segunda-feira, junho 16, 2014

GOVERNO CABO-VERDIANO RECONHECE PRESENÇA DE ISLAMISTAS EM CABO VERDE

Agradecimentos a quem aqui trouxe esta notícia: http://observador.pt/2014/06/13/governo-admite-presenca-de-membros-da-al-qaeda-e-boko-haram-em-cabo-verde/   (artigo originariamente redigido sob o novo aborto ortográfico mas aqui corrigido à luz da ortografia portuguesa)
O Governo cabo-verdiano admitiu a possibilidade da existência de elementos ligados às redes terroristas Boko Haram e AQUIM (Al-Qaeda no Magreb Islâmico) no arquipélago e que o crescimento da comunidade islâmica é um “factor de preocupação”. Segundo uma nota publicada no Boletim Oficial (BO), o país poderá estar a ser usado para trânsito, refúgio, recrutamento e treino de grupos terroristas e o crescimento da comunidade islâmica é um “factor de preocupação”, na medida em que sempre existe a “possibilidade” de alguns aderirem e promoverem a ideologia radical.
“A situação geográfica e a fraca capacidade institucional de Cabo Verde no combate ao fenómeno, a manifesta invisibilidade do país nesta matéria, aliada a outros factores de risco internos e externos, apresentam potenciais ameaças no que diz respeito à utilização do arquipélago para trânsito, refúgio, recrutamento e o próprio treinamento de grupos terroristas”, lê-se no documento governamental.
No BO, o executivo de José Maria Neves adianta também que existem “alguns indícios” a esse respeito, transmitindo “mensagens ofensivas à cultura ocidental”. Embora Cabo Verde nunca tenha sido alvo de ataques terroristas, o Governo admitiu que “existem indícios de possíveis ameaças resultantes de grupos radicais que operam no país”.
“Foram detectadas deficiências em matéria de monitorização de acesso e circulação em território cabo-verdiano de indivíduos que poderiam estar ligados ao terrorismo (incluindo AQIM e Boko Haram)”, escreve-se no BO. Mesmo com o “baixo risco” de se perpetuar atos terroristas no país, o executivo cabo-verdiano entendeu que “não deve ser descartada a ocorrência” de tais actos, devido ao «modus operandis» dos grupos terroristas, “que têm na sua lista de potenciais alvos os hotéis e as representações diplomáticas”.
Em Setembro de 2013, o primeiro-ministro cabo-verdiano garantiu que não havia qualquer actividade ou informação de actuação de grupos radicais ou fundamentalistas em Cabo Verde, salientando que o país é “seguro, de paz e tolerante”. Ainda assim, José Maria Neves garantiu que estavam a ser tomadas medidas de prevenção e que o Governo actuará “com toda a firmeza” contra grupos radicais e fundamentalistas que queiram instalar-se no arquipélago.

Não esquecer que Cabo Verde é um dos países donde são originários mais imigrantes em solo português, e que facilmente se estabelece um intercâmbio entre os cidadãos desse país africano e os imigrantes cabo-verdianos em Portugal.