LOCKE FALA A RESPEITO DA TRAIÇÃO CRISTÃ ÀS SOCIEDADES PAGÃS
Uma pequena e insignificante multidão de cristãos chega a um país pagão; falta-lhes tudo: os estranhos pedem aos indígenas, homens pedem aos homens, como é justo, uma ajuda para sobreviver: o necessário é-lhes dado, são-lhes concedidas terras; os dois povos fundem-se num só. A religião cristã lança raízes, espalha-se, ainda não é mais forte; ainda se cultiva a paz, a amizade, a lealdade; e direitos iguais são salvaguardados: por fim, com a passagem do magistrado para o seu lado, os cristãos tornam-se mais fortes; então, os pactos são calcados aos pés, os direitos violados, a fim de expulsar a idolatria, e se todos estes inocentes pagãos, tão respeitadores do direito, não quiserem abandonar os seus ritos antigos e adoptar novos e estranhos, devem ser privados da vida, dos seus bens e terras ancestrais, embora não pequem nem contra os bons costumes, nem contra a lei civil; e por fim, constata-se o que o fanatismo por uma igreja, aliado ao desejo de dominar, aconselha abertamente; e com que facilidade a religião e a salvação das almas servem de pretexto à rapina e à ambição.
In «Carta Sobre a Tolerância», de John Locke, Edições 70, colecção «Textos Filosóficos», página 110.
10 Comments:
Já que falas em traição....ainda o Obama nem sequer tomou posse e já o estão a pressionar a legalizar em massa os imigrantes ilegais, que nos EUA são cerca de 12 milhões, principalmente mexicanos. E claro, a Igreja Catolica está na vanguarda dessas pressões, ou não fossem os Mexicanos maioritariamente catolicos.
http://www.chron.com/disp/story.mpl/life/religion/6117984.html
Ora lá está outra vez a velha e conhecida Igreja, sempre fiel a si mesma e ao Judeu Morto...
Obrigado, cara Sílvia, essa foi forte.
QUANDO É QUE O iSLÃO ASSUME A SUA QUOTA-PARTE DE RESPONSABILIDADE NA HISTÓRIA DA ESCRAVATURA?
Já que falas em traição....ainda o Obama nem sequer tomou posse e já o estão a pressionar a legalizar em massa os imigrantes ilegais
Ó emigra, quando é que deixas de viver na terra dos outros, e voltas para a tua?
Se o Caturo tivesse uma ponta de coerencia, havia de dizer que os Mexicanos tem do direito que é seu de viver nos EUA porque são descendentes de Índios. Os 12 milhões de ilegais contribuem para a economia, os seus antepassados (Índios) viveram lá, e portanto, não é o FIM do mundo se forem legalizados. E traição o que?
És uma vergonha, Sílvia.
Os Mexicanos não são índios, são mestiços, predominantemente brancos. E o território dos EUA não era dos seus antepassados.
Mas John Locke não era, ele próprio, cristão?
Mas alguém podia naquela altura dizer que não era cristão?
Quem vivesse na Holanda, por exemplo. Lá, não só o judaísmo era tolerado, como na mesmíssima época houve um senhor chamado Baruch Espinoza a escrever um Tratado Teológico-Político em que (i) defendia que a Bíblia é uma fonte literária que pode conter erros, (ii) defendia que Jesus não é um filho do Deus Javé mas sim um «extraordinário moralista», e (iii) postulava o panteísmo, através de um seu célebre aforsimo - «Deus sive Natura».
Nada impedia Locke de procurar a histórica liberdade holandesa (que ainda se vai mantendo, a despeito das ameaças muçulmanas) para dizer que não seguia o cristianismo, se pensasse assim.
Mas Locke não estava na Holanda e sim em Inglaterra, e não se muda assim de país só para dar uma opinião religiosa. De resto, continua a haver notória diferença entre dizer-se judeu ou dizer-se doutra religião qualquer, pois que o Cristianismo tem origem no Judaísmo.
De resto, continua a haver notória diferença entre dizer-se judeu ou dizer-se doutra religião qualquer
Creio que não leste o que eu escrevi: (i) defendia que a Bíblia é uma fonte literária que pode conter erros, (ii) defendia que Jesus não é um filho do Deus Javé mas sim um «extraordinário moralista», e (iii) postulava o panteísmo, através de um seu célebre aforsimo - «Deus sive Natura».
Isto não é ser judeu. Os judeus não acham que o Velho Testamento seja uma simples fonte literária, nem são panteístas. O que Espinosa disse choca com tudo aquilo que constitui a espinha dorsal do cristianismo. E disse-o na mesma época em que Locke viveu.
Concordarei contigo que Locke não ia mudarde país só para dar uma opinião religiosa - mas o que afirmavas é que naquela altura ninguém podia dizer que não era cristão. Saliente-se que agora dizes que haveria alguma abertura quando se tratava de judeus - mas por aqui se vê que tal não é verdade.
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