TESTEMUNHAS CONTRA CRIMINOSO PERIGOSO ESTÃO APAVORADAS

O Ministério Público disse esta quarta-feira, em Lisboa, que existe matéria suficiente para condenar Alfredo Morais, alegado líder de uma organização criminosa. O medo e pânico das testemunhas foram destacados pelo MP.
"Penas de prisão impõem-se. Penas efectivas e mais severas porque, efectivamente, estamos a falar de crimes graves. Só assim se poderá gerar tranquilidade face ao alarme social". A declaração do procurador, durante as alegações finais, no Tribunal da Boa Hora, visava, em particular, Alfredo Morais, Pedro Gameiro e Paulo Batista, considerados como os líderes de uma organização que, alegadamente, terá imposto serviços de segurança e de prostituição aos proprietários de conhecidos bares de alterne em Lisboa.
Para o MP, Alfredo Morais, ex-agente da PSP, acusado de 18 crimes de lenocínio, sete de extorsão, um de coacção na forma tentada, um de coacção agravada e dois de detenção de arma proibida estaria "acima de todos dentro da organização".
"Alfredo Morais não era só respeitado, era absolutamente temido", sustentou, querendo ainda relacionar com o que chamou de "denominador comum" a todas as testemunhas do processo: "Nunca assisti a tanto receio, medo e pânico entre as testemunhas. Foram dezenas de depoimentos contrariados em sede de julgamento, testemunhas que foram notificadas e não apareceram...".
(...)
(Para ler o resto, clique aqui.)

Pudera - com a por vezes escandalosa, obscena, impunidade que beneficia os piores criminosos, com a população a ver os mais abjectos meliantes a serem soltos ou só suavemente punidos, é óbvio que se cria um clima em que o cidadão urbano comum, desprotegido e tendencialmente isolado, pensará duas vezes antes de comprometer a sua própria segurança ao denunciar um crime de que foi vítima.

E é assim que o politicamente correcto aplicado à Justiça faz com que também aqui o europeu comum seja obrigado a comer e calar na sua própria terra.