quarta-feira, outubro 30, 2013

... TERMINA OUTUBRO, MÊS DE MARTE...

 
 Estatua de guerreiro romano encontrado nas ruínas das termas romanas dos cássios em Lisboa. Reconstituição de J.Espinho segundo a descrição que se conservou e publicado por Augusto Vieira da Silva na sua obra " Epigrafia de Olisipo: (subsídios para a história da Lisboa romana)" em 1944

 
É uma coincidência no mínimo interessante que esta figura marcial não tenha a mão direita, eventualmente por acidente sofrido pela estátua, ao longo dos milénios... a imagem traz à mente que na Lusitânia se oferecia a mão direita dos guerreiros vencidos aos Deuses, talvez aos da Guerra, tal como sucedia na Cítia, outra nação indo-europeia, com laços que a ligam aos Celtas arcaicos. Na Cítia oferecia-se o braço direito dos guerreiros inimigos em sacrifício ao Deus da Guerra.
Ora na Irlanda uma das principais Divindades é Nuadu do/a Braço/Mão de Prata - Nuadu Airgedlamh - porque o dito perdeu um/a braço/mão em combate recebendo em contrapartida um/a braço/mão de prata. E, na Celtibéria, um monumento no qual aparece o teónimo «Neitin» encontram-se imagens de várias mãos direitas. Neitin é eventualmente o mesmo que Neton, Deus da Guerra celtibérico, Cujo nome tem toda a parecença com o de Net ou Neit, Deus da Guerra Irlandês. Em Conímbriga encontrou-se uma inscrição dedicada a um Netus e em Cáceres, que fazia parte da Lusitânia, outra inscrição é dedicada a um Netoni. Neton é um Deus luminoso, segundo o testemunho de Macróbio, que diz que os Accitani veneravam com a maior devoção um «Marte», portanto, um Deus da Guerra, ao Qual chamavam Neton, que parecia ornada de raios, talvez porque brilhasse. Na figura acima a ideia de brilho está presente no tronco, atrás do escudo.