PRESIDENTE DA COMISSÃO DOS EPISCOPADOS EUROPEIA - «ATITUDE NACIONALISTA E XENÓFOBA É INACEITÁVEL PARA OS CRISTÃOS»
Agradecimentos ao Vigia do Padralhame, que aqui trouxe mais uma notícia particularmente significativa: http://www.comece.eu/site/fr/presse/communiquesdepresse/newsletter.content/1764.html?SWS=20d79074db497957bbbc0e7b3de341c5
O cardeal presidente da Comissão dos Episcopados da União Europeia (COMECE), Reinhard Marx, comentou assim os resultados das eleições europeias:
Declaração do Presidente da COMECE , o cardeal Reinhard Marx , sobre os resultados das eleições europeias:
Nas eleições europeias , a grande maioria dos cidadãos que participaram da votação deu os seus votos a candidatos pró- europeus. Isto permitirá que o Parlamento possa continuar o seu trabalho para o bem de todos os europeus, com homens e mulheres dedicados e competentes .
Um motivo de preocupação é o aumento relativamente grande de votos em partidos que rejeitam o projecto de integração europeia e que conseguiram até alcançar a maioria dos votos em alguns Estados-Membros, como a França , a Dinamarca e o Reino Unido. Algumas desses partidos não apenas são populistas mas são também nacionalistas e xenófobos, uma atitude que é inaceitável para os cristãos e que ameaça a convivência pacífica dos povos.
(...)
É mais uma confirmação, e mais outra, e outra, e mais outra ainda, e ainda mais outra, e mais outra, e sempre mais outra, e desta vez com todas as letras pela voz de um dos principais representantes da Cristandade na Europa e, porque não dizê-lo, no mundo:
o Cristianismo é incompatível com o Nacionalismo.
Fica claro branco no preto, que é como quem diz preto no branco, para o caso vai dar ao mesmo.
O Cristianismo é universalista, quer derrubar fronteiras.
O Nacionalismo, pelo contrário, baseia-se na salvaguarda das fronteiras viscerais, étnicas, entre os Povos.
O Cristianismo é universalista, quer derrubar fronteiras.
O Nacionalismo, pelo contrário, baseia-se na salvaguarda das fronteiras viscerais, étnicas, entre os Povos.
E não é só agora que esta incompatibilidade se verifica.
Nem tem isso corno a ver com o Concílio Vaticano II, como alguns católicos fundamentalistas e intolerantes armados em nacionalistas gostam de jurar, tentando associar o seu integrismo religioso totalitário com a defesa da identidade nacional.
Bem antes disso já a Igreja Católica Apostólica Romana tinha emitido uma encíclica («Mit Brenender Sorge», «Com Profunda Angústia», 1937) a condenar a prioridade racial e nacional: «"Todo aquele que tome a raça, o povo ou o Estado (...) e os divinize num culto idolátrico, perverte e falsifica a ordem criada e imposta por Deus".
Bem antes disso já o papa Pio XI tinha dito que «espiritualmente, somos todos semitas», em reacção solidária para com os Judeus perseguidos pela Alemanha NS, que se cria ariana.
Bem antes disso já o papa Pio XI tinha elaborado uma nota contra o racismo: http://en.wikipedia.org/wiki/Syllabus_against_racism
Bem antes disso já o mesmo papa Pio XI tinha exigido à Itália fascista que não aderisse à política racista «bárbara» da Alemanha NS: http://en.wikipedia.org/wiki/Pope_Pius_XI#Condemnation_of_racism, declarando nesta ocasião, note-se, mas note-se bem, que o termo «raça» poderia ser útil para distinguir animais, mas não se devia aplicar aos humanos, que é exactamente, cuspido e escarrado, aquilo que a politicagem correcta anti-racista actual grita aos quatro ventos.
Bem antes disso o mesmíssimo papa Pio XI elaborou uma encíclica a condenar o racismo não apenas na Alemanha NS mas também no resto da Europa, nos EUA e no mundo.
Bem antes disso o «nosso» cardeal Cerejeira, anti-maçónico dos quatro costados!!!, ferozmente conservador, sustentáculo do Estado Novo, tinha-se recusado a comparecer em Lisboa numa cerimónia de recepção dos emissários da Juventude Hitleriana, argumentando que a teoria racial Nacional-Socialista era incompatível com o Cristianismo, e aproveitando para dizer que os Nazis desprezariam os Portugueses como Povo inferior, o que é exactamente, mas exactamente, a mesma argumentação da actual hoste anti-racista.
Bem antes disso um certo cardeal tido como «amigo dos Fascistas» italianos tinha criticado a deriva anti-cristã do Nacionalismo na Alemanha NS.
Bem antes disso, no século XIX, mais concretamente em 1872, portanto, bem antes da moda anti-racista actualmente vigente, já a Igreja Ortodoxa Grega tinha condenado formalmente o «racismo» como incompatível com o Cristianismo, e este «racismo» era simplesmente a ideia de que a Igreja Grega era a Igreja dos Gregos (etnia) - a Igreja quis deixar claro que é uma Igreja do território grego e não da etnia grega, garantido que a ideia de religião de Nação nada tem a ver com as concepções cristãs.
Bem antes disso, já a Igreja Católica desobedecia aos reis de Portugal quando celebrava casamentos entre livres e escravos (negros)...
E tudo porque, bem antes disso tudo, há quase dois mil anos, o advento do Cristianismo na Europa romanizada significou o advento de uma internacional do amor fraternal anti-fronteiras, pregando o culto a um Judeu pregado na cruz contra o culto dos Deuses Nacionais de Roma.
Bem antes disso, no século XIX, mais concretamente em 1872, portanto, bem antes da moda anti-racista actualmente vigente, já a Igreja Ortodoxa Grega tinha condenado formalmente o «racismo» como incompatível com o Cristianismo, e este «racismo» era simplesmente a ideia de que a Igreja Grega era a Igreja dos Gregos (etnia) - a Igreja quis deixar claro que é uma Igreja do território grego e não da etnia grega, garantido que a ideia de religião de Nação nada tem a ver com as concepções cristãs.
Bem antes disso, já a Igreja Católica desobedecia aos reis de Portugal quando celebrava casamentos entre livres e escravos (negros)...
E tudo porque, bem antes disso tudo, há quase dois mil anos, o advento do Cristianismo na Europa romanizada significou o advento de uma internacional do amor fraternal anti-fronteiras, pregando o culto a um Judeu pregado na cruz contra o culto dos Deuses Nacionais de Roma.
E isto porque as próprias palavras do próprio Cristo incitavam ao rompimento dos laços de sangue em proveito dos laços doutrinais do amor universal: mandou dar a outra face ao agressor (estrangeiro), mandou odiar a própria família, declarou que vinha para trazer a guerra no seio de cada família. E quando os Judeus o sondavam para ver se ele apoiaria uma revolta popular judaica contra o domínio romano, Cristo demarcou-se disso, dizendo «dai a César o que é de César, o meu reino não é deste mundo». Deve recordar-se ainda o discurso do apóstolo Paulo segundo o qual não haveria nem judeu nem romano na comunidade cristã, ou seja, as diferenças nacionais desapareceriam no seio da Cristandade.
Não surpreende por isso que com a imposição do Cristianismo na Europa medieval se tivesse enfraquecido o princípio de etnia e nacionalidade em prol do poderio dos senhores feudais e da Igreja, nem surpreende que o declínio lento da Cristandade no Ocidente tenha coincidido com o despertar dos Nacionalismos, como bem observou Berdayev, pensador político russo conservador, cristão e anti-nacionalista, comentado aqui: http://gladio.blogspot.pt/2006/01/nacionalismo-e-politesmo-autntica_03.html
A concepção segundo a qual o Cristianismo constitui a religião da Europa é portanto uma armadilha mortal para as identidades europeias, e quem queira atirar para a frente com o exemplo das «cruzadas» e da Reconquista dos bestiais cavaleiros europeus a desfechar porrada de três em pipa em cima da Moirama, mais não faz do que atirar areia aos próprios olhos, ou aos olhos dos outros. A Cristandade começou por condenar o ofício das armas, depois, quando se disseminou e tomou o poder em Roma, deixou de o condenar e passou a aproveitá-lo, e séculos depois levou incontáveis europeus a irem verter o seu sangue europeu no Oriente em nome de uma religião semita, mas isto não era, nunca foi, para «defender o Ocidente» ou coisa que o valha, mas sim para promover a Cristandade. A base das Cruzadas foram as palavras de Agostinho a contemplar o direito a uma «guerra justa» e a citar o Novo Testamento, nomeadamente Lucas XIV 23 («E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha.») para justificar a guerra de conversão ao Cristianismo, conceito também usado por Carlos Magno para massacrar os Saxões pagãos. Em suma, o Cristianismo como que autoriza a guerra para salvar as almas, leia-se, para impor o culto cristão, mas não para defender a raça ou coisa assim.
Os patriotas europeus que se digam «cristãos culturais», como o alucinado homicida Anders Breivik, esses por seu turno incorrem num erro crasso e praticamente tão perigoso como o dos nacionalistas que se queiram crentes de Cristo. Para resumir, porque o texto já vai longo e a maioria dos que o começaram a ler eventualmente já o largaram, isso de «cristão cultural» é uma treta pegada. Não tem qualquer fundamento sólido. Ou se é cristão ou não. E quem é cristão tem de, 1) acreditar que um judeu de nome Jesus, ou Yeshua, morreu pelos pecados da humanidade e ressuscitou, 2) aceitar que tudo o que este Jesus disse é sagrado e tem de ser seguido. Só assim é que se é cristão. Ser-se «cristão cultural» porque se foi educado numa sociedade nominalmente cristã, e porque a família e o país são historicamente cristãos, é, note-se bem, um motivo pagão para se ser cristão. Contradição pura e dura, incomportável sob a doutrina do Cristianismo. A concepção de religião nacional é pagã - a religião do Povo, da Estirpe. A Igreja Católica demarca-se disso, bem como a Igreja Ortodoxa. Só uma mentalidade já muito laicizada e ignorante a respeito da natureza da Cristandade é que pode levar a sério o «cristão cultural». E a contradição tarde ou cedo abate-se sobre o «crente cultural», levando-o a uma crise de consciência, que descamba ou numa descrença total e pessimista ou num surto de remorsos que pode até surgir na pior altura e deitar a perder todo um projecto nacionalista. Num cenário de crescimento nacionalista que crie cisão no seio da população europeia, a intervenção do clero cristão como director de consciência dos Europeus seria decisiva, isto na medida em que o Cristianismo ainda fosse levado a sério por uma maioria de Europeus, ou pelo menos pelos europeus que votam nas forças partidárias nacionalistas.
Assim, é sempre boa, para o Nacionalismo, toda e qualquer notícia que dê conta do declínio do Cristianismo na Europa. Os pensadores nacionalistas, patriotas ou conservadores que queiram apelar ao fortalecimento das «raízes» cristãs, para fazer frente ao Islão ou, na verdade, para «moralizar» a sociedade, mais não fazem com esse procedimento do que tentar convictamente disparar brutal balázio no pé.
Etiquetas: Nacionalismo X Cristianismo
7 Comments:
Nazismo não é o ser 'alto e louro', bla bla bla,... mas sim... a busca de pretextos com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!
[nota: para além dos hitlerianos, existem outros... um exemplo: os 'holocausters' mais massivos da História são precisamente aqueles que buscaram/procuraram pretextos para negar o direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones]
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-> Os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa!
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P.S.
Separatismo-50-50
Belo texto.
E mais um bispo dizendo a mesma coisa, como justificação para o seu apoio a um padre, seu subordinado, que, de forma ilegal, acolhe imigrantes africanos e candidatos a asilo na sua igreja.
Diz o bispo Dominique Lebrun, citando o evangelho:
http://www.la-croix.com/Religion/Actualite/L-eveque-de-Saint-Etienne-soutient-un-pretre-qui-heberge-des-demandeurs-d-asile-2014-05-29-1158100
Dans son communiqué de presse, Mgr Dominique Lebrun s’interroge lui aussi : « Que doit faire un prêtre, un chrétien : laisser des personnes à l’insécurité de la rue ou bien leur ouvrir sa modeste porte ? (…) Notre société dit qu’elle ne peut pas prendre en charge toute la misère du monde. Doit-elle, pour autant, interdire de faire du bien ?”Tu ,aimeras ton prochain comme toi-même… et moi, je vous le dis, aimez vos ennemis’’ : ce sont deux paroles de JÉSUS qui constituent la loi suprême que nous proposons à la société, et que nous voulons essayer de vivre »
O Padre em questão com alguns dos imigrantes ilegais e candidatos a asilo que acolhe:
http://www.leprogres.fr/loire/2014/05/29/il-heberge-des-demandeurs-d-asile-un-cure-au-tribunal
um video do padre com os imigrantes que acolhe
http://www.francetvinfo.fr/societe/justice/video-un-cure-accueillant-des-demandeurs-d-asile-au-tribunal_610747.html
Agora que venham os Titans negar e refutar tudo isto.
Isto que aqui está é irrefutável.
Nazis da Suécia foram autorizados a recrutar estudantes
" ....A Direção Escolar estatal e o chanceler de Justiça decidiram que os neonazistas podem oficialmente recrutar apoiantes em estabelecimentos de ensino. Segundo eles, a lei proíbe a discriminação de qualquer partido que deseja participar na “educação cívica” de estudantes. Mesmo que seja o Partido dos Suecos. Ele se chama de guardião das tradições nazistas e professa o princípio fundamental da “raça nórdica”. Até agora, não permitiam a membros desse partido sequer chegar perto de escolas e ginásios......"
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_06_03/Nazistas-na-Suecia-foram-autorizados-a-recrutar-estudantes-8323/
Gladius. Aqui estão algumas imagens com os rostos dos inimigos da Nações, inimigos da liberdade dos povos e inimigos da Paz, alguns deles também são Portugueses .Esta gente só tem trazido miséria ao mundo.Divulguem estes rostos nos vossos facebook e partilhem.
"...Os portugueses não escaparam às objetivas dos paparazzi na Conferência de Bilderberg de 2014, que se realizou em Copenhaga..."
http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=3951250
Como é bonito o paganismo: http://themagickofalexandria.blogspot.com/2011/09/san-diego-pagan-pride-day-2011.html
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