segunda-feira, julho 21, 2025

ESPANHA - ATENTADO CONTRA POLÍTICO INDÍGENA FOI ORDENADO PELO IRÃO COMO AVISO CONTRA APOIO À RESISTÊNCIA IRANIANA

A justiça espanhola prepara-se para julgar oito pessoas por tentarem matar em Madrid, em 2023, um ex-dirigente do Partido Popular e do Vox em nome do regime iraniano e como aviso a Espanha e à União Europeia.
O atentado contra Alejo Vidal-Quadras, em 09 de Novembro de 2023, numa rua de Madrid, pretendia ser uma “vingança da sua actividade política em favor da resistência iraniana, assim como avisar o Governo de Espanha e a União Europeia de que não devia acolher os movimentos dessa resistência, que o regime iraniano qualifica como terroristas”, lê-se num despacho do juiz Santiago Pedraz, da Audiência Nacional, a instância em Espanha que investiga e julga os crimes mais graves.
No documento, datado de 09 de Julho, a que a Lusa teve acesso, o juiz processa oito pessoas, de diversas nacionalidades, acusadas de crimes de pertença a associação criminosa e tentativa de homicídio terrorista.
Alejo Vidal-Quadras, hoje com 80 anos, foi atingido a tiro na cara em 09 de Novembro de 2023 por um homem que abandonou o local numa moto conduzida por outra pessoa e que acabou detido nos Países Baixos, meses mais tarde, depois de ter inicialmente fugido para Portugal, segundo as conclusões da investigação judicial contidas no despacho do juiz Santiago Pedraz.
A justiça espanhola lembra o percurso político de Vidal-Quadras, ex-dirigente do Partido Popular de Espanha (PP, direita), sobretudo o período em que foi eurodeputado e vice-presidente do Parlamento Europeu (de 1999 a 2014), marcado pelo apoio à oposição iraniana e pelo activismo em defesa de diversos movimentos de resistência ao regime de Teerão, como a organização ‘Mujahidines’ do Povo (MEK). Uma actividade que levou a que fosse conhecido como “o homem do MEK em Bruxelas”, realça o juiz da Audiência Nacional de Espanha.
O apoio público à oposição iraniana prosseguiu depois de deixar o PP e ter sido um dos fundadores do Vox, partido de extrema-direita que reconheceu que fez uma campanha para as europeias de 2014 financiada em 80% pelo Conselho Nacional da Resistência do Irão (CNRI).
Aquando do atentado contra Vidal-Quadras, o CNRI sublinhou, num comunicado, que se relacionou com o político espanhol nos últimos 25 anos e destacou o “papel fundamental e inesquecível” que o fundador do Vox desempenhou para que o movimento dos ‘Mujahidines’ do Povo do Irão fosse retirado da lista de organizações terroristas da União Europeia (UE).
Assim, milhares dos seus membros foram protegidos no campo de refugiados iraquiano de Ashraf, onde se encontravam, e transportados em segurança para fora desse país.
No despacho judicial a que a Lusa teve acesso, a justiça espanhola diz que o atentado contra Vidal-Quadras foi encomendado directamente aos oito acusados de o concretizar por pessoas cuja identidade não conseguiu apurar durante a investigação. Mas não tem dúvidas sobre os objectivos, que passavam por acabar com a vida de “uma personalidade de referência a nível europeu da oposição ao regime iraniano”.
Dias depois do atentado, em 14 de Novembro de 2023, surgiu “uma advertência” directa ao governo espanhol e outros países europeus por parte do regime do Irão, realça ainda o despacho, que cita um texto da agência de notícias semi-oficial iraniana Fars sobre as “consequências graves” para Espanha do apoio à resistência e a opositores iranianos.
O juiz refere ainda que o Irão tem estado envolvido em “operações encobertas” para “perseguir, intimidar e inclusivamente assassinar opositores, dissidentes e vozes críticas” em diversos países, havendo investigações abertas nos Países Baixos, Dinamarca ou Reino Unido.
Alguns dos oito processados, que o juiz da Audiência Nacional de Espanha envia para julgamento, têm antecedentes criminais e/ou estão a ser investigados por outros crimes noutros países, segundo o mesmo despacho. 
Estão todos sob custódia das autoridades espanholas, menos um, Sami Bekal Bounouare, acusado de ser o organizador do atentado, que se encontra em “paradeiro desconhecido”, embora haja suspeita de que se encontra no Irão.
Este homem, nascido em Espanha há 27 anos, já foi vinculado pela justiça e polícias de outros países a outros homicídios e tentativas de homicídio de activistas iranianos e iraquianos, e já esteve preso em Itália por tráfico de drogas, como lembra a Audiência Nacional espanhola.
O julgamento dos oito acusados não tem data para começar e a sua realização depende ainda de alguns procedimentos judiciais em Espanha.
Alejo Vidal-Quadras, que ficou com sequelas físicas do atentado, acusou sempre o regime iraniano de estar por trás do ataque.
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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://observador.pt/2025/07/19/irao-tentou-matar-politico-em-madrid-como-aviso-a-ue-diz-justica-espanhola/

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«Outra que não vais ver a abrir o telejornal da sic», disse o camarada que aqui trouxe a notícia, e disse bem. Pudera - as sensibilidades de quem controla os mé(r)dia não lhes dá vontade nenhuma de fazer o «povinho» tomar conhecimento de mais uma notícia a mostrar o envolvimento de Teerão em terrorismo contra ocidentais, e porque não?, ora o regime dos aiatolas trata mal as mulheres como o camandro, persegue e executa homossexuais, sendo portanto um patriarcado violentíssimo, mas as esquerdinhas ocidentais não manifestam qualquer hostilidade contra essa chusma governativa, porque será?, «se calhar» é porque esse mesmo regime é inimigo jurado e mortal de Israel, logo, está redimido da sua misoginia e da sua homofobia, pois que, na hierarquia de valores interseccionalista, o anti-racismo é o valor máximo, está acima do LGBT e das mulheres todas - e, neste contexto, o anti-sionismo esquerdista é uma secção deste mesmo anti-racismo, já se sabe... 
Vidal-Quadras está no caminho certo e devia fazer escola em todo o continente - o apoio à oposição iraniana, ainda que este MEK, mistura de Socialismo com Islão, seja um bocado esquisito, no mínimo, e eu, daqui donde me encontro, não confiaria em tal formação, mas, seja como for, urge derrubar a maralha de Comeini, era para ontem.