Copenhaga recebeu esta Joves a 7ª Cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE) e o primeiro-ministro português – que já havia estado presente na cimeira do dia anterior – tinha agendado uma série de encontros bilaterais. Mas pelo menos um deles não foi particularmente agradável: a sua homóloga anfitriã, Mette Frederiksen, queixou-se de que uma parte dos imigrantes que chegam à Dinamarca vem directamente de Portugal. Esta espécie de segunda vaga, e as queixas sobre ela, parecem apontar para que a Europa, ou alguma Europa, considera Portugal uma espécie de ‘hub’ de distribuição para outras geografias. O assunto não é novo: já tinha sido detectado que Portugal é, nomeadamente em termos da imigração brasileira, um portal de entrada para imigrantes que depois procuram outras regiões europeias onde os níveis de vida são mais aliciantes.
A cimeira da CPE – uma plataforma para debate de políticas e estratégicas para o futuro da Europa, criada em 2022 sob proposta de Emmanuel Macron – debateu principalmente, como não podia deixar de ser, a guerra na Ucrânia. Um debate enriquecido pelas decisões – e pelas muitas dúvidas – que resultaram da cimeira da União Europeia do dia anterior – mas que, a acreditar nas agências noticiosas, não trouxe qualquer novidade.
A situação geopolítica do continente – que tem tudo a ver com a Ucrânia – e os seus desafios em termos de defesa e de segurança também faziam parte da agenda, assim como a pressão migratória.
É o sétimo encontro da comunidade política europeia no qual os países da União vão estar representados por António Costa, presidente do Conselho Europeu, que também vai presidir à reunião em conjunto com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen. Luís Montenegro esteve a representar Portugal, mas antes o primeiro-ministro português esteve reunido com líder do governo britânico, o trabalhista Keir Starmer. Também aí, segundo a RTP, se falou sobre a migração portuguesa no Reino Unido e as dificuldades de legalização dos portugueses neste país.
O grupo reuniu pela primeira vez em Outubro de 2022, com participantes de 44 países europeus, além da presidente do Conselho Europeu e do presidente da Comissão Europeia.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/cimeira-da-cpe-dinamarca-queixa-se-de-portugal-a-proposito-da-imigracao/
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Finalmente, pode estar a começar algo que eu já esperava que acontecesse há vários anos - que viesse da UE uma pressão para que as fronteiras portuguesas com o terceiro-mundo se fechassem de vez. Eu esperava isto desde antes de o Chega existir; depois do desenvolvimento deste partido, que tem agora sessenta deputados, a situação da iminvasão está ligeiramente diferente, mas pouco, porquanto este avanço nacionalista anti-imigração ainda está atrasado para encerrar as fronteiras, pelo que a pressão dinamarquesa é bem-vinda. Isto já é, ideologicamente, uma guerra civil política, em que diferentes facções dentro do mesmo Povo recebem diferentes apoios vindos do estrangeiro, mas do estrangeiro europeu, que ao fim ao cabo é da mesma estirpe, a europeia.
Não seria completamente impossível que viesse aí uma eventual ameaça de expulsão de Portugal do Espaço Schengen, ou, em última análise, da UE. Diga-se de passagem que, por cá, quase de certeza que o extremo-esquerdalhame e os minho-timoristas até preferiam essa possibilidade do que a expulsão dos «lusófonos», mas o Povo acorda cada vez mais para perceber o perigo mortal que é a iminvasão oriunda do terceiro-mundo.
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