A PRIMEIRA GUERRA RACIAL DA HISTÓRIA CONHECIDA ACONTECEU NAS MARGENS DO NILO (?)

Fonte: http://www.independent.co.uk/news/science/archaeology/saharan-remains-may-be-evidence-of-first-race-war-13000-years-ago-9603632.html

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Antropólogos franceses da Universidade de Bordéus estão a trabalhar em colaboração com o Museu Britânico no análise de dúzias de esqueletos encontrados num local que pode ter sido palco da mais antiga guerra em (relativa) larga escala conhecida, que terá sido um conflito racial, há treze mil anos nas margens do deserto do Saara, mais concretamente o cemitério de Jebel Sahaba, que é o mais antigo do Vale do Nilo até agora conhecido, sito na margem oriental do Nilo, zona norte do Sudão. A maior parte destes esqueletos parece ter pertencido a pessoas - homens, mulheres, crianças - mortas em combate ou no decorrer do confronto entre duas populações racialmente diferentes, por meio de flechas com pontas de pedra.

Os cientistas do Museu Britânico estão a estudar os vestígios humanos encontrados tentando aprender tudo o que for possível sobre os ditos: o género sexual de cada esqueleto, as doenças, a dieta, a idade em que morreram.

Os mortos durante a guerra, que poderá ter durado vários meses ou até anos, foram enterrados pela gente do seu próprio povo.

O trabalho levado a cabo na Universidade John Moores de Liverpool, pela Universidade do Alasca e pela Universidade Tulane de Nova Orleães indica que as vítimas eram parte de uma população originária da região sub-saariana, ou seja, dos ancestrais dos actuais negros africanos.

Quanto à identidade etno-racial de quem disparou as flechas, é mais difícil determiná-la. Mas crê-se que seja de uma população ou norte-africana, ou levantina (do Médio Oriente) ou até da Europa, que viveu na Bacia Mediterrânica.

Ambos os grupos seriam da mesma espécie, Homo Sapiens, mas de raças diferentes. O grupo sub-saariano teria membros compridos, troncos relativamente curtos e mandíbulas superiores e inferiores projectadas para a frente (prognatismo), bem como testas redondas e narizes largos. O grupo inimigo, oriundo do norte, é constituído por gente de membros curtos, troncos compridos e faces planas (ortognatismo). Tanto um grupo como outro seria muito muscular e de constituição forte.

O norte do Sudão seria na época uma espécie de «interface» destes dois grupos etno-raciais. Efectivamente foram encontrados vestígios de uma população norte-africana/levantina/europeia a cerca de duzentas milhas para sul de Jebel Sahaba, o que sugere que as vítimas das flechas foram mortas numa área em que ambas as populações se movimentavam.

Esta época terá sido marcada pela luta por recursos devido a uma intensa alteração climática – o período denominado como Dryas Mais Novo - em que muitas fontes de água secavam, particularmente no Verão, daí que mais populações se tenham movido em direcção ao Nilo, especialmente na margem oriental do dito rio.


Nada garante, à partida, que o motivo do confronto fosse propriamente racial, claro está. Mas nada impede, também, que houvesse uma consciência de diferença a alimentar, quando não a motivar, a hostilidade entre ambos os grupos, que eram, ao que parece, de tipos rácicos ostensivamente diferentes.