terça-feira, dezembro 09, 2008

O PESADELO QUE PODERÁ SER A ENTRADA DA TURQUIA NA U.E.

A Justiça de Ankara iniciou uma investigação a respeito das afirmações de um cidadão alemão sobre Mustafa Kemal Ataturk, o fundador da actual Turquia.
O teutónico, professor Ronald Munch, da Universidade de Bremen, declarou no Parlamento Europeu de Bruxelas que se Ataturk estivesse vivo, seria julgado por crimes de guerra.
O texto do seu discurso foi requerido pela Turquia para análise e se o caso estiver sob a jurisdição do procurador turco, este pode emitir um mandato de prisão contra Munch, que pode ir até três anos de reclusão.
Isto porque, de acordo com a lei turca, quem insulte Ataturk pode ser castigado com pena de prisão de até três anos.

Note-se que Munch não é cidadão turco nem tampouco fez a referida declaração em solo turco. Mas se entrar na Turquia, poderá ser imediatamente preso, caso a Justiça turca decida que é culpado do dito «crime».

Ora isto passa-se enquanto a Turquia não é da União Europeia.
Porque quando a Turquia for da União Europeia, embora tenha de se ajustar às leis europeias, terá também o direito a reclamar certos direitos legais, entre os quais o de preservar uma ou outra lei. E, tal como sucede com os outros países da UE, a Turquia poderá emitir mandatos de prisão contra qualquer cidadão da UE que viole qualquer das leis turcas, e, ao abrigo da lei europeia, pode exigir que esse europeu seja entregue às autoridades turcas.

Quer isto dizer que, se a Turquia fosse já membro da União Europeia, Munch, mesmo sendo cidadão alemão, seria enviado para uma prisão turca.

Ora, de acordo com a mesma lei turca, quem na Turquia fizer referência ao genocídio dos Arménios cometido pelo governo turco em 1915 e 1916, poderá ser igualmente preso.

Ainda assim, a politicagem correcta continua a querer meter a Ásia Menor pela Europa adentro... e o simples acto de querer obrigar os Turcos a aceitarem ter cometido o genocídio contra os Arménios é pela chusma anti-racista do costume considerado como uma tentativa de «humilhar» a Turquia...
Ou seja, a Alemanha tem de baixar a cabeça, sem discussão, quando acusada do holocausto. Mas o Turcalhame tem isenção, ou porque chacinar Arménios seja menos grave do que matar Judeus, ou, muito mais provavelmente, porque, para a infra-humanidade anti-racista, qualquer pretexto serve para obrigar os Europeus a baixar a cabeça, e o resto do mundo deve poder ser altivo ou até arrogante, se lhe apetecer...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Ainda assim, a politicagem correcta continua a querer meter a Ásia Menor pela Europa adentro"


no dia que a Turquia entrar na Europa, esta terá morrido.

e, pelos vistos, são os próprios Europeus a querer assinar a sentença de morte com o seu próprio punho.

9 de dezembro de 2008 às 20:44:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Quer isto dizer que, se a Turquia fosse já membro da União Europeia, Munch, mesmo sendo cidadão alemão, seria enviado para uma prisão turca.»

Já nos basta de ditaduras.

9 de dezembro de 2008 às 22:40:00 WET  
Blogger Janaína Bras said...

A Turquia jamais entrará para a UE com essa legislação, é por isso que se protelam as negociações e que acordar os tratados levará coisa de 10 anos, se chegar a fim e a cabo.

Sou brasileira e estou pesquiando essa questão na internet, por isso encontrei seu site. Não estou de acordo com essa tentativa de adesão da Turquia no bloco europeu porque não encontro motivos que envolvam um real desenvolvimento autônomo do país após esse passo.

A Turquia, vá lá, se considera parte Europa, parte Ásia e parte Oriente-Médio, mas no que tange à política, por exemplo, ela não tem nada de Europa. É uma república muito recente, com ainda fortes traços autoritários, cultos legitimados a ícones políticos do passado e limitada libberdade de expressão cidadã. Como relacionar-se com o mundo europeu, antes de solucionar problemas domésticos tão pilares quanto esse? Se é que eles deverão enxergar isso como um problema, que cada país tem a autonomia de fazer-se da maneira que for acordado internamente. Inclusive negar os tratados de direitos humanos e não legitimar a ONU em território nacional.

Meu ponto é que a Turquia não está preparada para isso e não deveria estar interessada nisso se não fossem os interesses comerciais e a influência globalizante do capitalismo internacional.

Se existe o lobby americano para sua entrada, ele também não figura uma crença por parte do governo americano de que a república turca esteja pronta, senão uma necessidade de controlar a região em que se encontra o país turco, a fim de manter a hegemonia dos EUA nas instâncias energética e aconômica.

Concordo com você que a adesão turca não deve acontecer e até sei que seu país como um todo vai no cordão os EUA e corrobora com a votação a favor, sou solidária a sua situação. No entanto, eu não acredito no pesadelo pintado pelo seu argumento, porque as condições para tal, simplesmente não acontecerão.

Abraço,

Janaína Bras

5 de agosto de 2009 às 17:57:00 WEST  

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