terça-feira, novembro 24, 2020

BRUMÁLIA...

«A Juventude de Baco», 1884, por William-Adolphe Bouguereau

Dia 24 de Novembro é no calendário latino a celebração da Brumália, cujo nome significará «solstício de Inverno» ou «Frio de Inverno». Como festa de Inverno e da escuridão, era tempo de paz e inactividade, portanto, de folguedos - convívio e festas. Trata-se pois de uma celebração de carácter nocturno. Os agricultores sacrificavam um porco a Ceres e a Saturno. Os proprietários de vinhas sacrificavam um bode a Baco, porque o bode era um «inimigo» das vinhas. Os magistrados levavam oferendas de vinho, mel, azeite, sementes) aos sacerdotes de Ceres. Nesta época, os Romanos cumprimentavam-se mutuamente com um «Vives annos», significando «Vive muitos anos». 
Na era bizantina, começava agora uma época de celebrações até à Saturnália (17 de Dezembro), com festas nocturnas e bebida. Tiravam-se prognósticos para o resto do Inverno.
Era prática comum que a cada dia desta celebração correspondesse uma letra grega. Assim, o 24 de Novembro era da letra Alfa (a primeira do alfabeto grego) e o 17 de Dezembro da letra Ómega (a última do alfabeto grego). Cada pessoa dava uma festa no dia da letra pela qual começava o seu nome.

A celebração foi praticada até ao século VI, quando o imperador cristão Justiniano as proibiu, como parte da sua actuação contra o Paganismo. Todavia, a sua celebração teria continuado em Constantinopla até ao século X, embora nessa altura já estivesse cristianizada, tal como o Natal do actual Ocidente.