segunda-feira, julho 22, 2013

FUTEBOLISTA NEGRO MUÇULMANO REJEITA USAR INSÍGNIA DO PATROCINADOR DO CLUBE

Numa atitude pouco comum no mercenário meio futebolístico, o atacante Papiss Cissé, do tetracampeão inglês Newcastle, recusou-se a vestir a camisa do clube ostentando o patrocinador.
A financeira Wonga.com injecta 8 milhões de libras (aproximadamente R$ 27 milhões) por ano no clube, mas o senegalês Cissé é adepto do islamismo e não aceita promover uma empresa cuja prática é condenada pela sua religião (a cobrança de juros através de empréstimos).
A crise com o jogador não é de agora, ele já tinha dito no final da última temporada que não envergaria o uniforme com o logotipo do patrocinador e sugeriu ao clube uma camisa exclusiva, sem a marca, ou com uma instituição beneficente no lugar. Propostas rejeitadas, ontem Cissé sequer viajou com a equipa para a pré-temporada.
Embora se possa creditar unicamente à sua religiosidade, o facto é que são poucos os jogadores que se dispõem a denunciar negócios mal explicados, escusos ou, como fez Papiss Cissé, simplesmente contrários aos seus princípios.
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É muito cómoda a alegação de que todos precisam de dinheiro para sobreviver. Não dobrar-se perante os excessos e deslizes de conduta é algo muito diferente, razão pela qual Papiss Cissé precisa de ser aplaudido.

Uma história que tem toda a pinta de mau augúrio - facilmente se imagina um futuro próximo qual, desprovidos de valores verticalizantes e adaptados à masculinidade tradicional, cada vez mais jovens desenraizados, sobretudo os de origem não europeia, comecem a seguir o caminho de figuras carismáticas de credo muçulmano, nomeadamente os heróis da bola, sobretudo quando daí vierem exemplos de tomada de posição, de força, de carácter, ou de algo que se pareça com isso mas seja apenas fanatismo ovino. Não é talvez casual que em França o único ou dos poucos jogadores brancos da selecção «nacional» de futebol, Ribery, se tenha também ele convertido ao Islão, cercado que está de colegas muçulmanos.