquer outros maus tratos físicos a um animal de
companhia é punido com pena de prisão até um ano ou com pena de
multa até 120 dias”.
Em caso de
abandono, está prevista uma “pena de prisão até seis meses de
prisão ou com pena de multa até 120 dias”.
Se dos maus
tratos resultar a morte do animal de companhia, “a privação de
importante órgão ou membro ou a afectação grave e permanente da
sua capacidade de locomoção, o agente é punido com a pena de
prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias”.
A
9 de Julho, o CDS travou a
votação na especialidade do diploma. A deputada Teresa Anjinho
explicou ao Observador que estava em causa um artigo relacionado com
o alargamento dos poderes das uniões zoófilas.
PS e PSD
estavam de acordo quanto às propostas. Para surpresa do PS, o CDS
preferiu que não houvesse votação, para poder introduzir algumas
alterações. “Para nós, o texto estava consensualizado”, disse
ao Observador uma fonte da bancada parlamentar do PS. Para o deputado
do PSD, Cristóvão Norte, este contratempo não deverá atrasar o
processo legislativo. “Como há outro plenário a 25 de Julho, o
diploma será aprovado nesse dia”, disse. Com esperança de que em Setembro já esteja em vigor.
* * *
Fonte: http://observador.pt/2014/07/25/cds-salva-touradas-e-circo-da-lei-que-criminaliza-maus-tratos-animais/
"Mas
que grande tourada." A expressão popular utilizada para
caracterizar uma situação problemática encaixa na perfeição na
última batalha entre CDS e Bloco de Esquerda. Os centristas
organizaram um espectáculo taurino nas Caldas da Rainha, que os
bloquistas prontamente repudiaram em comunicado, chegando o deputado
Heitor Sousa a distribuir folhetos antitourada na cidade.
Indignado
pela afronta à "Grande Corrida do CDS" - que decorreu no
sábado à noite -, o ex-secretário--geral João Almeida pegou o
assunto "pelos cornos" e acusou o Bloco de "hipocrisia"
e "aproveitamento político", uma vez que "a sua única
autarquia, Salvaterra de Magos, é liderada por uma defensora das
touradas e até dos toiros de morte".
Confrontado
com a acusação de João Almeida, que diz que os bloquistas têm
"duas faces", o deputado do Bloco de Esquerda Heitor Sousa
defende-se garantindo que o partido "nunca teve uma posição
dupla nesta matéria. Basta ver o programa eleitoral do Bloco".
Já quanto
à "incoerência" de ter uma autarca que defende as
touradas, o Bloco de Esquerda evoca o direito à pluralidade no
partido. "Tal como nos outros partidos, há pessoas com opiniões
diferentes sobre um mesmo assunto. E, além disso, a presidente da
Câmara de Salvaterra é independente", justifica Heitor Sousa.
João
Almeida lembra, porém, que "basta ir ao site da autarquia para
ver propaganda às festas do Foral dos Toiros e do Fandango, que
decorrem anualmente. Além disso, a autarca já defendeu publicamente
os toiros de morte".
Depois de
saber que Heitor Sousa andou, na manhã da corrida, a distribuir
folhetos no mercado das Caldas da Rainha, João Almeida deixou uma
provocação ao deputado: "A bem da coerência, espero que na
próxima vez que estiver com a presidente da Câmara de Salvaterra, o
deputado do Bloco de Esquerda lhe dê um dos folhetos que andou a
distribuir."
Na
resposta, Heitor diz que não tem "qualquer problema em fazê-
-lo e, certamente, a autarca concordará com muitos dos pontos".
Heitor Sousa reforçou ainda que "nas questões essenciais"
Ana Cristina Ribeiro e a direcção do Bloco de Esquerda estão em
sintonia.
Enquanto o
BE acha "lamentável" que um partido organize uma tourada,
o CDS utiliza a mesma expressão para definir a atitude bloquista
contra a sua tourada.
Regressa
assim o vocabulário tauromáquico entre deputados, depois de há um
ano o hemiciclo se ter transformado numa arena parlamentar com o
gesto que levou à demissão de um ministro.
* * *
Fonte: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1626739&page=-1
Zangam-se as comadres sabem-se as verdades, como sói dizer-se. O BE agarra-se a tudo o que lhe dê poder, tal como qualquer outra força política, mas nem por isso perde o seu estilo pretensamente justiceiro que aqui cai mais uma vez no ridículo tal o descaramento demonstrado.
Quanto ao CDS, já se sabe, o nojo do costume. Nem era o CDS se não metesse nojo. Só uma nauseante mistura de copinhos de leite com interesses burgueses é que podia aproveitar para meter a colherada do favorecimento da tortura dos animais na tourada e no circo. O caso da tourada é particularmente sintomático, porque confirma que, de facto, os animais aí são torturados, ou então não era preciso que se movessem os partidários dessa tradição para defenderem a sua palhaçada sanguinária e cobarde contra uma lei que proíbe maus tratos a animais. Portanto, em Portugal já não se pode agora fazer mal aos animais sem se ser preso, excepto se se fizer esse mal à boa maneira tradicional.
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