sexta-feira, dezembro 31, 2004

SINAIS DOS TEMPOS

Até onde chega a insegurança causada pelas gangues... até ao ponto de pôr em causa as mais elementares regras de segurança rodoviária dos próprios agentes da autoridade...

E a impunidade com que a escumalha das gangues africanas se atreve a atacar os representantes da autoridade do Estado...

Polícias temem coletes

Vítor Mota

Os coletes em causa (na foto), foram redistribuidos pela PSP e GNR após o Euro’2004
O uso obrigatório de coletes verde-fluorescente está a causar polémica em várias esquadras do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP. Na Divisão da Amadora, agentes das Equipas de Intervenção Rápida (EIR), responsáveis pelo patrulhamento em vários bairros degradados daquela zona, ponderam mesmo pedir transferência para outros serviços, dizendo-se fartos de “ser alvos em movimento”.
Os coletes em causa, redistribuidos pela PSP e pela GNR após a conclusão do Euro’2004, tornaram-se de uso obrigatório nas várias divisões do Cometlis após uma norma interna, assinada pelo próprio comandante desta unidade policial.
“No âmbito de um policiamento de proximidade, foi decidido pelo comandante metropolitano de Lisboa da PSP que os coletes, de cor verde-fluorescente, deveriam ser usados preferencialmente à noite, em operações de trânsito ou em policiamento em grandes superfícies comerciais ou de transportes”, explicou ao CM uma fonte policial.
No entanto, “a situação vulnerável a que se remetem os agentes que usam estes coletes durante os patrulhamentos nocturnos”, começou já a causar polémica no seio da Divisão da Amadora.
Um patrulheiro da PSP local referiu ao CM que, entre as cinco EIR da Divisão da Amadora, “reina algum medo”. “Mesmo aqueles agentes que patrulham em automóveis, sentem-se expostos quando têm de intervir junto a zonas como a Cova da Moura, o Bairro 6 de Maio, entre outros. Alguns colegas já ponderam mesmo sair das EIR”, referiu.
Apesar de ainda não terem sido registadas quaisquer agressões a tiro a agentes ostentando os coletes verde-fluorescente, já foram, ao que o nosso jornal apurou, várias as situações de apedrejamentos, tentados ou consumados, a polícias.
Para o presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, António Ramos, esta é uma situação que atesta “a necessidade de utilização dos coletes apenas em operações auto-stop, ou em patrulhamentos de mais que dois agentes”.


Do Correio da Manhã de 28.12.2004.