MORCEGO SEM VÍRUS
Faz hoje oitenta e um anos o gajo mais famoso por andar trajado de morcego a bater em malandragem pela noite dentro. Foi há oito décadas - final de Março de 1939 - que no outro lado do Atlântico a editora D.C. lançou nas bancas a primeira revista em que o norte-americano Bill Finger e o judeu Robert Kahn (ou Bob Kane) noticiaram actividades deste Homem-Morcego, mais conhecido como Batman (na Turquia há quem não goste que este nome seja usado).
Parece uma mistura de Zorro com Dick Tracy, ou aliás um Fantasma (Phantom, de Lee Falk) urbano (as parecenças são notáveis, roçam o plágio...), talvez uma encarnação de Pimpinela Escarlate, sabe-se lá. Não lhe faltam elementos que até aqui se têm considerado como ficção científica: pequenos gadjets e gases e engenhocas, além de um bólide com mísseis e outras maravilhas e, mais consabidamente, a sua «gótica» mansão com uma cave de todo o tamanho onde só não há naves espaciais porque o herói gosta mais de se ficar pela sua cidade, Gotham City, que até no nome evoca algum «goticismo» à maneira romântica. Batman é um portento da banda desenhada, uma das figuras ficcionais mais carismáticas da época contemporânea, herdeiro pop do Romantismo do século XIX e personificação de uma sede de justiça alimentada pelas injustiças legais a que o comum cidadão assiste ou crê assistir no dia a dia...
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