HARRY POTTER EM ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS
Estreia hoje um novo filme da saga do petiz anglo-saxão que estuda magia numa escola para mágicos.
Vi o primeiro na televisão e não achei nada de especial como fantasia; pareceu-me até que caía um bocado num estilo lugar-comum.
Não li nenhum dos livros, dado que tenho outras prioridades; conheço pessoas que leram e que me garantem que as histórias não são tão infantis como possam parecer; ainda assim, tenho mais que fazer.
Achei uma vergonha e quase um insulto para a Pátria que a Câmara Municipal de Lisboa tenha realizado no panteão nacional uma cerimónia de lançamento de um dos seus livros.
Fora isso, não posso dizer que me desagrada o sucesso mundial da personagem, quer em termos literários, quer em termos cinematográficos. E não me desagrada porque retiro um especial prazer da irritação de certas pessoas perante a popularidade e o triunfo de um produto do mundo da fantasia literária - pessoas que julgavam poder dar como morta toda a visão não estritamente materialista e neo-realista da realidade...
Os receios do papa relativamente ao bife mágico também têm graça - Ratzinger declarou há uns tempos que o pequeno feiticeiro copinho-de-leite-com-scones trazia água no bico, mais concretamente, mensagem satânica.
E tem especialmente graça porque os seis livros de Harry Potter estão agora a ser estudados numa universidade inglesa, como produtos da cultura pop contendo em si numerosas referências religiosas.
A ideia foi da professora Jennifer Porter, que encontra semelhanças entre o jovem bruxo e Jesus Cristo - ambos passam os primeiros anos das suas vidas inconscientes do seu destino, mas no fim revelam-se como sendo os eleitos para combater o mal e salvar um mundo em perigo, ao mesmo tempo que escolhem voluntariamente essa missão.
A docente (ou «indocente», como decerto dirão alguns) afirma ainda algo que me parece especialmente digno de reflexão:
«Penso que há a ideia de que a cultura popular e os média ignoram na generalidade a religião ou que a religião já não tem protagonismo na nossa consciência popular. Eu quero que os estudantes percebam que a religião permeia a cultura pop. Está nas letras das músicas que eles ouvem, está nos espectáculos televisivos.
Longe de vivermos numa cultura secular, vivemos numa cultura muito, muito espiritual. Há temas e dimensões religiosas em todos os aspectos da cultura contemporânea.»
Porter garante que a imagética cristã é comum na literatura, desde as «Crónicas de Nárnia» até ao «Senhor dos Anéis» de Tolkien. E os seus alunos vão estudar a presença desse tema noutros produtos culturais de primeiro plano na cultura pop, tais como «Buffy Caçadora de Vampiros», «Os Simpsons» e «Guerra nas Estrelas».
A professora universitária britânica reconhece que o estudo universitário de Harry Potter e afins a respeito da religiosidade pode parece fútil quando o que se esperaria que os estudantes lessem era os Vedas, a Bíblia, mas mantém que é interessante descobrir traços de religiosidade em obras da cultura pop contemporânea.
Isto faz-me lembrar aquela vez em que um amigo meu me disse que a professora da irmã dele recomendava aos alunos que lessem o feminista «Presságio de Fogo», da autora Marion Zimmer Bradley, em vez da imortal «Ilíada» de Homero (foda-se), porque este último era muito machista, mas, de facto, a motivação é absolutamente diferente e até tem, de facto, o seu valor.
Vi o primeiro na televisão e não achei nada de especial como fantasia; pareceu-me até que caía um bocado num estilo lugar-comum.
Não li nenhum dos livros, dado que tenho outras prioridades; conheço pessoas que leram e que me garantem que as histórias não são tão infantis como possam parecer; ainda assim, tenho mais que fazer.
Achei uma vergonha e quase um insulto para a Pátria que a Câmara Municipal de Lisboa tenha realizado no panteão nacional uma cerimónia de lançamento de um dos seus livros.
Fora isso, não posso dizer que me desagrada o sucesso mundial da personagem, quer em termos literários, quer em termos cinematográficos. E não me desagrada porque retiro um especial prazer da irritação de certas pessoas perante a popularidade e o triunfo de um produto do mundo da fantasia literária - pessoas que julgavam poder dar como morta toda a visão não estritamente materialista e neo-realista da realidade...
Os receios do papa relativamente ao bife mágico também têm graça - Ratzinger declarou há uns tempos que o pequeno feiticeiro copinho-de-leite-com-scones trazia água no bico, mais concretamente, mensagem satânica.
E tem especialmente graça porque os seis livros de Harry Potter estão agora a ser estudados numa universidade inglesa, como produtos da cultura pop contendo em si numerosas referências religiosas.
A ideia foi da professora Jennifer Porter, que encontra semelhanças entre o jovem bruxo e Jesus Cristo - ambos passam os primeiros anos das suas vidas inconscientes do seu destino, mas no fim revelam-se como sendo os eleitos para combater o mal e salvar um mundo em perigo, ao mesmo tempo que escolhem voluntariamente essa missão.
A docente (ou «indocente», como decerto dirão alguns) afirma ainda algo que me parece especialmente digno de reflexão:
«Penso que há a ideia de que a cultura popular e os média ignoram na generalidade a religião ou que a religião já não tem protagonismo na nossa consciência popular. Eu quero que os estudantes percebam que a religião permeia a cultura pop. Está nas letras das músicas que eles ouvem, está nos espectáculos televisivos.
Longe de vivermos numa cultura secular, vivemos numa cultura muito, muito espiritual. Há temas e dimensões religiosas em todos os aspectos da cultura contemporânea.»
Porter garante que a imagética cristã é comum na literatura, desde as «Crónicas de Nárnia» até ao «Senhor dos Anéis» de Tolkien. E os seus alunos vão estudar a presença desse tema noutros produtos culturais de primeiro plano na cultura pop, tais como «Buffy Caçadora de Vampiros», «Os Simpsons» e «Guerra nas Estrelas».
A professora universitária britânica reconhece que o estudo universitário de Harry Potter e afins a respeito da religiosidade pode parece fútil quando o que se esperaria que os estudantes lessem era os Vedas, a Bíblia, mas mantém que é interessante descobrir traços de religiosidade em obras da cultura pop contemporânea.
Isto faz-me lembrar aquela vez em que um amigo meu me disse que a professora da irmã dele recomendava aos alunos que lessem o feminista «Presságio de Fogo», da autora Marion Zimmer Bradley, em vez da imortal «Ilíada» de Homero (foda-se), porque este último era muito machista, mas, de facto, a motivação é absolutamente diferente e até tem, de facto, o seu valor.
3 Comments:
o filme novo ta estupido.
tao castelos e tudo a retratar a idade medieval e depois o filho da puta apaixona-se por uma chinesa?
ah fodass
Caro Caturo:
Passa no meu blog e divulga o Movimento 560.
É um movimento que promove a PRODUÇÃO NACIONAL e os PRODUTOS NACIONAIS!
http://allpigsmustdie.blogspot.com
JC tem as costas muito largas, até já o compararam com o Che.
NC
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