EUA - ATENTADO CONTRA TRUMP, OU O ÓDIO DOS «BONS»...

O discurso me(r)diático continua tão previsível como o cagar, para não variar demasiado, apesar de os seus proponentes se armarem constantemente em apologistas da «diversidade». Quando há brancos racistas a bater em negros ou noutros não europeus, ou a cometer actos de violência contra esquerdistas (quando?), isso é «responsabilidade» do discurso político da Extrema-Direita... então e agora, de quem será a responsabilidade moral deste atentado depois de toda a Esquerda & rastejante Direitinha adjacente terem diariamente andado a fazer incitação ao ódio a Trump desde 2016?

Ouvi há pouco uma voz «jornalista» ou analista ou coisa parecida a dizer que Trump foi vítima do próprio clima de agressividade que ajudou a criar... Claro: quando os fachos atacam, a culpa é da violência fascista; quando os fachos são atacados, a culpa é da violência fascista à me'ma e já 'tá, méne, não há que enganar, isto assim acerta sempre, é fácil, é barato e dá milhões...

Ora Trump não criou violência alguma. Limitou-se a dizer, pouco antes de ser eleito em 2016, que iria construir um muro com o México para não deixar entrar imigração à tripa-forra. Sucede simplesmente que, para a elite, isto em si já é ódio, porque, a seu «ver», o seu «ver» universalista, humanista, globalista, anti-racista, moralmente descendente do Cristianismo, o que é normal e bom é tratar toda a gente por igual, porque o mundo deve ser igual para todos e as fronteiras devem, a seu tempo, desaparecer; a partir daí, só por maldade se pode explicar que alguém discrime outrém, e essa maldade é o «ódio» - desta maneira, discriminação é ódio, e, note-se, ódio é discriminação (logo, e a dada altura, odiar sem discriminar não é odiar a sério...); assim, discriminar é pecar e o racismo é o pecado capital, sem perdão. A declaração e promessa anti-imigração de Trump foi por isto mesmo um momento decisivo da história do próprio Trump, isto aos olhos dos clérigos e beatos da Santa Madre Igreja do Anti-Racismo e do Multiculturalismo dos Últimos Dias do Ocidente. Como bem dizia Mircea Eliade, historiador de religiões, o Cristianismo e outros credos revelados sacralizam determinados momentos da história, precisamente os da revelação propriamente dita, considerando-os como charneiras, episódios qualitativamente diferenciadores do tempo e da própria existência; a partir do nascimento de JC, a história como que muda ontologicamente; com a pregação de Maomé, o mundo é outro - ora, do mesmo modo, quando Trump disse que ia bloquear a iminvasão, a sua alma «caiu no inferno» para todo o sempre, por assim dizer... a partir daí, vale tudo: todos os insultos, todas as calúnias, incluindo uma campanha de quatro anos para provar que Trump estava em conluio com Putin e afinal nicles, o processo chegou ao fim sem prova alguma e os «jornalistas» que andaram anos a dar voz a essa acusação meteram a sua sonsa viola no saco e nem piaram mais, tampouco pediram desculpas ou se retrataram, e depois quem faz as «fake news» são «os outros», a Extrema-Direita e assim... 

O voto contra Trump é o voto do ódio. No essencial, Biden poderia ser substituído na sua candidatura por um agrafo ou por uma pedra que o resultado seria basicamente o mesmo - o seu eleitorado está incomparavelmente mais contra o «homem mau de cabelo laranja» do que contra ele, o magro «cheio de decência», insistem os «jornalistas» propagandistas, vai daí aos pois o facto de Biden ter dito que Trump devia estar no «bull's eye» (alvo de tiro) não teve mal nenhum nem foi nenhuma incitação ao ódio, porque só se chama «ódio» quando é ódio sentido pelos maus... Aqueles que mais grunhem e guincham quotidianamente contra o «discurso do ódio!!!!», e que até contra ele legislam - para sufocar a liberdade de expressão de ideias opostas às suas, bem entendido.. - são precisamente aqueles que mais ódio produzem à escala das centenas de milhões. Esmagar politicamente esta espécie de «gente» é um imperativo não apenas da sobrevivência ocidental mas também da ética.