ALEMANHA - IGREJAS CRISTÃS PEDIRAM MAIS IMIGRAÇÃO
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Fonte: https://rmx.news/germany/germanys-top-church-officials-want-more-migrants-easier-pathway-to-citizenship/
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O bispo Bode não inventou nada. Por mais nojenta que seja a sua verve, que nenhum cristão da hoste nacionalista tenha a singeleza, ou esperteza saloia, de fazer dele um Bode expiatório do que está mal na Cristandade, porque ele não é nenhuma excepção e sim o mais típico representante da dita. Quando ele, juntamente com outro clérigo do Judeu Morto, declara o direito de dar guarida a alógenos contra a lei, fazendo uso do referido «asilo eclesiástico», não está a inventar mesmo nada, isto é Cristianismo puro e duro, e não tem um real carvalho a ver com o concílio Vaticano II como rapidamente comentariam os nacionalistas que se dizem cristãos e os cristãos que se dizem nacionalistas. Com efeito, e no mesmo espírito, sucedeu que, quando na Itália fascista o Estado decretou a proibição de casamentos entre italianos e não arianos, a Igreja declarou que não obedeceria a tal proibição porque o seu reino não é deste mundo...
O judeu de França Eric Zemmour começa por falar bem ao rotular o papa como aquilo que ele é, depois vai de tentar fazer crer que os papas anteriores é que eram bons, estabelece esta comparação para desvalorizar Francisco, por contraste, um argumento gizado eventualmente para namorar os cristãos conservadores, ou para não os alienar ou deixar sem chão, e compreende-se que o faça, só que aquilo que Zemmour diz não é verdade. Os papas anteriores eram também favoráveis à imigração, embora falassem menos nisso do que o argentino. Recordo-me de como um desses dois europeus de nascença, o alemão, criticou o governo francês numa ocasião em que este tentou travar a entrada de imigrantes «romenos», aliás, ciganos da Roménia.
É pois bem verdade que a Igreja pugna pela iminvasão desde há muito, mais ainda do que tudo e todos na UE, mas não se ouvem os direitolas conservadores a bradar contra a Igreja, contra nenhuma igreja, como gritam contra a UE...
Entretanto, e independentemente disso, verifica-se, coincidentemente ou não, o que Berdyaev já observava há cem anos: à medida que o Nacionalismo cresce, o Cristianismo perde terreno, pois que, de facto, desce a presença de europeus na Igreja e cresce o voto de europeus no Nacionalismo. Afigura-se como um sinal de saúde do Organismo Europa, ainda que os dois fenómenos possam não estar directamente relacionados, embora se calhar até estejam, dado que, pelo menos na Alemanha, já se verificou que o voto nacionalista é maior em áreas com menos frequência das igrejas cristãs.
Pode ser que a Europa ainda se safe.
Etiquetas: Nacionalismo X Cristianismo
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