terça-feira, novembro 07, 2006

A ISLAMIZAÇÃO DO PAÍS QUE O POLITICAMENTO CORRECTO QUER METER NA UNIÃO EUROPEIA

A Turquia, pretendente à entrada na União Europeia, é hoje um país em vias de re-islamização. Apesar da progressão das negociações para o ingresso dos Turcos pela Europa adentro, o que é facto é que o entusiasmo europeísta da própria população turca está a esmorecer - e, ao mesmo tempo, cresce a influência islâmica não apenas no seio das massas populares mas também ao nível das elites dirigentes.

Por toda a parte da Ásia Menor, avolumam-se os sinais de que a pretendida ligação à civilização europeia é cada vez mais débil, fortalecendo-se, em contrapartida, a influência islamista.

Vários são os sinais desta ascenção religiosa na Ásia Menor:
- piscinas só para mulheres;
- vêem-se, nas piscinas e nas praias, cada vez mais fatos de banho femininos a tapar a maior parte do corpo, em consonância com a moral islâmica, e usados mesmo pelas espostas de importantes líderes políticos;
- ataques físicos contra mulheres que ostentem vestuário ousado;
- o ministro da educação ordenou que o quadro de Delacroix «A Liberdade a guiar o Povo» fosse removido dos livros escolares devido ao facto de a porta-bandeira ostentar um peito desnudado;
- nas histórias infantis ou adaptadas às crianças, publicadas nos livros escolares, há alterações no sentido de propagandear o Islão: personagens como Pinóquio, Heidi e Tom Sawyer usam expressões islâmicas e um dos três mosqueteiros, Aramis, converte-se ao Islão;
- a circulação de publicações religiosamente orientadas triplicou nos últimos anos...


Tudo isto sucede num país onde o laicismo foi imposto duma maneira rígida no dealbar do século XX, onde os restaurantes estavam abertos durante o Ramadão e onde os véus islâmicos estão ainda proibidos nas universidades, nas escolas e nos serviços públicos. Os «kemalistas», partidários da grande reforma laicista empreendida por Mustafa Kemal Atatürk (de origem albanesa) sentem-se já ameaçados por esta escalada de islamização. Queixam-se de que o partido no poder AKP, de Tayyip Erdogan, reintroduziu os sectores religiosos da sociedade turca na burocracia estatal.

O progresso económico derivado da proximidade turca relativamente à Europa fez ascender uma burguesia laica, mas, ao mesmo tempo, fortaleceu também uma burguesia religiosa, cuja influência sobre a sociedade parece cada vez mais ostensiva.

Para se avaliar o real estado da situação, é conveniente tomar nota de que, recentemente, o comandante do Exército Turco, Ilker Basbug, lançou publicamente o aviso de que a ameaça fundamentalista estava a alcançar «dimensões alarmantes» na Turquia.

Um jornal turco de língua inglesa, o «New Anatolian», coloca já a hipótese de a Turquia se tornar num segundo Irão por acção do governo do primeiro-ministro Erdogan.