quarta-feira, junho 18, 2025

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

PREPARAVA-SE UM ATENTADO ESQUERDISTA CONTRA JUDEUS NUM FESTIVAL DE MÚSICA EM PORTUGAL?

Membros de um grupo do WhatsApp para activistas de Esquerda em Portugal estavam a planear envenenar israelitas no próximo Boom Festival, disse Sarah (nome fictício) à KAN News na Lues.
Eles também pretendiam defecar nas tendas dos israelitas e urinar-lhes na comida.
Sarah, uma judia que optou pelo anonimato, disse que entrou no grupo de conversa por meio do seu trabalho como artista. Ela imaginou que os outros membros do grupo não sabiam que ela era judia. 
“A ideia deles era infiltrarem-se no Boom Festival (programado para Julho), porque muitos israelitas vão para lá depois de servirem nas Forças de Defesa de Israel (IDF). O grupo achou injusto que [israelitas] pudessem ser incluídos”, disse Sarah.
No início, a ideia era uma balbúrdia, mas depois eles começaram a organizar-se. O que começou com ideias ridículas começou a tomar forma como planos. E, como se pode ver, é realmente sinistro”, continuou.
Um dos textos dizia: "Eles são todos veteranos da IOF [Forças de Ocupação de Israel], meninos e meninas. Eu estava a pensar em dar-lhes um gostinho do próprio veneno."
"Acorde-os e avise-os de que estão a receber um aviso humanitário para deixarem as suas barracas, certifique-se de que estejam a uma distância segura e, em seguida, incendeie as suas barracas. Eu avisá-los-ia de que sou o incendiário mais moral do mundo e, em seguida, dar-lhes-ia a gota de estricnina para animá-los."
Outro diz: "Ah, vá lá, a estricnina no ácido deles não é o desmembramento de bebés... eles são todos ex-membros ou membros actuais da IOF... o que é um pouco de estricnina para pessoas que despedaçaram bebés enquanto usavam roupas íntimas roubadas das mães [dos bebés]?"
Um terceiro diz: “O mundo inteiro precisa de adoptar esta táctica [de boicote] onde quer que haja israelitas”.
A estricnina é um alcaloide incolor e altamente tóxico, usado como pesticida, que causa convulsões e morte por asfixia se ingerido.
Sarah disse à KAN que ela também estava em ligação telefónica em grupo onde planos semelhantes foram expressos, embora ela tenha dito que os planos na ligação eram "piores".
"Havia planos para defecar nas tendas dos israelitas, urinar na comida deles, incendiar as suas tendas e colocar substâncias nocivas dentro de outras substâncias que pudessem consumir. Outros planos incluíam fazer os israelitas sentirem-se desconfortáveis ​​ou atacá-los", acrescentou.
Sarah disse ao meio de comunicação que, como judia, sentiu-se “absolutamente chocada” com isto. “Em primeiro lugar, a nossa vida de festas na natureza sempre foi muito inclusiva. Tornamo-nos um só quando estamos na pista de dança”, disse Sarah. “Então, ler estes planos vis, racistas e, na verdade, criminosos para ferir o Povo Israelita, especialmente depois do que aconteceu a 7 de Outubro, foi terrível para mim”, acrescentou ela.
Sarah disse que primeiro contactou os organizadores do festival sobre o que tinha ouvido e visto, mas que “nada foi feito a respeito”.
"Foi por isso que me esforcei para tentar alertar os 4000 israelitas que sei que estão a chegar. Eles precisam de ter cuidado e saber que existe um plano para magoá-los", disse ela.
Sarah também falou com a polícia, que, segundo ela, “não a levou a sério”.
“Depois do que vimos em Washington, Boulder e em França, é fundamental que isto seja levado a sério”, insistiu.
Sarah contou então à KAN que ela própria emigrou recentemente da Polónia devido ao "anti-semitismo institucionalizado". Isto incluiu ser cuspida quando usou a sua Estrela de David e etiquetas de refém em público.
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Fontes:
https://www.jpost.com/diaspora/antisemitism/article-857126
https://jihadwatch.org/2025/06/portugal-leftists-plotted-to-poison-israelis-at-festival
https://jihadwatch.org/2025/06/mass-murder-of-israelis-planned-at-portuguese-music-festival

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Pode tudo isto ser só uma meia dúzia de conversas entre parvalhões que ouvem demasiadas barracadas argumentativas debitadas por BEs, «Livres», opinadeiros dimiescos e outras fontes me(r)diáticas do mesmo quilate... mas quem é que ouviu uma só palavra sobre isto na comunicação social ou sucial tuga?
Adolescentes que gostam de armas e vêem muitos filmes, falam entre si como era bom atacar a Assembleia da República, e/ou abater António Costa, Gouveia e Melo e todo e qualquer outro figurão que lhes desagrade, e vai daí o caso é notícia a toda a hora ao longo de dias... e estes esquerdalheiros anti-sionistas, não estarão pelo menos, pelo menos, a «incitar ao ódio» contra todo um grupo étnico? Ou de repente isso não tem grande gravidade porque esse grupo étnico é dado como branco e ocidentalizado?...

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

IRÃO - REVOLUCIONÁRIOS CONSEGUEM HACKEAR CANAIS TELEVISIVOS ESTATAIS PARA PASSAR MENSAGEM ANTI-REGIME

Fontes:
https://jihadwatch.org/2025/06/iranian-revolutionaries-hack-the-islamic-republics-state-tv-channels
https://x.com/MahyarTousi/status/1935397620601471454?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1935397620601471454%7Ctwgr%5E4d89f83049b497cef98d1434c3550f19c2e2b85a%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fjihadwatch.org%2F2025%2F06%2Firanian-revolutionaries-hack-the-islamic-republics-state-tv-channels

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Foi sintomática a maneira como o zeneral comuna Carlos Branco tentou relativizar este acto...
Não apoiar esta revolta de gente autenticamente iraniana contra um regime opressivo de essência alógena é nada menos que moralmente criminoso.
Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

O MOTIVO ÓBVIO PELO QUAL ISRAEL PRECISA VITALMENTE DE ATACAR O PROGRAMA NUCLEAR DOS AIATOLAS

Antes dos seus ataques ao Irão, Israel descobriu que cientistas da República Islâmica tinham conduzido experiências bem-sucedidos no processo de design de uma arma nuclear, deixando o país a semanas de ser capaz de produzir uma bomba, se assim o desejasse, de acordo com uma reportagem dos média hebraicos no Soles.
Estas "informações valiosas" foram apresentadas por autoridades de inteligência à liderança política antes da decisão de realizar ataques preventivos na Vernes, juntamente com a preocupação de que Israel não sabia de tudo e que Teerão poderia estar em estágio ainda mais avançado na construção de uma bomba nuclear do que as informações disponíveis mostravam, informou a Rádio do Exército, citando autoridades de segurança não identificadas.
De acordo com o relatório, o Irão reuniu cientistas e dividiu-os em vários grupos de trabalho para trabalhar em segredo em componentes do processo de transformação de material nuclear em dispositivo explosivo real, começando por volta do final de 2023 ou início de 2024 — logo após o ataque do Hamas em 7 de Outubro, que desencadeou a guerra em curso em Gaza.
Este aspecto da concepção de um dispositivo nuclear ocorreu em paralelo com o enriquecimento de urânio pelo Irão a níveis que não têm utilidade para fins civis, mas são necessários para a construção de uma bomba nuclear. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) no final de Maio, o armazenamento de urânio do Irão, se enriquecido ainda mais, seria suficiente para construir nove armas nucleares.
As Forças de Defesa de Israel conseguiram monitorizar o processo secreto de armas, o que deixou Jerusalém sem dúvidas de que o Irão tinha decidido construir uma arma nuclear após o massacre no sul de Israel, disse a Rádio do Exército.
Um alto oficial militar israelita disse no Sáturnes que "todos os cientistas eliminados nos ataques iniciais estiveram, ao longo dos anos, envolvidos no desenvolvimento do dispositivo de detonação nuclear". As IDF nomearam nove cientistas nucleares iranianos que abateram nos ataques iniciais e detalhou os seus esforços para matá-los. Eles foram nomeados como: Fereydoon Abbasi, especialista em engenharia nuclear; Mohammad Mehdi Tehranchi, especialista em física; Akbar Motalebi Zadeh, especialista em engenharia química; Saeed Barji, especialista em engenharia de materiais; Amir Hassan Fakhahi, especialista em física; Abd al-Hamid Minoushehr, especialista em física de reactores; Mansour Asgari, especialista em física; Ahmad Reza Zolfaghari Daryani, especialista em engenharia nuclear; e Ali Bakhouei Katirimi, especialista em mecânica. “Todos os cientistas e especialistas que foram eliminados eram fontes significativas de conhecimento no projecto nuclear iraniano e tinham décadas de experiência acumulada no desenvolvimento de armas nucleares”, disse a IDF. Disse que muitos deles eram sucessores de Mohsen Fakhrizadeh, o “pai do projecto nuclear iraniano”, que supostamente foi assassinado por Israel em 2020. Segundo os militares, os nove foram mortos em ataques simultâneos em Teerão na manhã de Vernes, na mesma onda de ataques que eliminou dezenas de comandantes militares, incluindo seis altos funcionários. “A eliminação dos cientistas foi possível após uma pesquisa de inteligência aprofundada que se intensificou ao longo do ano passado, como parte de um plano classificado e compartimentado da IDF”, disseram os militares. Como parte do plano, a IDF disse que dezenas de pesquisadores de inteligência "trabalharam em projecto secreto com o objectivo de rastrear cientistas nucleares importantes no Irão ao longo de vários anos". 
A inimizade entre Israel e Irão atingiu um nível sem precedentes de conflito aberto nas primeiras horas da manhã de Vernes, quando Israel lançou uma grande ofensiva contra o Irão e seu programa nuclear, atingindo instalações nucleares, bases de mísseis e altos oficiais militares e cientistas nucleares.
Israel disse que não tinha escolha a não ser atacar, observando que tinha reunido informações de que Teerão estava-se a aproximar do "ponto sem retorno" na sua busca por armas nucleares.
O Irão respondeu com bombardeamentos de mísseis balísticos durante a noite de Vernes e novamente no Sáturnes, matando pelo menos 13 pessoas, ferindo centenas e destruindo prédios residenciais. A maioria dos mísseis foi interceptada pelas defesas aéreas, incluindo sistemas dos EUA.
A operação israelita deve durar vários dias, pelo menos, de acordo com autoridades militares, que acrescentaram que as IDF estavam-se a preparar para fogo pesado do Irão, mas afirmaram que "no final da operação, não haverá ameaça nuclear" da República Islâmica.
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Fontes:
https://www.timesofisrael.com/israel-found-iran-carried-out-key-tests-for-nuke-design-ahead-of-strikes-report/
https://jihadwatch.org/2025/06/key-advance-in-irans-nuclear-program-led-israel-to-attack

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

UE - LÍDER DA POLÍTICA EXTERNA RECORDA QUE O PAÍS DE PUTIN É AMEAÇA DIRECTA À EUROPA OCIDENTAL

A Rússia representa uma ameaça directa para a União Europeia (UE) e as despesas maciças com a defesa mostram que o Kremlin tem um "plano para uma agressão a longo prazo", alertou a chefe da política externa da UE na Mércores.
Kaja Kallas afirmou que a Rússia está a violar o espaço aéreo do bloco, a atacar os seus oleodutos, cabos submarinos e redes eléctricas, e a recrutar criminosos para levar a cabo sabotagens.
A UE e vários Estados-Membros têm acusado repetidamente a Rússia de conduzir campanhas de sabotagem no Ocidente. O Kremlin tem negado veementemente estas alegações.
Kallas referiu que a Rússia já está a gastar mais em defesa do que os 27 países da UE juntos, e disse que este ano Moscovo vai investir mais "em defesa do que os seus próprios cuidados de saúde, educação e política social juntos".
"Este é um plano para uma agressão a longo prazo. Não se gasta tanto nas forças armadas se não se planeia utilizá-las", disse Kallas aos eurodeputados em Estrasburgo. "A Europa está a ser atacada e o nosso continente encontra-se num mundo cada vez mais perigoso", acrescentou.
Nessa cimeira, a OTAN irá propor aos membros da aliança um objectivo global de despesas militares de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), acima do atual objectivo de 2%.
"O poder económico colectivo da Europa é inigualável", afirmou Kallas. "Não creio que haja qualquer ameaça que não possamos ultrapassar, se agirmos em conjunto e com os nossos aliados da OTAN."
O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que a Rússia produz, em três meses, tantas armas e munições como os 32 membros da Aliança produzem num ano. Rutte acredita que Moscovo poderá estar em condições de lançar um ataque contra um aliado da OTAN até ao final da década.
Na Europa, cresce a preocupação de que a Rússia possa tentar testar a garantia de segurança do Artigo 5.º da OTAN - a promessa de que um ataque a qualquer um dos aliados seria respondido com uma resposta colectiva de todos os 32 membros.
Com a administração Trump a voltar-se para os desafios de segurança no Médio Oriente, a Europa está sob pressão crescente para se defender sozinha em questões de defesa e apoiar a Ucrânia sem a ajuda dos EUA. "Temos de fazer mais pela Ucrânia e também pela nossa própria segurança", disse Kallas aos deputados europeus. "Para citar o meu amigo Mark Rutte, se não ajudarmos mais a Ucrânia, devemos todos começar a aprender Russo. Quanto mais forte for a Ucrânia no campo de batalha, mais forte será à mesa das negociações, quando a Rússia estiver finalmente disposta a dialogar", acrescentou.
A Rússia intensificou a sua campanha aérea na Ucrânia e intensificou os ataques terrestres ao longo dos mais de 1000 quilómetros da linha da frente. Duas rondas de conversações de paz directas entre Moscovo e Kyiv não conseguiram fazer progressos para pôr fim à guerra, que já vai no seu quarto ano.
Na semana passada, o chefe dos serviços secretos alemães (BND), Bruno Kahl, alertou para a necessidade de não subestimar as intenções russas em relação ao Ocidente e à NATO: "Estamos muito certos, e temos provas de inteligência para isso, de que a Ucrânia é apenas um passo no caminho para o Ocidente", disse Kahl ao podcast Table Today.
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Fonte: Rússia tem plano de "agressão a longo prazo" contra Europa, diz Kaja Kallas (artigo originariamente redigido sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

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Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia, tem boas razões para estar alarmada - como pessoa de um Estado báltico, tem na carne as marcas do imperialismo russo. Acresce que, em Fevereiro de 2024, Kallas foi declarada na Rússia como criminosa procurada.
Vista daqui, do outro extremo da Europa, parece alarmista, mas lá que os seus argumentos são fundamentalmente lógicos e racionais, disso não restam dúvidas. Ou Moscovo quer exportar largamente o seu pesadíssimo armamento, ou então tudo aquilo terá de ter uma utilidade, e o facto de produzir muito mais armamento que o Ocidente burguês não dá tranquilidade a nenhum europeu consciente. Tal como o tema da publicação anterior, é mais um caso em que remediar será sempre pior que prevenir, sobretudo quando a prevenção mostra força a quem só respeita a lei do mais forte.

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

INGLATERRA - ACADÉMICO DIZ QUE GUERRA CIVIL ÉTNICA É JÁ INEVITÁVEL NA EUROPA OCIDENTAL

Um académico de Londres apelou aos formuladores de políticas e líderes militares para que considerem tomar medidas correctivas para minimizar o impacto das guerras civis, que, segundo ele, se tornaram numa possibilidade clara nas Nações ocidentais.
O professor da disciplina de Guerra no Mundo Moderno, David Betz, do King's College London, afirmou que muitos países europeus apresentam agora sinais de estarem em estado de pré-guerra civil. De acordo com a sua pesquisa, há uma chance estatisticamente significativa de uma guerra eclodir nos próximos cinco anos em país ocidental e, dada a natureza interconectada da Europa, isto poderia desencadear conflitos semelhantes em Nações vizinhas.
Anteriormente uma figura relativamente obscura, Betz vem ganhando atenção até 2025 pelos seus alertas sobre o perigo potencial da balcanização do Reino Unido e de outras Nações europeias. Esta semana, foi ainda mais longe e disse, em conversa com o documentarista e ex-apresentador da BBC Andrew Gold, que agora parece ser tarde demais para realmente evitar que as coisas piorem "muito", e instou os tomadores de decisão a agirem para, pelo menos, amortecer o golpe. Num alerta assustador, o académico disse: "Eu provavelmente evitaria grandes cidades. Sugiro que reduza a sua exposição a elas, se possível."
A violência iminente, acredita, tornou-se inevitável devido a décadas de inépcia governamental e não pode ser totalmente evitada. Betz afirmou que resta apenas uma estratégia de minimização. Disse: «... não há nada que eles possam fazer, está embutido. Já passámos do ponto crítico, na minha opinião... já passámos do ponto em que há uma saída política. Já passámos do ponto em que a política normal é capaz de resolver o problema... quase todas as saídas plausíveis daqui para frente envolvem algum tipo de violência, na minha opinião. Qualquer coisa que o governo tente fazer neste momento... pode-se resolver um tipo de problema, mas agravar-se-á outro tipo de problema ao fazê-lo, e volta-se à violência. A questão, na verdade, é mitigar os custos, na minha opinião, não impedir o resultado, lamento dizer... Não ouvi nenhuma proposta política crível e não vejo uma única figura política que seja crível no papel de salvador nacional, ou mesmo inclinada a fazê-lo. "A questão fundamental é que não creio que exista agora uma solução política para isso que se traduza em tudo dar certo depois de um período de dificuldades. As coisas estão ruins agora, mas vão piorar muito. Espero que melhorem depois, mas será preciso passar por um período de piora muito maior antes de chegar lá.”
Embora Betz relutasse em aprofundar o que poderia exactamente acontecer, destacou o quão mortais outras guerras civis foram. Citando o que o Reino Unido eufemisticamente chama de "Problemas" na Irlanda do Norte, Betz destacou que, no pior ano daquele conflito, 500 pessoas morreram numa Irlanda do Norte de apenas alguns milhões de habitantes. Considerando os 70 milhões que vivem no Reino Unido hoje, isto poderia significar que 23000 pessoas morreriam em conflito semelhante.
A Irlanda do Norte foi menos sangrenta do que muitas guerras civis, disse ele, observando que conflitos como as guerras da Bósnia ou da Síria mataram entre um e quatro por cento de toda a população pré-guerra, elevando o número de mortos para milhões.
“Eu entendo que o que digo é extremamente desagradável”, disse Betz, comentando: “Eu só quero dizer, queridas elites, que já chegaram as consequências das vossas acções”.
Embora Betz afirme que está a tornar estes alertas públicos apenas porque deseja minimizar conflitos e danos futuros, tem sido atacado por se manifestar. Além das alegações de que está a ser simplesmente alarmista, há alegações de que o seu trabalho visa, na verdade, fomentar uma guerra civil por meio do poder da sugestão. Betz nega essas afirmações.
A base das ideias de Betz não é nova, mas, como ele afirma, baseiam-se em amplo acervo bibliográfico e de pesquisas académicas sobre as causas e os impactos da guerra civil em todo o mundo. A partir dessa literatura, afirma ter determinado que Nações ocidentais como o Reino Unido, a França ou a Suécia já apresentam os precursores do conflito, entre eles "instabilidade social grave", "declínio económico" e "pusilanimidade da elite".
Já tinha afirmado que sociedades extremamente heterogéneas e homogéneas não são visivelmente propensas à guerra civil porque, pelo menos no primeiro caso, há tantos grupos étnicos ou identitários pequenos e fragmentados que nenhum deles é forte o suficiente para mergulhar a Nação na guerra, e todos podem ser "divididos e conquistados" pelo governo. No segundo caso, presumivelmente, a homogeneidade gera um ambiente de alta confiança onde o conflito é desnecessário. «“As mais instáveis ​​são as sociedades moderadamente homogéneas”, escreveu, não apenas porque um punhado de grupos distintos tem a vontade e os meios para competir, mas também, na situação particular das Nações ocidentais, porque os grupos maioritários tradicionais percebem que o seu estatuto está a ser-lhes tirado e lutariam para permanecer dominantes. Talvez por esta razão, Betz disse esta semana que, embora tenha notado relatórios recentes alertando que, devido às tendências demográficas actuais, o Reino Unido tornar-se-á um país de minoria britânica branca em apenas algumas décadas, ele suspeita que isto nunca acontecerá de facto porque, em algum momento, os Britânicos podem reverter a sua própria sorte“Poder-se-ia argumentar assim, mas acho que isso seria fazer muitas suposições sobre a provável reacção das pessoas a certas coisas. Não acho que a sociedade seja tão inerte”, disse ele, continuando: “Só não acho que o Povo Britânico queira ser deslocado do seu próprio país... Acho que as pessoas vão rejeitar isso. E já o estão a fazer, as pessoas já estão a perceber a urgência de agir para evitar a perda de algo que ainda as une muito.”
Afirmando que estava a abandonar a abordagem fria e racional do seu trabalho académico sobre as causas das guerras civis e suas implicações para diversos Estados ocidentais, o professor disse sobre o seu "pressentimento" de que "a existência desta ideia [de a Inglaterra]... estar seriamente em perigo... como [as pessoas] reagirão contra isso é a questão. Há um grande potencial para que reajam de maneiras realmente sérias. Espero que isto não aconteça, mas estamos num momento muito perigoso".
Entre as acções urgentes que deveriam ser tomadas pelos governos ou pelas estruturas de liderança militar de Nações ameaçadas, "até então altamente funcionais, altamente avançadas e muito bem armadas", Betz sugeriu que medidas deveriam ser tomadas para garantir a custódia segura de armas nucleares e património cultural. Citando a experiência da antiga União Soviética, que quase entrou em Guerra Civil na década de 1990, mas cuja segurança de armas nucleares era objecto de intensa atenção internacional, Betz afirmou que "planos alternativos" deveriam ser elaborados "discretamente" para garantir que Nações como o Reino Unido ou a França não tenham os seus arsenais nucleares ameaçados por disputas internas de poder.
Sobre itens do património cultural, Betz afirmou que a sua destruição não é meramente um subproduto de guerras civis, mas frequentemente um meio fundamental de ataque de dissidentes contra o grupo dominante.  No início deste ano, Betz escreveu: «Destruir símbolos da imagem colectiva do inimigo é o elemento central da mensagem estratégica da guerra civil. Em termos simples, não há maneira mais segura de demonstrar o fim de uma ordem social e sua substituição por outra. É por isso que, desde os tempos antigos, como quando os Hebreus destruíram os santuários cananeus, até aos tempos modernos, como quando os Talibãs afegãos explodiram os Budas de Bamiyan, a iconoclastia e a guerra civil têm sido parceiras. Arte portátil, como pinturas, estátuas, manuscritos e outros artefactos, também correm sério risco em guerras civis, pois podem ser facilmente transformados em dinheiro. Seja para enriquecer senhores da guerra oportunistas ou para gerar fundos para a compra de armas, o facto é que saques generalizados e vandalismo oportunista são endémicos em tais conflitos.
Esta semana, acrescentou: “A Grã-Bretanha é um país particularmente rico culturalmente, há muitos tesouros, e a maior parte deles está simplesmente espalhada por aí”. Defendeu o planeamento antecipado para proteger o património cultural, pois isto atenuaria “a gravidade da iminente guerra civil, ao mesmo tempo em que maximizaria o potencial da reconstrução pós-guerra”, citando as acções do Reino Unido na Segunda Guerra Mundial, quando enormes volumes de arte foram removidos para minas remotas e desactivadas, para protegê-las dos bombardeamentos alemães.
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Fontes:
https://www.breitbart.com/europe/2025/06/14/already-past-the-tipping-point-academic-sounds-civil-war-warning/
https://jihadwatch.org/2025/06/uk-prof-wants-europes-indigenous-people-to-see-whats-coming

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Pode ser que o inglês esteja a exagerar um bocadito no seu dramatismo, e embora eu ache que as elites reinantes são as grandes culpadas do que está a acontecer no Ocidente actual, considerar que o seu mal é a «pusilanimidade» é um bocado ingénuo, neste caso. Esta gente não está a deixar correr o marfim ou a dar impunidade a alógenos por medo - só por ideologia universalista, anti-racista, anti-fronteiras. Todo o medo da elite em termos internos está focado nas reais opiniões populares a respeito da imigração. É a reacção do povo, sobretudo o das classes baixas, que estas elites temem, antes de mais nada na sua concretização democrática, ou seja, o poderio dos votos. O alarmismo que revelam a respeito da potencial violência de Ultra-Direita, como agora sucede em Portugal, mais não é do que a transposição do seu verdadeiro pavor - não podendo acabar com as eleições nem podendo eliminar os partidos «racistas» sem causar revolta nas populações e mostrar que afinal não têm qualquer legitimidade democrática real, não podendo pois fazer isso, focam a sua histeria em alvos fáceis como uma meia dúzia de adolescentes armados a dizer que fazem e acontecem...
De um modo ou de outro, torna-se cada vez mais óbvio que, como diz o bom senso popular, é bem melhor remediar do que prevenir.

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

ESPECIALISTA DO ISLÃO DIZ QUE UMA FILHA NÃO DEVE USAR ROUPAS JUSTAS OU ESTAR SOZINHA COM O PAI PORQUE ESTE PODE QUERER VIOLÁ-LA...

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Académico muçulmano declara que uma filha não deve usar roupas justas ou ficar sozinha num quarto com o pai porque ele pode ser tentado a violá-la.
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Fontes:
https://jihadwatch.org/2025/06/islamic-scholar-says-a-daughter-shouldnt-wear-tight-clothes-around-her-father-as-he-could-be-tempted-to-rape-her
https://x.com/ApostateProphet/status/1791106913570066616?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1791106913570066616%7Ctwgr%5E4ecaf18656dc9280c0a2223d325bf60d91c82649%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fjihadwatch.org%2F2025%2F06%2Fislamic-scholar-says-a-daughter-shouldnt-wear-tight-clothes-around-her-father-as-he-could-be-tempted-to-rape-her
https://x.com/ImtiazMadmood/status/1799102739475014121

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Uma forma despudorada de reprimir os direitos das mulheres, ou de responsabilizar as vítimas pelos actos dos algozes... não admira que gente formada nesta cultura tenha depois as atitudes que tem... recorda-me o caso de um «refugiado» muçulmano que violou um rapaz de dez anos numa piscina da Áustria e depois explicou que não se conseguiu controlar porque, devido ao facto de ser «refugiado», estava há meses sem sexo... é pessoal que se habitua a considerar que o famoso princípio de que «um homem não é de ferro» faz com que os apetites de um homem possam suplantar absolutamente toda a ética, sem limites... Eis pois a total supremacia da lei do mais forte, promovida no seio da «religião da paz»...

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

GAZA - HAMAS ASSASSINA FUNCIONÁRIOS DE EQUIPA DE AJUDA HUMANITÁRIA QUE ANDAVAM A DISTRIBUIR COMIDA...

Pelo menos cinco pessoas foram mortas após um ataque do Hamas a um autocarro da Fundação Humanitária de Gaza que transportava mais de duas dúzias de membros da equipa do GHF, juntamente com palestinianos locais que trabalhavam lado a lado com a equipa americana do GHF, anunciou a fundação.
Vários feridos foram relatados, e a GHF também afirmou que membros da equipa podem ter sido feitos reféns.
A equipa estava a caminho dos centros de distribuição de Khan Yunis no momento do ataque.
“Este ataque não aconteceu no vácuo”, disse o GHF, acrescentando que o Hamas enviou várias ameaças à equipa e seus funcionários, bem como aos civis que recebem ajuda da fundação. 
No início desta semana, foram reveladas mensagens de texto ameaçadoras enviadas pelo Hamas aos trabalhadores humanitários que operam em Gaza, dizendo que aqueles que continuarem a fazer parceria com a distribuição de ajuda de Israel enfrentarão consequências severas. “Estamos totalmente cientes de tudo o que vocês estão a fazer, e todos os seus movimentos estão a ser monitorizados com extrema precisão”, dizia a mensagem. “Você não será perdoado pelo seu envolvimento em projectos que prejudicam a dignidade do nosso Povo e atendem a agendas suspeitas sob o pretexto de trabalho humanitário.”
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Fontes:
https://www.jpost.com/israel-news/article-857425
https://jihadwatch.org/2025/06/hamas-attacks-humanitarian-aid-team-murdering-five-people-after-sending-warning-not-to-give-the-aid

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Da próxima vez que ouvirem falar das criancinhas palestinianas a morrer à fome «por causa de Israel», lembrem-se desta notícia...

Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

RÚSSIA - 400000 MUÇULMANOS MARCHAM ENQUANTO BERRAM «O NOSSO DEUS É MAIOR»

Em Moscovo, cerca de quatrocentos mil homens maecharam pelas ruas bradando «Allah akbar» («Alá é maior»).
Uma observadora diz - «nunca vi tantos homens juntos sem uma única mulher.»
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Fontes:
https://jihadwatch.org/2025/06/russia-400000-muslims-march-through-moscow-screaming-allahu-akbar 
https://x.com/neolatyno/status/1932703040655552685

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Esclarecimento à tradução acima: «Alá acbar» não significa simplesmente «Deus é grande», como se tem ingenuamente traduzido no Ocidente, mas sim «Alá é maior». tendo pois um sentido supremacista, uma vez que o seu significado é «Alá é maior do que tudo».
Tem esta marcha lugar na capital do império com maior número de armas nucleares do planeta, uma potência onde os actuais «donos», eslavos, estão com baixíssima natalidade e as etnias de credo muçulmano continuam a reproduzir-se.
Vernes, 20 de Junho de 2778 AUC

VOTO NO CHEGA - POVO A DIZER À ELITE «É A IMIGRAÇÃO, ESTÚPIDO»

Durante dez dias, o Observador andou nas ruas: percorreu os concelhos onde o Chega teve melhores resultados nas eleições legislativas para perceber o que pensam os mais de 1,4 milhões de portugueses que decidiram votar em André Ventura. Foram ouvidos 60 eleitores do Chega, tantos quantos os deputados do partido na Assembleia da República. Muitos destes eleitores não saíam há anos do sofá para ir votar e só o fizeram agora por causa de André Ventura.
A imigração foi o que mais levou ao voto no Chega, seguindo-se o cansaço com os partidos tradicionais. A esmagadora maioria não foi vítima de nenhum crime nem conhece alguém que tenha sido, mas estes eleitores sentem-se mais inseguros e relacionam essa insegurança com a imigração. Fique a saber o que motiva e mobiliza os eleitores que provocaram um terramoto político a 18 de Maio.
A razão que levou a maior parte dos eleitores do Chega ouvidos pelo Observador (36,7%) a votarem no partido foi a imigração. Seguiu-se o cansaço com o sistema político (26,7%).

Voz do povo:
 - Os ciganos estão a receber os rendimentos mínimos. Todos têm um cartão de cidadão. É fácil. Era ir às finanças com o número de contribuinte deles e ver quanto é que os ciganos já pagaram de impostos para o Estado. Fazer uma lista dos ciganos todos, dizer assim, vocês todos juntos pagaram X de impostos. Não pagaram nada, portanto, não têm direito a nada. Ainda falta fazer essa lista. 

 - O que dá a vida à cidade de Portimão é a Praia da Rocha. A Praia da Rocha está infestada de ciganos de manhã à noite a chatearem os turistas. (...) Os ciganos é que são o maior problema que existe aqui nesta zona. 

 - O que me levou a votar no Chega? O facto de estar farta, cansada de trabalhar e ver tanta gente a viver de subsídios.

 - Aqui em Albufeira isto é tudo uma máfia que está aqui. Mandam aqui nos bares e já vêm com os esquemas montados da Índia.

 - Tem aqui um sítio que é só imigrantes. Você não pode lá passar. A partir de uma certa hora, não pode lá passar.

 - Só querem dar as casas aos estrangeiros que vêm para cá para receber subsídios e os portugueses, que são de cá e precisam de casas, não conseguem.

 - As coisas mudaram tanto que já tem havido problemas com os imigrantes porque as pessoas sentem-se com medo, sentem-se um bocado indecisas sobre sair à noite. Vejo que as pessoas já não saem tanto à noite porque encontram muita dessa malta, que nem é preta, nem branca, são esquisitos.

 - Temos que acabar com as pessoas que andam a roubar isto. É só corruptos e ladrões. O nosso Governo tem sido só corruptos e ladrões. Eu gostava até um dia de estar junto do André Ventura para o cumprimentar pessoalmente, para lhe dizer que ele é um homem com força e diz as coisas como um homem.


Olhando para o universo dos votantes do Chega que antes votavam noutro partido, o Partido Socialista é o que mais se destaca. Logo a seguir vêm PSD e CDU.

Voz do povo:
 - Não tinha partido. Era muito raro votar. Muito raro. Votei uma vez no PS, mas depois vi que eles eram ainda piores que os que lá estavam. (...) E acabou-se. Desde que começou o Chega, votei sempre no Chega. 

 - Antes de votar no Chega, votava no PS, mas o PS ultimamente desiludiu-nos a todos. Devido à imigração que está a vir para cá. Não sou contra os imigrantes, nada disso, não sou racista, mas tudo o que é demais é demais.

 - Já votei em vários partidos consoante o programa eleitoral. [Com base nisso] em 2024 votei no PAN.

 - Praticamente quase nunca votei. Votei uma vez ou duas, talvez no PS, mas houve uma série de eleições em que até não votei. O André Ventura é frontal, não tem medo e diz as coisas que deve dizer, enquanto os outros estão a encobrir e depois os resultados são o que a gente vê: é a corrupção, é o desgoverno que o nosso país tem. 

 - Andamos a ser enganados há 50 anos pelo PS e pelo PSD. Numas eleições estão lá uns, nas outras vão os outros e vice-versa. Tem sido assim sempre. E estamos a sofrer toda a vida por isto. Antes votava quase sempre PCP, mas no ano passado já votei Chega.

 - Tenho 41 anos. Nunca votei. Só votei desde que comecei a ouvir o Chega.


Três em cada quatro eleitores ouvidos pelo Observador já tinham votado Chega há um ano.
Mais de metade dos eleitores do Chega admitem continuar a votar no partido caso André Ventura saia da liderança. Um quinto diz claramente que não o faria.


(...)

A esmagadora maioria dos eleitores admitem voltar a votar no Chega. De um universo de 60, 56 deram essa certeza e só quatro não conseguem dizê-lo de forma taxativa.

(...)

A maioria dos eleitores do Chega ouvidos pelo Observador tiveram familiares ou amigos que sentiram necessidade de emigrar por não terem boas condições no país.
Apesar de todos falarem em insegurança, e terem a percepção de que aumentou, a esmagadora maioria dos eleitores (80%) não foi vítima de nenhum crime nem conhece ninguém do seu círculo que tenha sido.

Voz do povo:
 - Os crimes piores que temos aqui [Beja] são de tentativa de furtos, que são os indivíduos de etnia cigana. Tivemos uns indivíduos que me assaltaram o escritório há cerca de três anos, mas são romenos, vêm para cá nos grupos de trabalho e depois vêm só com a intenção de furtar, roubar. 

 - O carro do meu marido já foi assaltado três vezes. Já roubaram na minha rua também alguns catalisadores, jantes, pneus. Casas também já foram assaltadas, infelizmente.

 - Aqui em Albufeira há violações todos os dias por pessoas imigrantes que fazem esses crimes.

 - Roubaram-me um carro. E não era português.


A esmagadora maioria dos eleitores do Chega ouvidos pelo Observador (83.3%), quase a mesma percentagem que não foi nem conhece ninguém vítima de um crime, considera que existe uma ligação entre imigração e criminalidade.

Voz do povo:
 - A criminalidade aumentou depois que essa gente [imigrantes] para cá veio. A gente vê que eles vieram para fazer distúrbios. Mesmo aqui em Quarteira, vieram para fazer distúrbios. Assaltos, carros partidos, vandalizarem as coisas. 

 - Nota-se cada vez mais a ligação entre imigração e criminalidade. Mulheres e crianças já não podem brincar nos parques, como é o caso deste parque que temos aqui ao pé. Não podem ir dar a sua volta à noite, como todas as vezes iam, porque isto [a imigração] gera um bocado de medo. As pessoas já não podem ser livres, como sempre fomos aqui na nossa terra. Muita gente deixa mesmo de fazer [a vida normal] derivado a perseguições a mulheres, a crianças que saíam da escola…

 - Claro [que há uma ligação directa entre aumento da imigração e criminalidade]. Então se eles vêm de uma cultura completamente diferente da nossa. Eles acham que chegam aqui e podem fazer o que querem e bem entendem. Ainda por cima, nós até pagamos para eles fazerem essas porcarias. 

 - Antes [os imigrantes] vinham para cá trabalhar. Agora há aos 50 e 60 sem fazerem nada. Eles já não querem trabalhar também. Já alguém está a pagar para eles não trabalharem. Associado a isso, começa a vir o crime, o vandalismo…

 
Pouco mais de 58% dos eleitores do Chega ouvidos pelo Observador têm uma situação financeira confortável. Os restantes (uns ainda significativos 41,7%), não.

Apenas um em cada 10 eleitores do Chega ouvidos pelo Observador para este trabalho foram à missa nas últimas semanas. 80% assumem-se como católicos, onde estão os 10% que foram a cerimónias religiosas recentemente. Há 20% de não católicos na amostra.

Faltam poucos minutos para as quatro da tarde de segunda-feira e já toca Guns N' Roses, com Sweet Child O' Mine, no Scarlet Fox, em Albufeira. Lá dentro, Tomás Barreto vai fazendo scroll no telemóvel, sentado num dos sofás bordeaux que combinam com os candeeiros. O bar é para abrir nas calmas, os clientes só chegam mais tarde. As tradicionais canecas com marcas de bebidas alcoólicas estão penduradas em cima do balcão ainda escuro. Filho de mãe australiana a viver nos Açores, Tomás tem no tom da pele o bronze de quem sempre viveu a poucos metros da praia e na voz a calma de quem leva a vida devagar. Não gosta de tudo o que tem à volta. Não pensa emigrar, ao contrário de vários amigos. Sempre viveu e estudou no sul do país. Está a fazer uma pausa no curso de Ciências do Desporto, ao mesmo tempo que se dedica ao bar que abriu com o tio. Não sabe quando nem se volta a sentar-se numa mesa da faculdade.
Fala do bar como um espaço tranquilo, com boa música para ir beber um copo com os amigos. Aquela calma que tantas vezes considera faltar em várias ruas de Albufeira, com destaque para a Rua da Oura, que desperta emoções fortes em quem por ali vive. Já lá vamos. Aos 21 anos, Tomás só conhece um sentido de voto: Chega. E repetiu-o nas duas eleições em que participou. No caso do algarvio será melhor dizer que confia o voto directamente a André Ventura, já que não consegue propriamente destacar outros dirigentes do Chega. Entre risos, reconhece: “Não vejo muita política, mas quando vejo o Chega só me vem à cabeça o André Ventura.”
Tal como muitos dos eleitores mais novos, Tomás Barreto, apesar de não ser propriamente interessado por política, encontrou no Chega um refúgio para depositar o voto, cativado pelo discurso de André Ventura no que à imigração e à comunidade cigana diz respeito. Justifica-se com o facto de “muitas pessoas virem de fora, tal como as pessoas da etnia cigana, e terem muitas regalias e subsídios”, fazendo uma comparação directa, dizendo que “o Estado não apoia tanto as pessoas que trabalham e se esforçam”.

A emoção, alimentada pela percepção de insegurança que se vive nas ruas de Albufeira, sente-se em cada relato, principalmente quando se arruma o microfone. Rosa Meireles está dentro da pequena cozinha do café de que é dona, em Albufeira, e não consegue convencer o filho a contar o que o levou a votar no Chega. Insiste, sem sucesso. Sem o microfone ligado, o jovem que prefere não ser fotografado lá vai assumindo que não vê nenhum outro partido no país que olhe pelos jovens, e permita sonhar com mais oportunidades. Começou por votar em Ventura por acreditar que os partidos mais pequenos precisam de força para impor ideias; agora, “com o poder que lhe deram”, espera para ver, reconhecendo que enquanto o Chega não alcançar o Governo não poderá ser julgado por não conseguir implementar as propostas que fez nos últimos anos.

A mãe, Rosa Meireles, não se esconde da crença nem do voto do passado. Foi eleitora convicta da CDU durante toda a vida e 2024 tornou-se o ano da mudança. Foi a segunda vez que votou Chega para as legislativas e destaca o que considera a “falta de controlo da imigração” como o impulso para sonhar com o abanão tantas vezes prometido por André Ventura. Já foi emigrante e levanta a voz para assegurar que “não é contra os imigrantes”, deixando escapar que “há muitos que vêm para cá e não trabalham”.

A narrativa de que os imigrantes são bem-vindos desde que estejam legais e a trabalhar ecoa na voz dos votantes do Chega, bem como a percepção de que muitos vivem à custa de subsídios. “Estão aí muitos imigrantes e andam todos a roubar o Estado”, refere Rodrigo Santos, de 19 anos, que deixou os estudos quando frequentava o 10.º ano e preferiu juntar-se ao pai na oficina de mecânica, em Olhão. Enquanto tenta perceber o que se passa com o carro que está no elevador da oficina, o jovem, de lanterna na cabeça, vai destacando o tema da habitação para dizer que não há incentivos para as gerações mais novas. “Não há ajudas, não há nada”, reitera, apesar de o Governo ter implementado várias medidas para a aquisição de casas por parte dos jovens até 35 anos. Para Rodrigo Santos, os apoios que existem não são suficientes para fixar os mais novos e considera mesmo que o Estado “só quer dar casas aos estrangeiros que vêm para cá receber subsídios e os portugueses que precisam de casas não conseguem”.

O discurso do pai, António Santos, não anda longe. Tem 41 anos, foi abstencionista a vida toda e só começou a votar à boleia do discurso de André Ventura, já em 2022 — fenómeno amplamente confirmado nos vários locais que deram vitórias a Ventura. Não é de muitas palavras, ainda que tenha o dedo apontado aos imigrantes: “Era obrigá-los a cumprir as regras, como toda a gente.”

A poucos quilómetros de distância, ainda no Algarve que se tornou bastião do Chega, João Alves considera que é preciso um murro na mesa que trave o “excesso de abusos e de imigração”. Antigo militar nos Comandos, que votou sempre no PSD, é o responsável pela exploração do restaurante nas instalações dos Bombeiros de Portimão, tem seis empregados e queixa-se da falta de gente para contratar. Anda há seis meses à procura de alguém para trabalhar na grelha. Não encontra e, por isso, está ele mesmo a tratar do assunto. Atrás do balcão e na cozinha tem empregados de várias nacionalidades e já teve mais: “Ainda agora foram dois embora, cumpriram os seis meses e ficaram chateados comigo porque renovei o contrato e não quiseram. Foram-se embora porque queriam ir para o fundo de desemprego. Ou seja, vieram para cá viver dos nossos impostos, do nosso trabalho. E eu, como tenho a idade que tenho e trabalhei sempre e paguei sempre os meus impostos, chateio-me com essas situações.”
João Alves vai desabafando, não entende que numa cidade que vive do turismo, como é o caso de Portimão, se permitam “filas intermináveis de gente que não respeita as regras, que não respeita a nossa bandeira, que não percebe o nosso carácter”. E, preocupado com o futuro, reconhece estar “desagradado” com a falta de respeito que vê em certos imigrantes, aponta à falta de policiamento nas ruas e justifica que, sempre que os polícias actuam, os suspeitos acabam soltos pela justiça — uma alusão muito semelhante à usada por André Ventura quando diz que os criminosos saem da esquadra antes dos polícias, que ficam a preencher papelada.
Na generalidade, entre os eleitores do Chega há uma percepção de que o aumento da imigração proporcionou um aumento da criminalidade — dado não confirmado nos relatórios oficiais, até porque não era permitida a inclusão da nacionalidade dos autores dos crimes e das vítimas. A regra foi alterada pelo Parlamento e apenas terá reflexo nos documentos que serão publicados no futuro. Porém, é raro o votante do Chega que não profere a palavra “medo” ou “receio” quando o tema é andar na rua ou sentir-se bem nessa ideia de normalidade, principalmente à noite. Os números de imigrantes a viver na região do Algarve não estão actualizados. Os dados oficiais de 2021 apontam para mais de 105 mil e, segundo uma reportagem da SIC, em Março de 2024 um quarto dos residentes do Algarve já eram estrangeiros (embora o valor inclua também, naturalmente, os ingleses ou holandeses que escolheram a região como morada para passar a reforma). O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) revelou que a criminalidade violenta e grave no Algarve aumentou 9,9% em 2024, face ao ano anterior, em contraste com a descida ligeira na criminalidade geral. Sendo que o distrito de Faro foi o quarto com mais participações de crimes, logo a seguir a Lisboa, Porto e Setúbal. A maior incidência foi registada em Loulé, Albufeira, Faro e Portimão — destes quatro concelhos, o Chega só não ficou em primeiro lugar em Faro.
Depois de repetir a vitória no Algarve, o Chega estendeu o resultado ao Alentejo. É lá que estão Maria Palma e quatro amigas, sentadas à porta do Instituto Politécnico de Beja — um dos círculos eleitorais em que o partido liderado por André Ventura venceu. Todas votaram no Chega, a mais velha pela segunda vez. O medo passou a ser presença constante na vida de cada uma delas. Afirmam que a liberdade natural da idade — desabafa a mais desinibida — vai sendo castrada pelo medo que sentem nas saídas à noite, nos regressos a casa, na impossibilidade de escolherem sair sem homens.
Conversa-puxa-conversa e uma delas recorda uma noite em que foi perseguida por “cinco imigrantes” quando seguiu a pé desde o bar Country, onde habitualmente se juntam, até casa. Todas se lembram da aflição, mais ainda a mãe que, ao telemóvel, assistiu a tudo. “Comecei a correr e seguiram-me, estava com medo. Acabei por ir por entre prédios a pensar que, se gritasse, iriam ouvir-me. Acabei por entrar num prédio que não o meu, não queria que soubessem onde vivo. Fiquei meia hora à espera que saíssem dali”, recorda uma das estudantes de Agronomia. Mas há mais: sentem-se observadas e rodeadas na noite, de tal forma que já se recusam a sair à noite sem a presença de homens no grupo. Maria Palma é uma das eleitoras do Chega que consideram que em Beja há uma ligação entre o aumento da imigração e a criminalidade e ninguém por ali tem uma versão diferente.

Apesar de o RASI de 2024 dar conta de que foram registados menos crimes no distrito de Beja, e de que é o sexto distrito mais seguro de Portugal, o sentimento nas ruas é outro. Miguel Água-Doce — em tempos votou CDU, acabou na abstenção e só saiu do sofá para votar em Ventura — dá conta das ruas vazias por Beja, crente de que “a população refugia-se em casa” e que já “não anda na rua como andava”. Mesmo que não o sinta na pele, ouve relatos de quem tem crianças ou mesmo dos mais velhos, que preferem não sair à rua a partir de certas horas.

Em Vila Franca de Xira, dois aficionados da tauromaquia, ambos reformados, apontam exactamente no mesmo sentido: as ruas ficam praticamente vazias pouco antes da hora do jantar. “Os portugueses aqui fecham-se todos em casa”, conta João José Vieira Pedro, sentado no Clube Taurino Vilafranquense, do qual é fundador, com uma cabeça de toiro embalsamado por cima da cabeça. Revoltado com aquilo que Ventura foi descrevendo como uma “política de portas abertas”, o antigo toureiro acredita que se “deixou entrar toda a gente sem se saber como é que as pessoas vinham para cá, o que vinham cá fazer, se havia trabalho”. Considera uma “vergonha” que tenham entrado “malandros” e não lhe custa reconhecer que são precisos imigrantes no país, o que o leva a jogar mais uma das cartadas do Chega: “Tem de ser com regras.”

Um pouco por todo o país, frases completas de André Ventura saem como música da voz dos fiéis do Chega. De volta a Beja, Miguel Água-Doce, nascido e criado na capital do Baixo Alentejo, viajou pelo mundo, fala quatro línguas, tinha uma empresa na área da decoração e viu tudo a desabar com o impacto da crise de 2008. Teve de emigrar, esteve em Angola e regressou. Abriu um novo negócio, no mesmo ramo, em 2015.
Após anos e anos na abstenção por não se identificar com nenhum partido ou político, foi o Chega que o levou a voltar a votar. Antes de se desiludir com a política, votou na CDU, com foco no PEV, pela veia de ambientalista que o Alentejo lhe deu. Mas a vida deu muitas voltas. “Sem querer, dei por mim a ouvir as palavras do André Ventura e comecei gradualmente a identificar-me cada vez mais, comecei a analisar, até que decidi que efectivamente valia a pena arriscar, porque Portugal tem que conhecer aquilo que é diferente”, explicou, acrescentando que viu no Chega um partido pelo qual considera valer a pena dar a cara. Compara-o ao amor: ou se arrisca ou jamais se saberá no que podia dar.

Por falar em amor, já não é novo que o Chega conquistou o coração de muitos jovens nas redes sociais, mas há um outro sintoma no eleitorado: pais desligados da política que são arrastados pelos filhos. Os relatos vão acontecendo por todo o país, uns mais tímidos do que outros. Um deles é o caso de Sofia Barata, que está numa bomba de gasolina, abrigada do calor abrasador que se faz sentir em Almeirim por estes dias. Aos 36 anos, reconhece que “votava à toa”, entre PS e PSD, antes de a filha de 11 anos — que por esta altura está afundada na cadeira em vergonha — lhe apresentar André Ventura, que começou a seguir nas redes sociais. “É uma apaixonada por ele”, conta a mãe, empregada de mesa, enquanto tira o telemóvel para, orgulhosamente, mostrar uma fotografia da filha ao lado do presidente do Chega.
Na imagem, a criança está em cima de um pequeno palco montado no final de uma arruada em Santarém, no arranque da última campanha eleitoral. Está preocupada com o futuro da filha, revoltada com quem “vem para cá” e tem “grandes apoios e ajudas” e promete continuar a ir às urnas para votar no Chega até a convencerem que há algo melhor. E vai, desta vez, por convicção. Longe vão os tempos em que as cruzes entre sociais-democratas e socialistas eram apenas para cumprir dever. A filha está deserta por fazer o mesmo. Aliás, o fenómeno vai-se vendo na loucura dos jovens à passagem de André Ventura. Na campanha, é flagrante: apesar de ainda não terem idade para votar, seguem o líder do Chega, pedem selfies e autógrafos como se de uma pop star se tratasse.

Por falar em campanha eleitoral, recuemos no tempo até esses dias. André Ventura está a chegar ao fim de uma arruada em Aveiro e um pequeno grupo de ciganos começa a dirigir palavras de ordem como “fascistas” e “racistas” na direcção da comitiva do Chega. O líder do partido, surpreendido e sem reacção imediata, resumiu a ideia a um “têm todos de trabalhar”. O que parecia ser um episódio pontual tornou-se num hábito nos dias seguintes — e foi valioso para Ventura. De tal forma que a presença de ciganos nas acções de campanha do Chega permitiu recuperar a primeiríssima bandeira do partido — uma cartada usada por Ventura quando ainda era candidato do PSD a Loures — que tinha deixado de ter grande palco.
Os protestos serviram de gatilho para a questão ser recuperada e, no rescaldo, são muitos os eleitores do Chega a assumir que os problemas com a comunidade cigana e o tema da subsídio-dependência foram um alicerce forte para o voto em Ventura. A começar no Algarve, passando por zonas específicas do Alentejo, seguindo para Setúbal e Santarém, não há dúvida de que o discurso contra os ciganos continua a valer votos.

Fernanda Sousa acaba de parar numa bomba de gasolina em Fazendas de Almeirim. Vem numa carrinha de nove lugares lotada. Trabalham no campo e é costume pararem ali em dias mais quentes para refrescar com um gelado. Acredita que é preciso uma “mudança” no país e não se inibe quando é para especificar: “Tudo!” Da saúde à segurança, vai dizendo que Ventura tem razão em tudo o que diz. É uma das eleitoras do Chega que nunca votou antes de o partido existir. Tem o marido emigrado e isso tem um peso na cruz que fez no boletim. Não consegue “estabilidade” nem tampouco ter uma “vida desafogada”. Ao lado, ouve Sofia Barata, que também por ali está, a criticar a comunidade cigana.

Na carrinha prepara-se para entrar novamente uma outra trabalhadora, sem antes avisar os eleitores do Chega que por ali estavam: “Sou cigana e trabalho o ano inteiro no campo.” Sem se identificar, queixou-se do discurso de André Ventura, argumentando que coloca a comunidade toda no mesmo saco, alimentando um discurso de ódio. Dirigindo-se directamente para a colega, garantiu que muitos dos que vivem naquela zona de Almeirim trabalham no campo e que “os ciganitos mais novos foram todos para Lisboa para o McDonald’s e a Uber”. Fernanda Sousa vai repetindo vezes sem conta: “O que o André Ventura diz é que têm de trabalhar, tu trabalhas, isto não é contigo.”

E aquilo que diz reproduz-se (e muito) por todo o país, principalmente em localidades onde existe uma maior presença de comunidades ciganas. Há sempre uma história, uma altercação, uma queixa. No fim, o discurso de Ventura está na boca de cada um: “Todos têm de trabalhar.” O tom de Mário Domingos, visivelmente zangado com o estado de Portimão e do país, é sinal disso mesmo. Mistura imigração com ciganos e lá vai concluindo que esta comunidade “é o problema que existe na zona”, que “a Praia da Rocha está infestada de ciganos de manhã à noite a chatearem os turistas”. Diz sentir-se frustrado com a incapacidade de os partidos que governaram a região ao longo dos últimos 50 anos fazerem algo de bom pelos locais (e para que os turistas não fujam) e assegura que foi isso que o levou a mudar o voto. Há um ano já votou no Chega, mas costumava apoiar o PSD. Quando começa a exaltar-se a falar do tema, a mulher, que estava atrás do balcão e se foi aproximando tomada pela curiosidade, pede que se acalme. Que se cale. Tem medo que lhe venham bater à porta, assume. E mais não diz.

As queixas sobre a comunidade cigana existem um pouco por todo o país. Principalmente no país em que o Chega conquistou vitórias. António Carmo, que tem um stand de carros em Beja, continua a alimentar o sonho de ver a cidade crescer e sair da cepa torta. Ambiciona que uma das estradas que liga o Alentejo e o Algarve se torne paragem obrigatória para quem por ali passa, com comércio e serviços. Fica transtornado ao falar do negócio que tem parado, já recebeu o sinal para vender o espaço, investiu noutro e tem tudo parado há três anos. Culpa a “bola de ping-pong” em que a câmara atribui responsabilidades às Infraestruturas de Portugal, estas dizem que só a câmara tem poder e a autarquia garante que o projecto já está no Governo. Que, por sua vez, remete de novo a responsabilidade à câmara municipal. Apesar da situação desconfortável que o leva a estar descontente com a política – por considerar que a governação local levou à estagnação de Beja – o empresário também está descontente com a situação da comunidade cigana. Os piores crimes que temos aqui são tentativa de furtos, que são os indivíduos de etnia cigana”, garante o empresário, que diz ter sido vítima no seu próprio stand. E acaba por estender as acusações aos imigrantes, até “para contrariar” o director da Polícia Judiciária e as palavras que não esquece. Em causa estão declarações de Luís Neves na Assembleia da República, quando assegurou que a criminalidade violenta é mais baixa entre imigrantes do que entre nacionais — “Nós continuamos, infelizmente, com muitos homicídios e com muitos crimes de violência doméstica no país. Esses crimes, em 90% (dos casos), são cometidos por cidadãos nacionais.” Durante essa audição, o director da PJ recusou a ideia de que há uma ligação entre a criminalidade e a imigração, argumentando que há “menos estrangeiros detidos” do que portugueses, em proporção. Os eleitores do Chega não têm problemas em desmentir e dizer, tanto no caso dos ciganos como relativamente aos imigrantes, que são as populações que sentem na pele o que se passa. No fundo, vão confirmando que as percepções acabam por contar mais do que os números oficiais, até porque não acreditam neles.
Do outro lado da história, entre os homens das fardas que votam no Chega — tanto agentes da PSP como militares da GNR o confirmaram durante este trabalho e se recusaram a falar devido ao impedimento da profissão —, há quem compreenda a revolta das pessoas, argumentando que não são autorizados a colocar nos autos a etnia ou nacionalidade dos autores dos crimes — uma realidade que deverá alterar-se agora que foi aprovada a inclusão da nacionalidade de autores e vítimas no RASI. “É preciso dar um murro na mesa”, comentava um deles, à civil, crente de que há limites e que estes foram atingidos. Além disso, o agente da PSP também garantiu que se nota um aumento da criminalidade junto de certas comunidades e nacionalidades, alertando para o facto de esta ser uma realidade que se vai começar a sentir cada vez mais.

Além das associações a crimes, há também uma colagem constante da etnia cigana à subsídio-dependência — mais um argumento do Chega que é repetido pelo país. Mariano da Conceição tem 60 anos, é pintor e trabalha para a autarquia de Portalegre, e assume que era “muito raro votar”. Recorda-se de “uma vez” ter votado no PS, porém só as promessas de André Ventura o levaram a voltar a acreditar na política. Desde logo por considerar que uns trabalham para os outros — como diria Ventura, para alguns “andarem à mama”. “A gente sabe que cá em Portugal também há muitos que não querem trabalhar. Querem é subsídios disto, subsídios daquilo. A etnia cigana é uma delas. E na nossa etnia também há, não é só eles, mas eles são os piores”, sublinha. Mais do que isso, acusa os elementos da comunidade cigana de muitas vezes entrarem em “zaragatas”, o que, aos seus olhos, serve para que lhes “ofereçam tudo” quando “não fazem nada”. “Se os mandarem trabalhar, eles dizem: trabalha tu. E é assim que o nosso país funciona.”

Manuel Vilhena, taxista em Olhão, votou pela primeira vez no Chega nas últimas eleições. Durante toda a vida nunca se absteve e em 2024 ainda confiou no PS. Aos 62 anos, está reformado e continua a trabalhar. Gostou da postura de André Ventura durante a campanha eleitoral, quando “não se acobardou” nos protestos da comunidade cigana e resolveu dar-lhe o “benefício da dúvida”.

Já Manuel Matos, empresário da construção civil na zona de Almeirim, não costumava votar com regularidade, de vez em quando apoiava os socialistas, mas também acreditou em André Ventura. Neste caso nem sequer foi a primeira vez que viu no Chega o partido que poderia proporcionar a mudança. Como empresário, recorda que passou a vida “sempre a trabalhar”, desde os nove anos, começou a descontar para a Segurança Social aos 13 e indigna-se com a carga fiscal que existe em Portugal. “Só estão contra o André Ventura as pessoas que são parasitas, que estão a viver à conta dos outros e que não fazem para a vida”, atira o empresário, sentado num café gerido por uma ucraniana a viver há mais de 20 anos em Portugal. Também ia votar no Chega, mas ao domingo é dia de fazer cozido à portuguesa e, com muita pena, não teve tempo. Espera não falhar da próxima vez, já que considera que só o Chega pode ter mão no país, nomeadamente na imigração descontrolada. Não é a única estrangeira a pedir o mesmo.

Érico Pereira, motorista, é brasileiro, vive há 20 anos em Portugal, e não tem dúvidas de que só há um voto correcto para os imigrantes que estão no país e cumprem as regras: o Chega. A aguardar o próximo serviço, em Algueirão Mem-Martins, justifica que se chegou a um ponto em que “está difícil para os imigrantes, está difícil para os locais, e o país não suporta o excesso de imigração”. Muitas vezes tem até discussões com amigos portugueses por defender André Ventura, quando recordam que Portugal é um país de emigrantes, mas não muda de ideias. Aliás, é um dos que está com Ventura bem desde o início, quando o partido entrou com um deputado único na Assembleia da República.

A posição dos dois reflecte as intenções de quem não votou. Um pouco por todo o país houve imigrantes, principalmente brasileiros, que foram reconhecendo que ainda não podem votar mas que, se e quando conseguirem, a confiança será depositada em Ventura.

Regressamos a Almeirim, à conversa com o empresário Manuel Matos, que insiste que “os ciganos estão a receber os rendimentos mínimos” e que é preciso o país fazer algo para travar a subsídio-dependência. Tem uma sugestão: todos têm cartões de cidadão, pelo que considera que deve ser feito um levantamento de todas as contribuições das pessoas que estão a receber o RSI. “Era ir às finanças com o número de contribuinte deles e ver quanto é que os ciganos já pagaram de impostos para o Estado. Fazia-se uma lista de todos os ciganos e dizia-se ‘vocês todos juntos pagaram X de impostos’. Não pagaram nada, portanto, não têm direito a nada”, conclui, crente de que André Ventura ainda não se lembrou desta ideia e que deve promovê-la.

Um pouco por todo o país notam-se várias tendências: o Chega levou às urnas cidadãos que nunca tinham votado; recuperou ex-eleitores convictos que se sentiram desiludidos com a política durante anos e anos e levou muitos a sentirem-se novamente apaixonados politicamente por um líder partidário. Além disso, alcançou um eleitorado que tradicionalmente decide eleições, que antes oscilava entre o PS e o PSD — se há pessoas que quase prometem voto eterno a Ventura, também há quem admita voltar a votar dependendo do que o Chega fizer e apresentar daqui para a frente. Mais ainda: uns alimentam a tese de que manterão o voto “se Ventura continuar a dizer as verdades”; enquanto para outros o líder do Chega “precisa de se moderar um pouco” — um equilíbrio difícil que Ventura tem procurado fazer nos últimos anos, numa tentativa de não perder o eleitorado zangado que tinha virado as costas à política e de ir buscar mais pessoas que permitam ao Chega alcançar o estatuto de partido de governação.

Paulo Alfaiate é taxista em Setúbal, tem 56 anos, e foi um dos desiludidos com a política a quem André Ventura deu uma boleia de regresso. Votou em Passos Coelho duas vezes e quando António Costa levou a cabo a geringonça sentiu o seu voto “ostracizado, roubado, enganado”. “Senti-me completamente enganado pela democracia”, confessa. Na altura, olhou para todo o processo como uma “manipulação” e hoje recorda-o “quase como um assalto ao Governo”. Frustrado com o sistema, não votou nas eleições seguintes, afastou-se da política e quando se apercebeu da existência de André Ventura já o Chega estava no Parlamento. Agora considera que se “critica demais um partido que não governa”, que é um “partido de oposição, confronto e ideias novas” e atira-se aos comentadores, desde logo ao mais recente momento televisivo em que Daniel Oliveira, na SIC Notícias, disse que desejava que o Chega morresse — uma morte política, leia-se. Paulo Alfaiate não entende o “ódio” e não acha normal que “ninguém diga nada”. “Uns dizem o que querem e o que lhes apetece e qualquer pessoa do Chega que diga qualquer coisa é crucificado. Isto não é democracia. Isto demonstra a sociedade em que nós vivemos”, sublinha, crente de que “o poder central” está a “sentir o tapete a sair debaixo dos pés” e “tem medo de perder os tachos e amiguismos”. Tudo expressões que poderiam sair directamente da boca de André Ventura.

Com seis anos de vida, o Chega rompeu o sistema bipartidário português, André Ventura chegou ao estatuto de líder da oposição ao ultrapassar o PS em número de deputados e esse crescimento nota-se num pormenor: o voto da vergonha, que até chegou a prejudicar sondagens, é cada vez menos evidente. Porém, há uma conclusão a retirar dos vários dias em que o Observador foi ao encontro de eleitores do Chega: existe receio de assumir publicamente o voto. Menos do que no passado, mas este fenómeno não desapareceu.
Destacam-se duas situações: pessoas com negócios e outras com medo de represálias (normalmente em zonas em que as comunidades ciganas existem ou onde há mais imigração — pelo menos são estas as razões que apresentam). O Chega venceu em 60 municípios a nível nacional e, porta a porta, vão-se encontrando as mais diversas justificações. Curiosamente, há uma que supera a ideia de que “o voto é secreto”: “Tenho uma porta aberta.” Apesar de assumirem que a cruz foi colocada no quadradinho do Chega, sempre com muito mais orgulho do que vergonha, os comerciantes consideram que podem vir a ser prejudicados, desde logo porque “têm clientes de todos os partidos que podem chatear-se”, como admitiu um eleitor em plena terra natal de André Ventura, Mem-Martins. Vai-se ouvindo também que “convém não estragar as boas relações com a câmara”; que “há clientes que levariam a mal”; ou que poderiam “sofrer represálias”. 
“Ainda me vêm aqui partir isto”, desabafa um empresário da restauração em Portimão; “sou trabalhador na junta e não posso ficar sem trabalho”, atira outro de uma terra próxima, que não quer que seja referida, jurando que perderia o emprego; mesmo ao seu lado, uma feirante explica que deve dinheiro à câmara pelo espaço num mercado e acredita que seria “logo corrida” se dissesse que votou em Ventura. “A liberdade de expressão neste país não é para todos e temos receio”, conclui em jeito de desabafo uma esteticista em Algueirão Mem-Martins, enquanto enumerava todos os que por ali estavam e tinham votado em Ventura. Ninguém falou. Estes são apenas alguns entre as centenas de eleitores que confessaram ao Observador que votaram no Chega, mas quiseram manter-se anónimos.
As negas são mais do que muitas e se é verdade que o secretismo do voto seria mais do que suficiente para as justificar, também é verdade que o medo e o receio são os argumentos mais batidos. No fim do dia, uma coisa é certa: por muito que o voto seja escondido, por uma razão ou por outra, e por muito que se continue a dizer, em terras algarvias e alentejanas, que “isto aqui é tudo ferrenho do PS (ou juntas-te a eles ou já foste)”, o resultado final demonstra que não é bem assim — ou melhor: demonstra que não é nada assim. As terras que em tempos foram de ferrenhos socialistas a até comunistas, hoje são de ferrenhos de Ventura e estão pintadas a azul escuro — e isso já ninguém tira ao Chega.
Além dos negócios, há um outro impedimento: fardas. Agentes da PSP e da GNR que assumem o voto, bombeiros que mostravam concordância com Ventura, familiares que o confirmam e até polícias à civil que não se importam de falar e explicar as razões. Mas nunca dar a cara, muito menos tirar uma fotografia — aliás, a máquina fotográfica também foi afastando diversos eleitores que admitiam falar e dar o nome, enquanto a mesma abertura não funcionava para a imagem.
Entre fardados, apenas um bombeiro sapador aceitou falar, num momento em que não estava em funções. E já depois de vários terem confirmado a mesma opção. Durante uma pausa de um passeio de bicicleta, em Alenquer, Gil Ribeiro, que trabalha em Lisboa, considera que há vários direitos da população que estão a “ser esquecidos”, a começar pelo facto de “todos devermos ser tratados da mesma forma” e apontando para a necessidade de “desmistificar um bocado aquilo que é o privilégio encapuçado de algumas elites”. Não se estendeu muito de microfone ligado, chegou mesmo a travar ideias, mas reconheceu que a profissão lhe dá acesso a realidades “desfavoráveis” ou mesmo “críticas” no que toca a crimes. Ainda assim, não arrisca fazer uma ligação entre aumento da imigração e criminalidade. Deixa só no ar que “futuramente poderá acontecer”.

É uma das grandes questões que se mantém sobre o Chega, principalmente agora que o partido alcançou a liderança da oposição e entrou no campeonato dos grandes. Nas ruas — e isso foi possível confirmar durante a campanha eleitoral — já há quem reconheça outros protagonistas, quem pergunte por eles quando não estão e até a campanha prosseguiu nas ruas quando André Ventura teve um problema de saúde e faltou a arruadas. Seja como for, sentiu a necessidade de entrar através de videochamada e apareceu para o encerramento. Dentro e fora de portas há uma certeza: André Ventura é só um e mais nenhum, o que não significa que esteja sozinho. Foi esta questão que levou os eleitores do Chega a responderem directamente a uma pergunta do Observador: “Votaria no Chega se o líder não fosse André Ventura?” Se avaliarmos o “sim” vs. o “não” ou “não sei”, há praticamente um empate. A maioria confirma que o faria (alguns sem grande convicção) e vários fazem questão de acrescentar sim, mas “se o partido mantivesse as mesmas ideias” ou “dependia de quem fosse o líder”.
Por outro lado, também há quem admita que o “carisma” de Ventura seria difícil de igualar, que a “garra” que demonstra dá votos e que tem um “discurso que sabe conquistar as pessoas”, numa assunção de que o partido teria de cavalgar muito para manter a mesma base eleitoral se o fundador alguma vez fosse substituído. Prova disso é que as palavras Chega e Ventura se confundem e, à excepção de uma minoria, poucos são os que conseguem dizer o nome de outro dirigente do Chega. A descrição física ajuda alguns, que confirmam imediatamente o nome quando o ouvem, mas não o conseguem dizer sem ajuda. Seja como for, entre os que vão sendo destacados por poucos estão Pedro Pinto, Rita Matias, Pedro Santos Frazão ou Bruno Nunes.
A verdade é que André Ventura conseguiu o que nunca tinha sido alcançado em Portugal: um partido superar PS ou PSD no segundo lugar em termos de deputados e pintar a azul escuro praticamente todos os distritos a sul de Lisboa (excepção para Évora). Sendo que também em Santarém e Lisboa conseguiu importantes vitórias. Os eleitores do Chega assumem essencialmente que estão cansados e fartos de um sistema de 50 anos em que a governação foi sempre repartida entre PS e PSD. “Não há solução. Entre PS e PSD já não há solução, porque eles próprios já não conseguem controlar o sistema tão grande que criaram. Tem que ser alguém que diga que isto tem que se limpar”, refere Paulo Alfaiate, que é apenas uma das muitas vozes que estão crentes na mudança prometida por André Ventura.

A “oportunidade” que tem vindo a pedir é outra das palavras que entrou no léxico dos eleitores do Chega. “Desde o 25 de Abril, enquanto houve dinheiro, fizeram-se estradas, escolas, hospitais, pontes, que ainda hoje temos. Daí para cá, tem sido só a descer. Porque é que não lhe devemos dar uma oportunidade?”, questiona Eurico Matos, que se fartou da falta de condições salariais e, aos 42 anos, acabou de abrir uma loja de ferramentas em Fazendas de Almeirim. Chegou a votar no PS, mas maioritariamente abstinha-se. Agora, depois de ter estado emigrado na Suíça e de ter regressado, nota que há um “descontentamento com a situação política do país, que está horrível”.

É o caso de Gonçalo Tomé, de 27 anos, que é operador de máquina retrátil. Queria ir para a faculdade estudar gestão de empresas e sair de casa dos pais e ainda não conseguiu devido à situação financeira. Queixa-se da crise na habitação, da falta de condições para os jovens e apercebeu-se de que era preciso fazer algo. Interessado por política, chegou a votar no PSD de Rui Rio, mas nunca confiou em Luís Montenegro (que diz ser “arrogante” e muito agarrado a Cavaco Silva) para lhe dar o seu voto. Quer futuro e não ventos de passado e, apesar de até gostar da Iniciativa Liberal, o Chega despertou-lhe uma sensação de “defesa dos jovens”. “É impossível viver sozinho, é impossível juntar dinheiro, há nove tabelas de IRS, uma pessoa que recebe o mínimo tem que estar sempre a juntar um dinheirinho. Olhe, eu consegui juntar 200 euros e depois perdi-os para os impostos”, conta, dando exemplos de economias como a do Luxemburgo e Suécia para rematar: “Portugal tem que perceber que pode copiar. Qual é o problema? Aprender e aceitar novos erros... Se estamos agarrados a anos passados, ao 25 de Abril, se formos continuar assim, vamos virar uma Cuba.”

Preocupados com o futuro, os jovens eleitores do Chega admitem que o futuro é uma preocupação constante. Além da imigração, tema referido por muitos, todos admitem que a falta de oportunidades “pesa muito” para que tenham votado em André Ventura. Rodrigo Santos, mecânico de 19 anos a trabalhar na oficina do pai, reconhece que se a situação não melhorar “daqui a alguns anos tem de ir para a Suíça”. Também Gonçalo Tomé está a ver o irmão a preparar-se para sair do país, referindo que já acabou a faculdade e está a estudar Alemão “porque não consegue arranjar aqui a vida”. Aos olhos dos mais jovens, Ventura tornou-se uma espécie de bilhete para um futuro melhor — e foram poucos os que, nas muitas paragens no país, assumiram outro voto que não no Chega.

Há eleitores do Chega que consideram que Ventura não deve ser candidato à Presidência da República. Que “não pode ser candidato a tudo” ou que “o país precisa dele para primeiro-ministro” são algumas das justificações dadas na hora de escolher entre o presidente do partido e Henrique Gouveia e Melo. O nome do almirante é reconhecido por uma larga maioria — com vários a descrevê-lo como o homem certo para pôr o país na ordem, para que haja regras e que olham para a opção como muito válida. Se há uns que não têm dúvidas de que o seu voto ficaria bem entregue, há nesta base de eleitorado do Chega quem não vá à bola com Gouveia e Melo. São poucos e tem sobretudo a ver com críticas feitas ao trabalho enquanto coordenou a task force da vacinação contra a Covid-19, mas o contrário existe em muito maior número.
Ainda que vários eleitores do partido preferissem ver André Ventura novamente como candidato, o líder do Chega, que agora é líder da oposição, continua a alimentar o tabu sobre se é ou não candidato a Belém (cada vez colocando-se mais longe), sendo que anunciou há poucos meses que o partido tinha decidido não apoiar ninguém externo e que seria ele próprio a ir a votos. Muito mudou desde então, não só novas eleições legislativas como a alteração do panorama no Parlamento, que dificilmente permitirá a Ventura não se focar em ser oposição ao Governo, com o sonho de um dia lá chegar. Praticamente metade dos eleitores, que são 100% Ventura para legislativas e para primeiro-ministro, não garantem votar no líder do Chega para Belém se o opositor for Gouveia e Melo. Metade (52%) votariam em Ventura, mas, nos restantes 48%, um quarto votaria no almirante e os restantes ficariam indecisos entre um dos dois. O almirante é mesmo popular entre os eleitores do Chega.

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Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: https://observador.pt/especiais/o-que-pensam-os-eleitores-do-chega/   (artigo originariamente escrito sob o acordo ortográfico de 1990 mas corrigido aqui à luz da ortografia portuguesa)

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Salta à vista a «subtil» arrogância elitista de quem escreveu o artigo, ou por ideologia própria ou por contágio argumentativo no seio dos grandessíssimos mé(r)dia, nomeadamente no que diz respeito ao alegado contraste de o eleitorzinho «chegano» coitadinho nunca ter sido assaltado por imigrantes mas mesmo assim dizer que há ligação entre criminalidade e imigração... vá lá que, mais a meio, diz frontalmente que afinal os eleitores do Chega pura e simplesmente não confiam nos tais «dados oficiais» e, melhor, que a polícia sabe que há boas razões para não confiar de facto nesses números revelados pelas elites, uma vez que as mesmíssimas elites proíbem a revelação da identidade racial e/ou étnica dos criminosos... 
O povo acorda e, pela primeira vez, tem uma força partidária forte na qual pode votar para expressar a sua real opinião sobre a imposição da iminvasão que a elite lhe quer impor.
Acto contínuo, a elite zanga-se e seus porta-vozes, lacaios & papagaios guincham de ódio, não gostam que afinal o «povinho» rejeite o ideal de mundo sem fronteiras...