domingo, novembro 02, 2008

SOBRE O CONLUIO ENTRE INVASORES E TRAIDORES

Este artigo é mais um testemunho, baseado numa série de factos e citações, da aliança entre a Esquerda europeia e o Islão em solo italiano. É sabido que a Esquerda se alia sempre ao inimigo da Nação por excelência - assim, a Esquerda israelita é favorável ao Islão e aos Palestianianos em particular, tal como a Esquerda hindu simpatiza com o Islão e até com o Cristianismo, enfim, com tudo o que não seja hindu. O facto torna-se particularmente bizarro na esfera do social, pois que a Esquerda, tendência ideológica de aplicação eminentemente sócio-económica, é, no campo social, radicalmente oposta ao Islão, pelo menos no que diz respeito aos direitos das mulheres e das minorias sexuais. Ainda assim, grande parte da Esquerda, aliás, a Esquerda dominante, manifesta uma clara simpatia pelo Islão, não apenas devido ao clássico e até estereotipado anti-americanismo, mas, a um nível mais profundo, porque a Esquerda é, antes de mais nada, o amor ao outro tido como obrigação moral, porque é através desse amor-ao-outro que as fronteiras podem desabar e se pode constituir um mundo unitário, sonho de todos os universalistas (cristãos, muçulmanos, esquerdistas). Os capitalistas-mundialistas também ambicionam construir uma realidade humana deste tipo, mas, diferentemente do que sucede com os universalistas ideológicos (cristãos, muçulmanos, esquerdistas), o objectivo capitalista-mundialista é, em primeiro lugar, de ordem prática, não de carácter moralista. Ora, em nome deste moralismo universalista, a Esquerda dominante está disposta a mandar todas as outras bandeiras (direitos das mulheres, dos homossexuais, das minorias em geral) às urtigas, e é esse o motivo pelo qual raramente se ouvem coros de indignação esquerdista contra os infindáveis atropelos aos direitos humanos que se verificam nos países muçulmanos.

No caso em epígrafe, o de Itália, observa-se por exemplo que em 2005 a Esquerda marxista e maoísta, aliada a uma série de imigrantes árabes (e italianos fascistas também, mas por motivos diferentes) faz uma colecta (a chamada «Campanha dos Dez Euros), não apenas em Itália mas em várias cidades europeias, para enviar dinheiro à «resistência iraquiana»; a rede assim formada, a «Iraq Libero», continuou, dois anos depois, em actividade, dando conferências um pouco por toda a parte, as quais contavam com a participação de líderes da «resistência iraquiana» e, numa delas, o secretário geral da UCOII (União da Comunidade e Organização Islâmica de Itália, sucursal italiana da Irmandade Muçulmana), Hamza Piccardo, discursou perante uma audiência pejada de militantes comunistas para dizer, entre outras coisas, o seguinte:
«os jovens muçulmanos da Europa podem ser companheiros de rua e de luta e vimos isto de um modo notável em França, há dois anos (motim de 2005). Os que pegaram fogo a vinte e seis mil automóveis em poucos dias. Isto é uma força que as comunidades imigrantes têm em si, a sua força demográfica, a sua coragem. Com esta força, com estes jovens, temos de interagir. O anti-imperialismo está neles.»
Estas palavras foram transmitidas pela televisão italiana.

De notar, entretanto, que Piccardo esteve envolvido no passado com uma organização comunista clandestina. Antes da sua conversão ao Islão em 1975, foi militante da Autonomia Operaia, um dos movimentos esquerdistas mais radicais dos anos setenta. Tal como outros conversos da UCOII, Piccardo sonha eventualmente com uma fusão entre comunistas e islâmicos, tendo por cimento de tal colagem o anti-americanismo, o anti-capitalismo e o anti-semitismo.

Outro exemplo deste tipo de aliança é o partido britânico «Respect», nascido duma aliança entre a MAB (Associação de Muçulmanos da Grã-Bretanha), ligada à Irmandade Muçulmana, e vários grupúsculos comunistas liderados por George Galloway.

Ao fim ao cabo, o pacto entre traidores e invasores não é coisa nova na História da Humanidade - o que parece inédito nesta ligação é o facto de, pela primeira vez na existência humana, os traidores poderem assumir-se abertamente como amigos dos invasores, o que só se tornou possível ao fim de dois milénios em que uma doutrina militantemente universalista «cozinhou», em lume brando, as condições mentais e culturais para que a intelectualidade dominante no Ocidente viesse hoje a aceitar, com elativa naturalidade, e não raras vezes acirrada convicção, a ideia de que o «nós» é sempre culpado e que deve por isso ceder, seja no que for, aos avanços e exigências do «outro».

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://bandeiranegra1.wordpress.com/2008/11/02/caro-daniel-2-e-2-nao-saoinfelizmente-4-nem-o-bpn-sendo-laranja-e-so-dias-loureiro/
Abraço,

2 de novembro de 2008 às 20:14:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«os jovens muçulmanos da Europa podem ser companheiros de rua e de luta e vimos isto de um modo notável em França, há dois anos (motim de 2005). Os que pegaram fogo a vinte e seis mil automóveis em poucos dias. Isto é uma força que as comunidades imigrantes têm em si, a sua força demográfica, a sua coragem. Com esta força, com estes jovens, temos de interagir. O anti-imperialismo está neles.»

Se tivessem de pagar os estragos, da próxima vez portavam-se melhor.

3 de novembro de 2008 às 02:31:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Esquerda dominante está disposta a mandar todas as outras bandeiras (direitos das mulheres, dos homossexuais, das minorias em geral) às urtigas,»

E há que mande a esquerda à fava! lol

3 de novembro de 2008 às 02:34:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Esquerda marxista e maoísta, aliada a uma série de imigrantes árabes (e italianos fascistas também, mas por motivos diferentes) faz uma colecta (a chamada «Campanha dos Dez Euros), não apenas em Itália mas em várias cidades europeias, para enviar dinheiro à «resistência iraquiana»;»

Porquê que não deram o dinheiro às pessoas que ficaram com os carros estragados?! lol

3 de novembro de 2008 às 02:36:00 WET  

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