ATAQUE TERRORISTA MUÇULMANO NA SUÉCIA TAMBÉM VISAVA PUNIR O PAÍS POR CAUSA DE CARICATURISTA SUECO

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Uma pessoa morreu e duas ficaram ligeiramente feridas em duas explosões no sábado registadas, quase em simultâneo, no centro de Estocolmo. A polícia confirmou que as explosões foram um “acto terrorista” perpetrado por um suicida numa rua comercial muito movimentada. Governo considera ataque "inaceitável".
Os jornais suecos ‘Aftonbladt' e ‘Dagens Nyheter' asseguram, citando fontes policiais, que o homem transportava seis engenhos explosivos, mas só funcionou um devido a uma "má montagem". A imprensa noticia, este domingo, testemunhos que afirmam ter ouvido o presumível terrorista "gritar algo em árabe" antes de se imolar.
A Polícia não revela qual terá sido a motivação do ataque de sábado, mas a agência de notícias da Suécia, TT, assegura que recebeu uma mensagem electrónica escrita em árabe e em sueco a ameaçar tanto o país como o seu povo.
"As nossas acções falam por si", refere a mensagem, recebida dez minutos antes das explosões.
O documento em nome da "guerra santa islâmica" faz referência à presença do exército sueco no Afeganistão e ao caricaturista sueco Lars Vilks, várias vezes ameaçado de morte por ter representado o profeta Maomé como um cão.
O autor da mensagem, que a agência sueca não identifica, ameaça os suecos a morrerem como morrem os muçulmanos. "Agora os vossos filhos, filhas e irmãs irão morrer como morrem os nossos irmãos, irmãs e filhos", conclui o texto, citado pela agência sueca.
Segundo o porta-voz dos serviços de emergência, Bengt Norberg, a primeira chamada de socorro ocorreu às 16h50 (15h50 em Lisboa). Duas pessoas sofreram ferimentos ligeiros e foram hospitalizadas, acrescentou.
O mesmo responsável indicou que dentro do veículo terão sido encontradas botijas de gás.
Uma segunda chamada foi recebida dez minutos depois, informando "sobre outra explosão" na rua Bryggargatan, a cerca de 200 metros da primeira explosão, acrescentou o porta-voz.
A porta-voz da polícia, Petra Sjolander, afirmou, este domingo, que a Polícia está a investigar os ataques como sendo um "crime de terror". Esta adiantou que a polícia e os serviços secretos suecos desconhecem a identidade da vítima mortal.
Sjolander não confirma que a vítima da explosão foi a mesma que enviou o e-mail.
O canal de televisão público sueco ‘AVT' referiu que a vítima mortal encontrada na segunda explosão é o autor do atentado e que foi descoberto um saco cheio de pregos.
A Suécia alterou o estado de alerta de "baixo" para "elevado" em Outubro devido a um conjunto de actividades entre grupos que as autoridades suspeitaram que poderiam estar a planear um ataque ao país.
O primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, condenou o "acto terrorista", no domingo. O ataque "é inaceitável porque a Suécia é uma sociedade aberta, uma sociedade que sempre manifestou o desejo de que as pessoas de diferentes origens devem ser capazes de conviver, acreditar em deuses diferentes ou não acreditar em nenhum, viver lado a lado na nossa sociedade aberta."
O chefe do Governo alertou contra qualquer tipo de especulação que possa "levar a conclusões que criem ainda mais tensão, que desenvolvam quadros difíceis de corrigir".
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, Carl Bildt, o incidente foi "uma tentativa muito preocupante de um ataque terrorista" que podia ter sido "verdadeiramente catastrófico".