RELIGIÃO EM MARI-EL

Na República de Mari-El, situada a meio do Volga, junto à Rússia e tendo por capital a cidade de Yoshkar Ola, vive um povo de raiz fino-úgrica, aparentado com os Finlandeses e talvez com os Húngaros, que preservou até hoje a sua religião étnica, seguida ao longo de gerações, resistindo ao Cristianismo.

Quando Mari-el se tornou parte do Império Russo no século XVI, muitos dos seus habitantes adoptaram o Cristianismo; mas muitos outros permaneceram fiéis à sua antiga fé. Outros ainda misturaram ambos os credos, para criarem a chamada «Marla».

Durante a vigência do Comunismo, esta religião pagã foi violentamente reprimida; todavia, está hoje a regressar. Nas mais remotas aldeias, semeadas no meio das florestas, pouca coisa mudou e a antiga adoração popular nos bosques sagrados continuou a ser praticada, dando seguimento a uma tradição ancestral. Vários dos seus descendentes acabaram por se tornar ateus, ou então religiosos não praticantes, como acontece noutros países europeus.

Entretanto, a Igreja Ortodoxa está igualmente de volta depois da queda do Comunismo - e não gosta mais dos pagãos locais do que gostava antes de 1917. O credo dos Mari luta por isso para conseguir a protecção e o reconhecimento oficial de que as outras religiões disfrutam. Recentemente, alguns dos seus antigos santuários nos bosques foram vandalizados e deitados abaixo. As autoridades por seu turno recusaram-se a ajudar a encontrar os culpados do crime.

No sentido de contar ao mundo o que ali se passa, o Supremo Kart (sacerdote) da religião Mari, Aleksandr Tanygin, tomou a iniciativa de criar um website, que representa pelo menos cem mil crentes. De acordo com este local internáutico, o povo de Mari acredita que a Natureza é a fonte de tudo o que é bom e prestam culto a um vasto panteão de Deuses, sendo especialmente importantes O Grande Deus Branco, o Deus do Fogo e o Deus do Vento. Reverenciam também vários semi-deuses do tipo hercúleo, sendo Chumbulat, que reside numa montanha, o mais popular.

Esta religião parece estar a ganhar adeptos e recebeu recentemente garantias por parte dos políticos de que as necessidades deste credo serão respeitadas. Mas o povo está preocupado pela eventualidade dos interesses económicos poder ameaçar os seus lugares sagrados.

O site adverte que os praticantes não têm o desejo de fazer proselitismo ou de afirmarem serem as suas crenças superiores às das outras religiões - são simplesmente as do seu Povo, nacionais.