segunda-feira, junho 24, 2013

EM FRANÇA - CRISE DE NERVOS NA ELITE REINANTE POR CAUSA DO VOTO DO POVO NOS NACIONALISTAS

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia, que já tinha sido dada neste blogue, mas traduzida doutra língua:
http://expresso.sapo.pt/extrema-direita-poe-franca-a-beira-de-crise-de-nervos=f815805 (artigo originalmente redigido sob o novo aborto ortográfico mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

Um ano depois da eleição de François Hollande, a extrema-direita, de Marine Le Pen, eliminou a esquerda numa legislativa parcelar e pode tornar-se no maior partido de França, nas eleições de 2014. 
A eleição legislativa que decorre hoje (segunda volta) num círculo de Villeneuve-sur-Lot, no sudoeste do hexágono francês, é muito mais do que um pequeno teste local - a votação vai confirmar a forte progressão da Frente Nacional (FN, de Marine Le Pen), que todas as sondagens registam na totalidade do território.  
Bastião tradicional da esquerda, a localidade vota para eleger o sucessor de Jérôme Cahuzac, milionário, ex-ministro socialista do fisco (Orçamento) que tinha contas bancárias secretas em paraísos fiscais para fugir... ao fisco!
Devido a este grave escândalo dos socialistas, que marcou de forma desastrosa o primeiro ano de mandato de François Hollande no Eliseu, a esquerda foi logo eliminada na primeira volta, no domingo passado. 
Hoje, a segunda volta é disputada entre a direita clássica (UMP) e um candidato da FN. A esquerda moderada e a direita apelam a "um voto republicano" para barrar o caminho da Assembleia Nacional a mais um deputado FN. Mas mesmo que não seja eleito (prevê-se resultado cerrado), o jovem candidato "lepenista", Etienne Bousquet-Cassagne, de apenas 23 anos de idade, eliminou o adversário socialista e é, já, o acontecimento desta eleição.
Esta é a segunda eleição legislativa parcelar que se realiza depois da chegada dos socialistas ao poder em Paris, há pouco mais de um ano. Há três meses, na Oise, na região parisiense, a FN conseguiu igualmente disputar taco-a-taco a segunda volta com a UMP, tendo eliminado também, logo na primeira volta, o candidato socialista. Na Oise, a UMP ganhou à FN, na segunda volta, com pouco mais de dois pontos de diferença...
A subida da FN é registada por todas as sondagens e deve-se ao constante aumento do desemprego, que bate recordes em França, à diminuição do poder de compra dos franceses e, claro, aos escândalos político-financeiros que atingem a esquerda e a direita - a UMP está igualmente envolvida em diversos casos atualmente sob investigação judicial.
Projecndo os resultados eleitorais e os estudos das sondagens, diversos analistas consideram que a FN pode tornar-se no primeiro partido de França nas eleições autárquicas e europeias da Pimavera de 2014. Marine Le Pen, filha do truculento fundador da FN, Jean-Marie Le Pen, é claramente mais moderada do que pai e beneficia de uma boa imagem - 40 por cento dos franceses dizem ter uma boa opinião dela!
A chefe da FN, que disse há algumas semanas, ao Expresso, acreditar na vitória do seu partido nas eleições europeias de meados do próximo ano, recolhe votos de desiludidos tanto à direita como à esquerda, designadamente na classe operária e na juventude que, tal como indicam as sondagens, votam maioritariamente por ela! E beneficia igualmente com a crise que atravessa a UMP que, desde a derrota de Nicolas Sarkozy nas últimas presidenciais, vive com convulsões quase permanentes devido a uma descontrolada guerra de chefes pela liderança.  
Com estas perspecivas e depois da eleição de hoje em Villeneuve-sur-Lot, a França pode estar a preparar-se para viver, de novo, uma grande crise de nervos, certamente bem mais grave e fulminante do que aquela que viveu em 2002 quando Jean-Marie Le Pen se qualificou para a segunda volta das presidenciais contra Jacques Chirac!

1 Comments:

Anonymous Sátiro said...

Os portugueses colonizaram muitos povos da Terra, mas, ao contrário dos ingleses ou mesmo dos espanhóis no caso da América Central, não fizeram as suas etnografias. Estou a ser um bocado injusto: Há estudos etnográficos de pouca qualidade, muitos deles datados do século XX. O problema é que os portugueses não zelam pelo seu património cultural: as obras estão esquecidas em arquivos e nas bibliotecas. O Império Monomotapa é um desses casos: Portugal lutou contra esse império, tal como os espanhóis lutaram contra o império asteca...

24 de junho de 2013 às 18:46:00 WEST  

Enviar um comentário

<< Home