Ando a dizer há perto de vinte colhões de anos que a Democracia é aliada natural do Nacionalismo. Em Portugal, tenho-o feito praticamente sozinho, falando o mais das vezes para as putas das paredes. Em dez milhões e qualquer coisa de habitantes, existe um só cidadão que sempre disse isto há cerca de duas décadas - eu. O Afonso de Portugal também o diz, justiça lhe seja feita.
Fartei-me de explicar a lógica inerente a este raciocínio. A lógica das coisas não depende de quem as diz. Gostai de mim ou não, tanto faz - se eu digo que um copo de vidro cai no chão e parte-se caso eu o largue de uma altura de dez metros, já sabeis que é isso que vai acontecer, independentemente de eu ter ou não ter razão em todos os outros assuntos do universo. As leis da Natureza não estão sujeitas à reputação ou ao intelecto de quem as descreve ou confirma. As leis do comportamento humano também não, até porque fazem parte da Natureza. A tendência mais forte no seio de qualquer grupo humano é actuar segundo o princípio do
«Nós em primeiro lugar, acima de todos os outros.»
É a pulsão naturalmente tribal, própria de um organismo saudável, crucial para que uma comunidade se salvaguarde. Logo, quanto mais no seio desta comunidade se votar de forma democrática, mais a prioridade dada ao seu próprio sangue se afirmará por cima de todos os outros princípios. Há uma possibilidade de isto não acontecer - não acontece se, no seio desta comunidade, a elite dirigente for moralmente orientada por outro princípio que não o princípio tribal: se esta elite tem os seus próprios interesses, estranhos ao bem-estar do povo, se esta elite está ligada a outras elites, por vezes até por laços de sangue (daí o modo como gente da alta nobreza portuguesa traiu a Nação mais de uma vez, pondo-se ao lado da aristocracia castelhana contra Portugal), ou, claro, se esta elite está dominada por um credo de dogma absoluto que prega o universalismo acima de tudo o resto.
Com a imposição do Cristianismo na Europa, este vírus moral, o universalismo militante anti-nacional, começou a introduzir-se nas veias das elites europeias, um vírus que constitui uma autêntica sida, ou síndroma de imuno-deficiência adquirida. A Europa ficou moralmente seropositiva, digamos, uma vez que passou a ter este vírus em incubação. Veio este vírus originar a sida propriamente dita, que é o anti-racismo das actuais elites europeias. É um vírus que impede o Organismo de se defender a si mesmo diante das ameaças que vêm de fora do Organismo, como a imigração, a enchente de falsos refugiados e a presença islâmica em solo ocidental. O anti-racismo militante chega a sacralizar o Santo Alógeno e a diabolizar o Nós, o «branco», eternamente culpado de tudo e mais alguma coisa. Por este motivo, a cristianização foi a maior e mais mortal tragédia da história da Europa.
A partir daqui, quanto mais se fizer a vontade da elite europeia, mais as fronteiras da Europa se esboroam diante do «sagrado alógeno». Sucede que este veneno moral, o anti-racismo, pouco ou nada penetrou nas classes populares, ainda basicamente saudáveis, relativamente impermeáveis a esta maleita espiritual.
Ora a Democracia consiste em fazer a vontade, não de uma elite, mas sim do povo todo. Não há democracias perfeitas, bem entendido - mas há democracias mais democráticas do que outras, ou seja, democracias em que a vontade popular se exerce mais amplamente do que qualquer outra. Num regime verdadeiramente democrático, ou pelo menos quase perfeitamente democrático, o óbvio é este: ainda que toda a elite vote por abrir as fronteiras, estas não serão abertas porque a maior parte da população é constituída pelas classes baixas e estas são «racistas», por assim dizer.
Subsequentemente, quanto mais se fizer a vontade popular, quanto mais a gente das classes populares tiver peso na definição da Política nacional, mais o princípio do «Nós primeiro» se irá exercer.
Isto não é difícil de perceber. Não é, não pode ser, é inconcebível que seja complicado de entender. Nem sequer se torna necessário um intelecto muito desenvolvido para captar a ideia. Qualquer indivíduo de nível intelectual médio ou, até, médio-baixo, consegue vê-lo - ou consegue, mas é se não estiver emocionalmente envenenado, ou pela ideologia anti-racista dos anti-racistas que dizem ser democráticos, ou pela ideologia conservadora patriótica dita nacionalista e anti-democrática da maralha fascista.
Eu sempre disse que a Ultra-Direita tinha, por tudo isto, grande potencial de crescimento em Portugal.
Portugal é um país europeu como outro qualquer - se noutros países europeus a Ultra-Direita cresce a olhos vistos desde há décadas, não existia razão absolutamente nenhuma para que este crescimento não viesse a acontecer também em Portugal. Gemiam uns quantos ditos nacionalistas que «isso cá não resulta, não temos um povo desenvolvido como os lá de cima...» Do lado oposto, os «analistas» que botavam faladura na televisão peroravam que «cá é difícil a Extrema-Direita afirmar-se, o Estado Novo ainda é muito recente...», ou «Somos um povo anti-racista, cá os racismos não pegam», isto apesar de um estudo europeu ter revelado, há década e meia, que os Portugueses eram dos Povos mais «racistas» da Europa, mas depois «estudos» mais recentes já anunciavam que «dantes, os Portugueses eram contra a imigração, agora já são um dos Povos europeus mais receptivos à imigração!!!», pois pois, é o velho truque moral de persuasão dos mais ingénuos e moralmente desarmados no seio do «povinho»: «Ó cidadão, olha que tu não sejas racista, porque o teu povo é contra o racismo e a favor da imigração!»...
A ideia de que os Portugueses são anti-racistas, e de que «a grande vocação de Portugal é o sul global», constitui pura construção ideológica das elites, tanto as da beatagem cristãmente expansionista e imperialista como as da Esquerda anti-racista. O Povo Português propriamente dito nunca alinhou nisso. Os soldados que iam daqui para as colónias combater, sabiam que iam para a «terra dos pretos». Há pouco tempo, um sociólogo qualquer surpreendeu-se pelo facto de que, tirando os retornados, não houve trauma na população portuguesa devido à perda do império... pudera, o Povo sempre soube que nada daquilo em África fazia parte do Nós...
De entre todos os «analistas» da Política, o que falou menos mal foi um escriba qualquer que teve a ideia de dizer «Em Portugal ainda não há Extrema-Direita porque ainda não calhou». Pois. Gentinha desta índole ignora por completo o que é um partido não ter dinheiro nem possibilidade de furar o bloqueio me(r)diático, que é o que tem acontecido ao PNR/Ergue-te desde que foi fundado até hoje.
Alguém quer então ver a Ultra-Direita a desaparecer? Melhorem-se os salários, melhorem-se as pensões, melhore-se o funcionamento da saúde, da habitação e da educação, nessa altura ver-se-á que a Ultra-Direita... continuará a crescer...
Se, há vinte anos, vinte?, se há dez anos me tivessem dito que, em 2024, Portugal iria ter Ultra-Direita na Assembleia da República, eu acharia isso bom demais para ser verdade; se me dissessem que a Ultra-Direita iria então ter, em 2024, dez deputados, eu acharia que isto estaria francamente para além da imaginação optimista. Se, em vez disso, me dissessem que a Ultra-Direita iria mas é ter vinte deputados em 2024, aí eu começaria a suspeitar de que estariam a brincar. Se me dissessem então, «Vinte?, quais vinte, vai mas é ter quarenta!», e logo outro alguém acrescentasse «Quarenta? Mais de quarenta, quarenta e oito!», eu aí teria então a certeza de que me estariam a gozar o focinho. «Ide gozar c'os tomates do vosso pai», poderia eu responder. Ora afinal aconteceu. Ultrapassou todas as minhas expectativas. Quando, há uns anos valentes, o partido SD sueco alcançou perto de vinte lugares no Riksdag ou parlamento da Suécia, eu achei fabuloso - mas isto, quarenta e oito em Portugal, isto é fora de série.
Diziam-me, há não muito tempo, que o PNR só lá para daqui a cem anos é que teria um deputado na assembleia da república. Aqui está a resposta, não pelo PNR mas por outro partido que sacou a maior parte do que de ideologicamente melhor tem o PNR/Ergue-te. Um em cada dez portugueses votou na Ultra-Direita. Um em cada seis eleitores votou na Ultra-Direita. O povo é o povo, é o povo, é o povo e é o povo. O resto são elitismos de merda e Marias Antonietas escandalizadas porque o caraças do povinho cada vez obedece menos aos que lhe dizem que não pode ser racista...
Faço então votos para que o Deus das Fronteiras continue a apoiar o despertar do Povo de modo a que as eleições permitam cada vez mais a salvaguarda da Nação...