ECONOMISTA RAQUEL VARELA: «SOMOS MAIS PRODUTIVOS MAS A ESCOLHA TEM SIDO AUMENTAR O LUCRO DAS GRANDES EMPRESAS»
Saliento ainda:
«Não percebo porque é que um banco é privado... aliás, na hora dos apertos ele deixa de ser privado, os prejuízos são nacionalizados.»
Como bem disse uma manifestante diante da Assembleia da República, se um banco é demasiado grande para falir, então também é demasiado grande para ser privado...
15 Comments:
«Não percebo porque é que um banco é privado... aliás, na hora dos apertos ele deixa de ser privado, os prejuízos são nacionalizados.»
Num sistema verdadeiramente capitalista não seria assim, porque a competitividade inerente ao puro capitalismo não permitiria que um banco privado fosse subsidiado para não falir - se faliu está falido, não era funcional, não há cá muletas estatais. Por isso é bastante hipócrita e irónico que a Esquerda, que defende ajudas do Estado para toda a gente em dificuldades e que não consegue subsistir por si mesma, apareça a criticar que o Estado ajude bancos em dificuldades e que não conseguem subsistir por si mesmos. Ao usar esse argumento como "prova" de que o capitalismo é mau, a esquerda está na verdade a dar um tiro no próprio pé.
Pois pois, ajudar um grupo de sujeitos que auferem milhões é a mesma coisa que ajudar gente que nem salário mínimo tem, pois claro... só mesmo quem desconheça ou desrespeite as dificuldades das classes baixas ou médias é que pode argumentar assim.
A verdade é que isso de capitalismo e socialismo é tudo uma grande tanga.
O socialismo é capitalista quando e para o que lhe convém.
E o capitalismo é socialista quando lhe interessa.
Quando tem lucros é tudo privado. Quando tem "prejuízos" socializa tudo e fica o contribuinte a pagar.
Ou seja, é win-win. Nunca perde nem há qualquer risco.
Mais uma razão para isso da democracia e das "ideologias" ser uma farsa.
Estar a discutir qual é melhor, se o capitalismo ou a esquerda é risível, pois ambos são farinha do mesmo saco no "circo democrático".
"Pois pois, ajudar um grupo de sujeitos que auferem milhões "
Não é ajudar quem ganha milhões, é ajudar bancos em risco de falência.
Então nacionalizem-nos... porque não os nacionalizam?
Afinal a gestão privada é muito superior, muito superior, mas na hora do aperto a sério é preciso ir buscar dinheiro ao Estado...
"Então nacionalizem-nos... porque não os nacionalizam?"
Melhor seria deixá-los falir, desse modo não seriam um encargo para o Estado. No caso de serem "demasiado grandes para falir", ou seja, se a sua falência tiver como consequência graves e profundos efeitos para a economia, então sim, acho que deveriam ser nacionalizados.
"Afinal a gestão privada é muito superior, muito superior, mas na hora do aperto a sério é preciso ir buscar dinheiro ao Estado..."
Eu também não concordo com isso, eu não defendo o socialismo, muito menos para a banca.
«se a sua falência tiver como consequência graves e profundos efeitos para a economia, então sim, acho que deveriam ser nacionalizados. »
Pois... mas não foram. O que só prova que os plutocratas mandam demasiado nisto, o que dá razão a Raquel Varela.
"O que só prova que os plutocratas mandam demasiado nisto, o que dá razão a Raquel Varela."
Pelo contrário, a crítica às ajudas estatais a entidades em apuros, por quem, por perfilhação ideológica, defende um estado interventivo e auxiliador, só demonstra contradição.
Não, demonstra coerência, porque ela diz que esses bancos deviam ser nacionalizados e aí é que bate o ponto - não devem ser os privados donos dos bancos a receberem o dinheiro do Estado.
Por isso, a crítica ao que ela diz da parte de quem acha que esses bancos deviam ser nacionalizados (se necessários forem à economia), isso sim, é que é contradição.
"não devem ser os privados donos dos bancos a receberem o dinheiro do Estado."
Exacto, Raquel Varela defende um Estado auxiliador mas ao mesmo tempo é contra que o Estado auxilie bancos privados em dificuldades sem que isso implique a sua nacionalização - aqui está a contradição, porque creio que ela não defende que um beneficiário do RSI tenha de perder liberdades para o Estado a troco de continuar a receber o dito RSI.
«Mais uma razão para isso da democracia e das "ideologias" ser uma farsa»
Não é farsa coisa nenhuma. Quanto mais democrático é um país menos estas coisas acontecem ou mais elas são punidas.
«qui está a contradição, porque creio que ela não defende que um beneficiário do RSI tenha de perder liberdades para o Estado a troco de continuar a receber o dito RSI»
Claro que não tem de perder liberdades para o Estado, o Estado é que tem mesmo de garantir as liberdades do cidadão...
E só quem não tenha a mais elementar consciência social é que pode dizer que há aqui alguma espécie de contradição, isso é mesmo não ter noção nenhuma, nenhuma, nenhuma do bem comum e da dignidade do cidadão. Tirar o banco a um privado não é «tirar-lhe as liberdades» - é pôr as coisas no seu devido lugar: ou o banco que andaram a a liderar vai à falência, porque fizeram asneira, ou então, se o banco precisa do dinheiro do povo para se sustentar, então passa a ser do povo, que o povo não tem nada que andar a sustentar os falhanços e riquezas dos privados. O povo foi parasitado por gente rica que até podia nem sequer trabalhar porque há muito que tem dinheiro para viver o resto da vida sem mover uma palha.
"há aqui alguma espécie de contradição"
Pois há. Uma das muitas oriundas da Esquerda.
" Tirar o banco a um privado não é «tirar-lhe as liberdades»"
Pois não, é tirar-lhe a autonomia. Daí a analogia com o beneficiário do RSI que perde liberdades.
"há aqui alguma espécie de contradição"
«Pois há»
Não, não há.
" Tirar o banco a um privado não é «tirar-lhe as liberdades»"
«Pois não, é tirar-lhe a autonomia. Daí a analogia com o beneficiário do RSI»
Má analogia, porque não se trata de lhe tirar nada mas sim de lhe cobrar o que já recebeu, indevidamente. O dinheiro que recebeu pertence ao Estado, não foi nenhuma fortuna ganha na lotaria.
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