O QUE É O DIA DE PORTUGAL?
Pareceria mais lógico, do ponto de vista racionalmente historicista, que o Dia de Portugal fosse, por exemplo, o da Batalha de S. Mamede, quando D. Afonso Henriques se declara rei de Portugal, ou talvez o 5 de Outubro, em memória da assinatura o Tratado de Zamora, no ano de 1143.
A celebração da Nação no Dez de Junho, em contrapartida, coloca o cerne da comemoração na data da morte de Luís Vaz de Camões, o maior poeta do País, já há muito consagrado como o grande vate ou bardo da Nação.
Num dos casos, a celebração nacional por excelência centrar-se-ia na origem histórica, política, material; no outro, o actual, identifica-se com o culminar do que de mais poético se concebe em termos nacionais. Não se fala portanto de uma realidade histórica e política que teve início no século XII mas sim num agregado de palavras escolhidas pela sua beleza para dar expressão a uma gente, uma criação da mente que se fixa num éter tendencialmente intemporal, a apontar para a imortalidade, uma imortalidade tão imortal quanto seja imortal a memória humana.
Uma imortalidade que pode ser a perder de vista ou chegar ao fim daqui a cem anos, ou vinte, por acção de algum vírus, magno terramoto ou chuva de calhaus do espaço, ditos meteoros, ou na sequência da por muitos anunciada guerra nuclear, enfim. Ameaças não faltam, nem quem diga que o mundo estaria melhor sem os humanos, como não falta quem estude com algum detalhe essa possibilidade. Toda a memória humana se perderia então - a da sua existência, obviamente, dos seus desejos, dos seus ódios e amores, das suas ambições, dos seus feitos, das suas vulgaridades, das suas banalidades, das suas variedades, das suas bondades, maldades e indiferenças, de todas as suas raças, gentes, nações. De Portugal também. E os animais que passeassem por este extremo ocidente ibérico não saberiam que, vinte, trinta ou mil anos antes tinha aqui vivido um singular agregado de humanos, pertencente a determinada raça e família étnica, temperado e libertado numa guerra de séculos, sobretudo contra gentes do Sul mas também contra irmãos que os não queriam livres; uma grei que mesmo com número reduzido de indivíduos teve a audácia insensata ainda que admirável, no seu tempo, de se lançar à conquista de quanto o mundo lhe permitisse; uma grei que se definia a si mesma como de brandos costumes, e cujos indivíduos não raras vezes concordavam com o que fora dito sobre os seus ancestrais, o de serem um povo que não se governa nem se deixa governar (Júlio César, sobre os Lusitanos); um povo que, como outros, viveu séculos de altos e baixos, rodeado de gigantes mas conseguindo escapar-se-lhes por entre as investidas e manter direita a coluna. Um Povo cujos filhos tantas vezes depreciavam o seu próprio País, mas que se sentiam a peito contra todo e qualquer estrangeiro que tivesse o topete de os criticar, ainda que pelos mesmos motivos que eles se criticavam a si mesmos... e uma das mais suaves dessas críticas incidia sobre a sua tristeza, melancolia, nada longe do seu saudosismo, dando-lhe o aspecto de uma família envelhecida e moribunda que já não fosse do seu tempo de vida, o que aliás até combinava bem com a sua localização no extremo ocidente de um continente, portanto numa finisterra, a do ocaso, onde o Sol passa ao reino dos mortos. Dava portanto a ideia de estar a morrer, ou já falecido de todo, mas vivia. Vivia, por entre queixumes e ocasionais exaltações, aguentava-se. A sua Avenida da Liberdade ia dar a uma prisão, o maior cemitério da sua capital era chamado «dos Prazeres», e o seu Dia Nacional, qual era?, o de uma vitória militar?, não, o da sua independência? não, de nenhuma delas, então?, o da memória de um poeta.
E assim vamos indo, tropa leitora, até ver.
3 Comments:
Nos primeiros quatro meses de 2014, no Cáucaso do Norte da Rússia foram aniquilados mais de 350 extremistas, incluindo organizadores e autores de vários atos terroristas, anunciou, esta quarta-feira, o ministro do Interior, Vladimir Kolokoltsev, convidado a discursar na Duma de Estado no âmbito da “hora governamental”.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_06_11/Mais-de-350-extremistas-foram-neutralizados-no-Caucaso-do-Norte-em-2014-7117/
A Rússia está ajudando a China a resolver o problema da escassez de água potável. Já começaram fornecimentos à China de água engarrafada proveniente do lago mais profundo e mais limpo do mundo – o lago Baikal.
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_06_11/Baikal-dara-de-beber-aos-chineses-4681/
A russia e bem localizada e cheia de
Recursos adms e cia..tem do lado 2 dos maiores mercados do mundo
.sendo os 2 mores da eurasia..falta-lhe poderio no audiovisual para superar ny mas e mais dificil..a cia investiu decadas e golpes de estado
Pros donos da judeia alogena e seus laranjas controlarem as vdfs da vida
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