sábado, abril 18, 2020

CHINA ADMITE AGORA ERRO NO NÚMERO DE MORTOS POR COVID-19 DIVULGADO...

Um  mercado de animais selvagens, em Wuhan, terá sido a origem do SARS-CoV-2, e foi na cidade chinesa que o número de mortes devido à doença disparou, logo em Janeiro. Mas a contagem das vítimas mortais estava errada, isso mesmo admitiu o governo da China num post nas redes sociais, segundo a AFP. A China acrescentou 1290 mortes à contagem inicial, aumentado o valor total para 3.869.
Com a rectificação dos números, a China tem agora a registar 4.632 vítimas mortais de covid-19, mais 39 por cento do que na primeira contagem oficial.
A correcção da contagem acontece apenas dois dias depois de uma investigação da Associated Press revelar que o país demorou seis dias para alertar a população sobre o surto - e no meio de crescentes críticas por parte de vários líderes mundiais - com Donald Trump a liderar - que sugerem que a China não foi completamente honesta quando reportou o real impacto do vírus no país.
Se às primeiras suspeitas o coro de críticas era dirigido ao presidente norte-americano - o vírus era agora global, pedia-se que não se centrassem as críticas num país já devastado pela doença - agora é a Grã-Bretanha e a França que duvidam da transparência do governo chinês.
O secretário de Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, vice do primeiro-ministro Boris Johnson, que ainda está a recuperar depois de ele próprio ter contraído a doença, disse que haverá "perguntas difíceis" a fazer a Pequim.
O presidente francês, Emmanuel Macron, alinha pelas mesmas dúvidas. Ao Financial Times afirmou que seria "ingénuo" pensar que a China geriu bem a pandemia.
"Há claramente coisas que aconteceram e que não sabemos", disse Macron.
"Não há base científica para essas alegações", afirmou. "Sempre defendemos que esta é uma questão científica, que requer a avaliação profissional de cientistas e especialistas médicos", disse o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijianaos, em conferência de imprensa.
O governo chinês explicou que os números iniciais foram "relatados por engano" e que outros ficaram esquecidos e não chegaram a ser registados devido à turbulência dos primeiros tempos em que o país tentava gerir um vírus novo.
As autoridades de saúde de Wuhan explicaram que entre os motivos para que estas mortes não tivessem sido contabilizadas pode ter estado o facto de a equipa médica da cidade estar sobrecarregada logo nos primeiros dias do surto o que terá levado a "relatórios tardios, omissões ou informações incorrectas".
Foram também apontados como motivos instalações insuficientes para a realização de testes e tratamento de doentes e ainda muitas das mortes terem acontecido em casa e não em hospitais e por isso a causa do óbito não ter sido registada correctamente.
Economia chinesa regista maior contracção desde 1970
A China sofreu a pior contracção económica desde 1970, no primeiro trimestre deste ano, após ter paralisado durante quase dois meses, devido às medidas para travar a epidemia da covid-19, foi esta Vernes anunciado.
A economia chinesa, a segunda maior do mundo, contraiu 6,8%, em termos homólogos, e a queda acentuada no consumo e actividade fabril sugerem que a recuperação será mais longa e difícil do que se previa.
Entretanto, os analistas que tinham dito que a China podia recuperar a economia afectada pela pandemia ainda este mês estão agora a mudar as previsões, à medida que os dados negativos se acumulam.
"Não acho que haverá uma recuperação real até ao quarto trimestre ou ao final do ano", apontou o economista Zhu Zhenxin, do Instituto de Finanças Rushi, situado em Pequim.
O consumo doméstico, que no ano passado compôs 80% do crescimento económico da China, afundou 19%, em termos homólogos, entre Janeiro e Março, abaixo da maioria das previsões.
O investimento em fábricas e outros activos fixos, importantes impulsionadores da segunda maior economia do mundo, caiu 16,1%.
O Partido Comunista Chinês declarou vitória no combate à propagação do novo coronavírus no início de Março e ordenou a reabertura de fábricas e escritórios. No entanto, cinemas, salões de beleza e outros negócios considerados não essenciais, mas que empregam milhões de pessoas, permanecem encerrados.
O turismo está também a lutar para recuperar.
Em Pequim e algumas outras cidades, medidas de distanciamento social e quarentena continuam a ser aplicadas. No final do mês passado, as autoridades chinesas baniram a entrada de estrangeiros no país, mesmo aqueles que têm estatuto de residente.
O consumo interno está também a demorar a recuperar, apesar das medidas do Governo para incentivar os gastos, através da distribuição de vales de compras e de uma campanha que mostra líderes do Partido a comer em restaurantes, visando incentivar as pessoas a voltarem a sair à rua.
Muitos consumidores estão, no entanto, receosos de gastar dinheiro, por medo de perderem o emprego e enfrentarem dificuldades financeiras. Outros continuam a temer ir a centros comerciais ou mesmo sair de casa.
"Definitivamente, vou ser mais poupado", disse um gerente de marketing de 26 anos, residente em Pequim.
Zhang Lizhou disse que a sua empresa, que ainda não reabriu, está a pagar 1.500 yuan (197 euros) por mês aos funcionários, mas que teme não poder cumprir com o crédito à habitação. A namorada perdeu o emprego, depois de a empresa falir, devido à epidemia, contou.
Trata-se de um golpe para as multinacionais europeias e norte-americanas, que esperam que a China tire a economia mundial da pior crise desde 1930.
O Partido Comunista apelou às empresas para continuarem a pagar aos funcionários e evitarem demissões, e está a prometer incentivos fiscais e empréstimos para ajudar os empreendedores a reerguerem-se.
Ainda assim, uma onda de falências inundou o mercado de trabalho.
As vendas de automóveis caíram 48,4%, no primeiro trimestre do ano, em relação ao ano anterior.
As exportações caíram 6,6%, em Março passado, em relação ao ano anterior, uma melhoria em relação à queda de dois dígitos registada em Janeiro e Fevereiro, mas analistas alertaram que os exportadores provavelmente enfrentarão outra desaceleração, já que a luta contra o vírus paralisou, entretanto, a Europa e os Estados Unidos.
Previsões das consultoras Oxford Economics, UBS e Nomura indicaram que a China terá pouco ou nenhum crescimento económico este ano.
Pequim está a tentar estimular a actividade ao aumentar a despesa com a construção de redes de telecomunicações de última geração e outros projectos, mas o Partido no poder não quer injectar muito dinheiro na economia, temendo um forte aumento da dívida pública e da inflação, que está perto do nível máximo em sete anos.
Os líderes chineses poderão adoptar medidas de estímulo pelo menos tão grandes como durante a crise financeira internacional de 2008, mas, desta vez, vão destacar "qualidade em vez de quantidade", apontou Zhu.
Zhu acrescentou que o dinheiro provavelmente será destinado ao desenvolvimento tecnológico e melhor protecção social, e não à construção maciça, como aconteceu na última década.
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Fonte: https://www.dn.pt/mundo/china-admite-erro-vitimas-mortais-em-wuhan-foram-afinal-mais-50-12082589.html?fbclid=IwAR0xHechcvewTYuQPEEQM6Z8I9tWoOGK54IEkWgDeLK5zdANnJq0wZJhSog

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Pode ser que desta vez a OMS critique severamente a China... mas não ponho a mão no fogo por isso...