sexta-feira, julho 03, 2015

CHINA REALIZA FESTIVAL DE CERVEJA EM REGIÃO «DOS» MUÇULMANOS

Fonte: http://www.reuters.com/article/2015/06/22/us-ramadan-china-idUSKBN0P20L620150622
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O regime chinês decidiu realizar um festival de cerveja na região de Xinjiang. Xinjiang é uma província chinesa habitada pela etnia uigur, estirpe túrquica de credo muçulmano, proibida por isso de ingerir bebidas alcoólicas. O evento decorre nas proximidades do Ramadão, o mês sagrado do Islão. 
Em reacção, um grupo de exilados acusa a China de adoptar uma conduta abertamente provocatória contra a minoria muçulmana que vive no país. 
De notar que na altura do Ramadão têm acontecido em Xinjiang diversos ataques terroristas, que vitimaram centenas, nos últimos anos.

Que curioso, bate certo com o que Maomé pregava para que se fizesse logo a seguir ao Ramadão - atacar os infiéis... em outras partes do mundo muçulmano verifica-se esta mesma coincidência... ele há coisas...

A atitude dos que agora protestam contra a realização do festival da cerveja em zona «islâmica» é entretanto assaz significativa. Costumam os muçulmanos, e seus dimiescos amigos, garantir que o Islão é muito tolerante e tal e coisa, e tolera imenso, tolera todos os dias que até ferve, tolerando todos e mais alguns. Porque será que em território «muçulmano» os infiéis não poderiam então beber a sua cerveja em ambiente festivo?... Acaso isso obriga os muçulmanos a beberem seja o que for?...

Ou «será» que o supramencionado protesto acontece porque na mentalidade islâmica o «território muçulmano» tem de obedecer integralmente à charia (lei islâmica) e ai do infiel que desobedeça à charia porque isso é considerado «provocação»?...

Lembro-me de há umas décadas, nos longínquos anos oitenta, ter lido num mini-artigo de uma revista de divulgação uma singela informação, daquelas de divulgação cultural, a dizer que, na Índia, a população hindu abstém-se não apenas de comer carne de vaca mas também, nalguns casos, em certas zonas (não especificadas no artigo), abstém-se também do consumo de carne de porco, para, repare-se bem, para «não ofender os seus vizinhos muçulmanos»... Achei curioso e repulsivo... então fará algum sentido deixar de comer carne de porco só porque o vizinho a não come?... Isto nem é bem simpatia, é mais bananice... a menos, claro, que nessas zonas haja um forte domínio não oficial de alguma espécie de mafia islâmica, que pune com severidade quem com eles não for «solidário» nos seus preceitos muçulmanos...
O mesmo parece ter acontecido em Xinjiang, onde a partir de 2012 muitos lojistas deixaram de vender bebidas alcoólicas e cigarros devido à pressão «social» dos islamistas. Acto contínuo o governo chinês não foi de modas, obrigou os lojistas a venderem álcool e tabaco, como aqui se lê, http://www.washingtonpost.com/blogs/worldviews/wp/2015/05/05/china-orders-muslim-shopkeepers-to-sell-alcohol-cigarettes-to-weaken-islam/ o que causou a expectável polémica, levando a que muçulmanos da região adoptassem a já conhecida postura vitimista, queixando-se de que o regime de Pequim lhes queria dar cabo da religião. 

A quem acusa a China de uma actuação anti-muçulmana, as autoridades chinesas respondem que em sítios como Hong-Kong, onde não há sinais de radicalismo islâmico, muito menos de violência islamista, aí o Islão é livremente praticado e até se autoriza que sejam dadas palestras públicas sobre o credo de Mafoma. Em contrapartida, onde quer que o Islão tome contornos violentos ou assuma posições de radicalismo, aí o regime chinês actua com mão de ferro e mostra quem manda.
Assim, além da realização do festival da cerveja em Xinjiang, o governo chinês decretou medidas realmente duras: proibiu por exemplo que os membros do Partido Comunista, os funcionários públicos, os estudantes e os professores observassem o Ramadão e fizessem o correspondente jejum. 

Que a terra uigur não pertença aos Chineses mas deva ser independente, em virtude da sua evidente diferenciação étnica relativamente aos Chineses propriamente ditos, isso é outro assunto, mas não pode esquecer-se que o Islão cavalga os naturais sentimentos separatistas nacionais para a partir daí mobilizar os autóctones contra a autoridade  estatal não muçulmana, dando como adquirido que ser autóctone dessa região é ser muçulmano, o que até se torna irónico, na medida em que o Islão é uma religião universalista e por isso a-étnica, quando não anti-étnica... aliás, o seu irmão mais velho, o Cristianismo, procedeu e procede do mesmo modo. O hoste do Islão faz isto com os Uigurs contra a China, tal como o faz com os Chechenos contra a Rússia, por exemplo.
Independentemente desta evidência, a actuação das autoridades chinesas para com a subversão islâmica em si é mais positiva do que negativa. Pode parecer contraditório dizer isto assim, mas o que aqui se salienta é a firmeza demonstrada pela China ao lidar com islamistas, e nesse sentido o seu exemplo não pode deixar de fornecer lições proveitosas.