EURÍPIDES, VULTO DA CULTURA OCIDENTAL
O autor trágico helénico Eurípides nasceu há 2484 anos, isto é, no dia 23 de Setembro de 480 a.c.. Adepto do culto de Apolo, Eurípides escreveu diversas obras, tendo chegado até aos dias de hoje quase metade das mesmas. Salientam-se, entre outras:
- «Medeia», sobre a vingança ciumenta de uma sacerdotisa,
- «Orestes», a respeito do julgamento de um filho que matara a mãe para vingar o pai, peça especialmente representativa do triunfo de uma mentalidade patriarcal helénica sobre um substracto matriarcal, dado que, nela, Apolo declara que o filho pertence ao pai e a mãe apenas o transporta, enquanto Atena afirma que é toda pelos homens, dado que nasceu sem mãe, já armada, a partir da cabeça de Zeus depois de este engolir Métis, a Deusa da Sabedoria, quando Hefaistos, actuando como parteiro, abriu a cabeça do Senhor do Céu para fazer sair a Deusa – Orestes acabou por ser absolvido, defendido pelos luminosos Deuses Atena e Apolo, enquanto as suas acusadoras, as Erínias, entidades terríveis nocturnas e castigadoras, representantes porventura da tradição pré-helénica eventualmente ginecocrática, Erínias essas que no final da peça se convertem nas Euménides;
- «Heracleidas», fala dos descendentes de Héracles, (ou Hércules para os Latinos), antepassados míticos dos Espartanos...
Eurípides, independentemente de ter ganho poucos prémios de literatura enquanto vivo, foi obstante um dos maiores escritores da Grécia e, por isso mesmo, do Ocidente e introduziu no teatro inovações cruciais, tais como grandes elencos de actores, de cantores e de músicos, realização de peças nocturnas iluminadas por fogos, cenas de grande violência e maquinaria para efeitos de movimentação, o que, como é óbvio, muito influenciou um dos filhos do teatro, que é o actual cinema, esse portal para outro mundo que, embora seja por vezes alienante, pode ser usado quer para fazer pensar, quer racional e por vezes ideologicamente, quer ao nível da imaginação, essencial à vida.
Recomendam-se os sites Vidas Lusófonas, isto para quem quiser ler em Português, e este aqui em Inglês, salientando-se aí esta ligação na qual se podem ler várias peças do autor, em Inglês também.
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