TUDO SE ACABA NESTA FORMA DE EXISTÊNCIA... MAS SE CALHAR HÁ OUTRA...
Que tudo morre é a única certeza do humano actual. Talvez até essa certeza possa, num futuro longínquo, ser relativizada, se for verdade, como dizem alguns cientistas, que a vida humana poderá ser cada vez mais prolongada, até um dia, de aparência inverosímil, em que se possa realmente adiar a morte sine die... Toda a Filosofia consiste na preparação para se estar morto, já dizia Sócrates (o de Atenas, não o que foi primeiro-ministro cá no burgo...), mas cada vez há menos probabilidade de prever certezas futuras...
O povo sempre disse que não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe. O bem ou o mal dependem, evidentemente, das perspectivas. Foi há poucos dias derrotado o pugilista afro-americano Mike Tyson, que, durante décadas, se configurou como ídolo imbatível, para desagrado de alguns e satisfação de outros - com a sua queda, o mal de uns acabou e o bem de outros também (e é curioso, também significativo, ver como vários militantes ditos racistas mostram admiração por Tyson e quase lamento pela sua derrota, este pessoal adora o poder...). Juntar-se ou «aliar-se» à eternidade e descomprometer-se relativamente a tudo o que depende da mudança é a única maneira de nunca sofrer, segundo uns quantos, algo que acaba por ser impossível para seres humanos normais, com os seus afectos e circunstâncias. Enquanto escrevia isto, li mesmo agora o seguinte: «a presença de um cão na sua vida é temporária, mas o lugar que deixa no seu coração é eterno.» Pode isto indicar que, durante a vida, a dor é inevitável, mas há nela pistas para uma realidade viva pós-morte, ou além-vida, numa existência perfeita sem fim, acima do tempo.
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