quarta-feira, junho 04, 2014

NO PAÍS IRMÃO - MAIORIA DO POVO NÃO APOIA A MONARQUIA

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/oposicao-quer-referendo-com-vista-a-terceira-republica-em-espanha-1638405
O anúncio de abdicação do rei don Juan Carlos gerou uma onda de reacção por parte de alguns partidos políticos que pedem um referendo para o republicanismo.
Há também manifestações marcadas para esta segunda-feira em algumas regiões autónomas, principalmente na Catalunha e no País Basco, numa altura em que a popularidade da monarquia nunca esteve tão em baixo, segundo um estudo divulgado pelo El País.
A Izquierda Unida, através do seu candidato nas eleições europeias, Willy Meyer, exigiu um referendo vinculativo para que o povo possa escolher entre o actual modelo de monarquia parlamentar ou a república. Meyer disse à agência Efe que "a democracia do século XXI exige um referendo vinculativo para que as pessoas possam decidir se querem continuar com a monarquia ou se querem a república. "
 O ex-secretário geral do partido Izquierda Unida, Julio Anguita, considera que Felipe é uma " nova imagem de um produto que já está podre " e que é simplesmente" uma manobra para que a oligarquia económica franquista continue a representar o poder."
Este partido já convocou uma manifestação, através da sua conta oficial no Facebook, para as 20h. “ É o momento de recuperar a democracia, de reclamar um referendo com vista à Terceira República!”, escreveu o partido na sua página.
O partido Podemos, criado há três meses e que elegeu cinco eurodeputados nas últimas eleições, já transmitiu a sua opinião através da rede Tiwtter. “ Trata-se de escolher entre o velho e o novo e, numa democracia, as decisões são tomadas em conjunto, não nos escritórios.” O líder do partido, Pablo Iglesias, afirmou ainda que “os espanhóis já são maiores de idade e têm o direito de decidir o seu futuro. Toca a devolver a palavra ao povo!”
O presidente do governo basco, Iñigo Urkullu, considera que a abdicação de Juan Carlos "abre a possibilidade de resolver a questão basca", que desde Constituição de 1978 não sofre qualquer alteração. “É uma oportunidade para actualizar os direitos históricos do povo basco”, concluiu Urkullu.
Segundo o jornal catalão  El Periódico, o partido Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) já insurgiu os catalães para que nesta segunda-feira às 20h se manifestem para reivindicarem a “República catalã”. Em conferência de imprensa na sede do partido, esta segunda-feira, a porta-voz do ERC, Anna Simó, reiterou que este último acontecimento aumentou ainda mais o seu compromisso com o referendo de 9 de Novembro sobre a independência da Catalunha. Também o presidente do governo da Catalunha, Artur Mas, comentou a abdicação do trono e a subida ao trono de Felipe, desejando-lhe “sorte”. O presidente do governo catalão diz contudo que apesar desta alteração "não haverá mudanças no processo político do povo da Catalunha, o referendo vai em frente".
Segundo o Centro de Pesquisas Sociológicas, citado pelo El País, apenas 37% do povo espanhol apoia e acredita nas instituições monárquicas. As recentes polémicas, como o caso Urdangarin - o marido da infanta Cristina, Iñaki Urdangarin, e a própria filha do rei estão a ser investigados por suspeita de desvio de dinheiro público - e a polémica em torno da caçada luxuosa do rei no Botswana foram preponderantes para a impopularidade da monarquia. 

É de louvar esta aproximação popular do Povo irmão à República, sistema de governo formalmente mais democrático, em princípio, que a Monarquia. O povo tem de facto direito a escolher os seus líderes, todos eles, sem excepção, não podendo por isso haver chefes que o sejam à partida. Sou dos que consideram a República como uma instituição tipicamente indo-europeia. Surgiu, de facto, entre gentes de origem indo-europeia. A respeito da Ibéria pré-romana, alguém observou a diferença entre as duas Ibérias étnicas, de acordo com a definição tradicional, ou seja, o norte, o centro e o oeste, constituindo a zona indo-europeia, era governado por assembleias de guerreiros, enquanto a parte mediterrânica, sul e leste da península, teria monarcas, frequentemente sacralizados. E entre os Germanos a monarquia era quase sempre electiva, segundo Tácito («A Germânia»). Em Roma a monarquia acabou relativamente cedo, em 510 a.c., menos de dois séculos depois da sua fundação (data lendária). Na Grécia acabou muito mais cedo ainda, e mesmo a tradicional e conservadora Esparta tinha não um mas sim dois reis, o que por acaso faz lembrar o actual sistema dominante na Europa democrática, em que o poder é mais ou menos partilhado (mais nuns casos que noutros) entre presidente e primeiro-ministro...

Acresce que a queda da monarquia espanhola poderá acelerar a queda do «império» castelhano na Hispânia, ou seja, o fim de Espanha, sua divisão nas diferentes nações que a compõem - primeiro as supra-citadas Catalunha e Euskal Herria (País Basco) e posteriormente, talvez também Astúrias e Galiza. Tal cenário só poderá beneficiar a causa da Justiça, do Nacionalismo e, já agora, da influência portuguesa na Ibéria. 


4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Espanha é o país mais desenvolvido do Sul da Europa. Os países nórdicos, quase todos monarquias, são dos países mais desenvolvidos do mundo.

4 de junho de 2014 às 21:19:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://juliosevero.blogspot.com.br/2014/06/onu-e-igreja-catolica-se-unem-para.html?m=1

Notícia retirada de site cristão mas que. aborda tema relacionado à discriminação de forma geral.

4 de junho de 2014 às 21:37:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Por acaso o mais desenvolvido do sul da Europa deve ser a Itália, não a Espanha. E no norte europeu a Islândia, república, não costumava ficar muito atrás da Noruega. Nem a Alemanha fica muito atrás seja de quem for em termos de poderio económico.

5 de junho de 2014 às 01:06:00 WEST  
Anonymous Harlock said...

Salve... É engraçado um partido comuno-internacionalista como a Izquierda Unida falar em "fedores franquistas", com seu próprio odor putrefato ela já se afeiçoou ao ponto de o ter como de rosas...
Da "democracia do século XXI" os venezuelanos já estão tendo uma bela porção, servida com acompanhamento de brutalidade estatal e violência criminal.
E quanto aos identitários... bom, depois que os socialistas cederam uma tão larga e desimpedida cabeça-de-ponte aos muslimas, será mesmo mui inteligente dividir a Espanha em meia-dúzia de taifas...

8 de junho de 2014 às 10:54:00 WEST  

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