sexta-feira, junho 01, 2007

UMAS DISCRIMINAÇÕES SÃO «MAIS DISCRIMINATÓRIAS» DO QUE OUTRAS...

Vale a pena dar valente vista de olhos ao artigo do camarada BOS de cujo texto a seguir se apresenta um excerto:

(...)
Por muito que se indague, não há alcoolismo sem álcool, não há nacionalismo sem nações, não há colonialismo sem colónias — mas há racismo sem raças.
Assim sendo, a xenofobia tem no mundo livre uma bela carreira por diante. Lavro o postal com o fim de abemolar a sentença dada pelos novos inquisidores aos novíssimos hereges. Eu sei que odiar estrangeiros é feio. Mas não é só feio odiar estrangeiros ou pessoas de outras raças. Odiar as sogras também é feio, assim como odiar os pais, os vizinhos, o patrão, o clero, a ex-mulher. Odiar o próprio Pinto da Costa, apesar de mil e uma atenuantes, não é bonito. Todas as formas de ódio são reprováveis. Pôr a discriminação de raça à frente das outras é já por si uma forma de discriminação igualmente lastimável.
Por isso que, a par da polícia de costumes, é preciso fundar a polícia do amor: o ramo da actividade policial que visa a manutenção do estado de enamoramento entre todas as pessoas, prevenindo o ódio, a xenofobia, o racismo, a violência doméstica, ou o simples mal-estar entre familiares e vizinhos.
Uma polícia do amor, sim: corporação fraternal de abraços, de beijos, de piscadelas de olho, com agentes vestidos de branco ou cor-de-rosa — e florzinhas no cabelo à São Francisco. «Amemo-nos uns aos outros!» E para tal venha daí uma nova era que imponha por portaria de um dia para o outro o que o cristianismo não conseguiu em séculos de doutrinação paciente. Em vez de um padre, um polícia! Estamos no século XXI; não queremos sotainas nem regabofe clerical. Eis a figura republicana e laica da compaixão: um agente fardado de cacetete e metralhadora.
A declaração de ódio ao patrão, por exemplo, implicará rusga imediata ao domicílio do patronófobo com apreensão de boletins sindicais, cassetes da «Internacional», t-shirts do Che e restante material subversivo. Às mulheres que odeiam os maridos, por outro lado, serão apreendidos os garfos, as facas de cozinha — e os proverbiais rolos da massa, instrumentos de paridade democrática com que elas disfarçam a inferioridade física. E como medida de coacção para todos, a prisão preventiva ou domiciliária. Quatro ou cinco milhões nesse estado, contas por baixo, porque os portugueses odeiam sempre alguém. Pelos menos às esquinas falam mal de toda a gente.

(...)

Pois é - a discriminação é prática frequente a propósito de tudo e de nada, mas apenas a que se exerce ao nivel racial recebe punição. E o motivo já se topa de ginjeira: a intenção é, sempre foi, impedir que se possa marcar a diferença de grupo definido pela Ancestralidade, elemento este que constitui o princípio da Identidade constantemente visado pelos arautos do mundialismo fraternalista totalitário, nas suas várias versões, seja ela a cristã, a muçulmana ou a esquerdista.



2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Pois é - a discriminação é prática frequente a propósito de tudo e de nada, mas apenas a que se exerce ao nivel racial recebe punição."

Talvez porque a racial 'e completamente arbitraria e generalista. Nao 'e o mesmo odiar individuos por razoes objectivas ou nao do que odiar grupos por terem olhos azuis ou cabelo louro.

Uma serie de questoes que gostaria de colocar ao moderador do blog (sem nenhuma ma' intencao e sem proposito de ofender):
Qual a sua definicao de ancestralidade?
Em que ponto do passado estabelece a ancestralidade?
Qual a razao objectiva dessa escolha?
Porque ancestralmente se considera celta e nao romano e nao cristao e nao arabe (sempre estiveram 8 seculos na peninsula)?

Mais uma vez, a minha intencao nao 'e ofender. Apesar de nao partilhar as suas opinioes, considero o blog bastante inteligente

1 de junho de 2007 às 17:56:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Talvez porque a racial 'e completamente arbitraria e generalista

Tal como todas as outras.
Aliás – é-o menos. A discriminação racial é puramente natural, visto que consiste em tratar de modo diferente pessoas de raças diferentes, o que, evidentemente, está de acordo com o sentido de estirpe, de pertença familiar, que todo o ser humano normal tem.


Qual a sua definicao de ancestralidade?

Os principais antepassados longínquos que definem a identidade da Estirpe na sua essência.


Em que ponto do passado estabelece a ancestralidade?

Considero que o essencial do povo do ocidente ibérico começa com as primeiras migrações indo-europeias.


Qual a razao objectiva dessa escolha?

Porque é a partir desse facto histórico que começa a poder falar-se, não apenas numa população caucasóide (como nós, que somos caucasóides), mas também de raiz étnica indo-europeia (como nós, que somos indo-europeus).
Uma Identidade define-se, não apenas pela Raça, mas também pela Etnia (raça + cultura tradicional) ou pela família étnica, ou seja, o grupo étnico-linguístico ao qual pertence o idioma nacional.


Porque ancestralmente se considera celta e nao romano

Há aí confusão da sua parte, visto que sempre afirmei, neste blogue, que a população do ocidente ibérico é essencialmente «lusitano-romana», entendendo-se por «lusitano», não apenas o que diz respeito aos Lusitanos propriamente ditos, mas também os povos afins, tais como os Galaicos, os Celtici, os Túrdulos, etc..


e nao cristão

O termo «cristão» não tem qualquer significado étnico. Note-se que, evidentemente, ninguém nasce cristão.
Além do mais, uma vez que o Cristianismo é uma religião eminentemente universalista, e até anti-étnica/anti-nacional, nenhuma Nação pode dizer-se cristã à partida. Falar em nação cristã é, ao fim ao cabo, o mesmo que falar em nação socialista, nação comunista ou nação fascista. Não tem sentido, visto que qualquer dessas designações reporta-se a uma escolha ideológica que é feita individual e pessoalmente, nunca a uma condição ab origine.


e nao arabe (sempre estiveram 8 seculos na peninsula)?

Sim, estiveram, o que torna especialmente significativo o facto de que a população ocidental ibérica só superficialmente foi influenciada pela presença moura: efectivamente, as contribuições árabes para o idioma português ficam-se ao nível do superestrato, isto é, consiste em palavras avulsas; geneticamente, a população portuguesa está mais próxima por exemplo da irlandesa ou da escocesa do que da marroquina.


Agradeço o elogio e dou as boas vindas a quem quiser dialogar civilizadamente.

1 de junho de 2007 às 19:02:00 WEST  

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