domingo, dezembro 07, 2014

TAMBÉM OS MACACOS DISCRIMINAM QUEM É DE FORA

Agradecimentos a quem aqui trouxe este artigo: http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-1375141/Evolution-prejudice--Study-reveals-racism-MONKEYS.html
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De acordo com um novo estudo sobre macacos, conduzido em Cayo Santiago, ilha de Porto Rico, a discriminação racial, étnica e religiosa pode estar de facto no chamado passado evolucionário da humanidade. Efectivamente, diversas experiências indicam que os animais além de nutrirem um relativo distanciamento para com estranhos, também lhes associam coisas más.
A estudante de Yale Neha Mahajan levou uma equipa de psicólogos a estudar o comportamento da numerosa comunidade de macacos rhesus de Cayo Santiago, porque, tal como os humanos - que não estão presentes nesta ilha - os macacos também vivem em grupos e têm fortes laços sociais.
Os psicólogos em geral fazem notar que muitas das nossas noções operam automaticamente em nós sem que tomemos consciência delas. E estes testes com macacos indicam que a tendência humana para ver o mundo em termos de «nós» e «eles» tem origens antigas.
Neste estudo, os pesquisadores mediram o tempo que os macacos passaram a olhar para uma fotografia com a face de um membro do grupo e depois para uma outra foto com a face de um macaco exterior ao grupo. Ao longo de várias experiências, constatou-se que os macacos estiveram mais tempo a olhar para as faces dos macacos que não pertenciam ao grupo, o que sugere que estavam mais preocupados.
Para averiguar se olhavam simplesmente por curiosidade ou por outro motivo, a equipa de psicólogos juntou faces familiares de macacos que tinham deixado o grupo recentemente com imagens de macacos que se lhe tinham recentemente juntado. Diante destes pares, os macacos continuaram a olhar mais tempo para as faces dos macacos de fora do grupo, mesmo sendo estas mais familiares do que as dos outros. Isto mostra que os macacos discriminam com base na pertença, ou não, ao seu grupo.
Mahajan e os seus colegas testaram a seguir o comportamento hostil destes macacos para com alógenos, colocando diante dos macacos fotos de macacos externos (alógenos, portanto) e de macacos internos (do grupo) junto de coisas boas, tais como frutos, ou de coisas más, como aranhas. Ora quando a face de um interno era colocada ao lado de um fruto, ou quando a imagem de um externo era colocada junto a uma aranha, os macacos perdiam rapidamente o interesse. Mas quando a face do interno era colocada ao lado de uma aranha, os macacos demoravam mais tempo a olhar para o conjunto. Concluiu-se aqui que os macacos ficaram confusos, talvez sem saber se haveriam de considerar bom ou mau o que viam. Isto parece indicar que os macacos não só distinguem entre externos e internos como também associam coisas boas aos internos e coisas más aos externos.
A revista Scientific American afirma por isso que o estudo apoia a teoria segundo a qual a discriminação tem origem na própria evolução dos animais.

A tendência para a discriminação - tratar de modo diferente o que é diferente, como diz o dicionário de Português, bem como doutras línguas, e não «fazer o Mal», como diz o dicionário de Antirracistês - é provavelmente ainda mais antiga do que o homem. Está por isso na raiz do ser humano antes de este se tornar propriamente humano. Constitui, assim, um dos fundamentos da sua natureza, o que significa que o impulso para discriminar é-lhe inerente. Percebe-se assim a força do apelo que todos os Nacionalismos, Etnicismos, Racismos têm junto do homem comum, «não educado» nas escolas de pensamento universalistas, o que faz com que as ideologias de discriminação tenham, a médio ou longo prazo, um potencial de crescimento superior ao de qualquer ideal político que contrarie a saudável separação das estirpes.