MAIOR AUTORIDADE ESPIRITUAL MUÇULMANA DO MUNDO LEGITIMA ATAQUE TERRORISTA DE 7 DE OUTUBRO E GLORIFICA LÍDER TERRORISTA CONTRA ISRAEL...
Horas após Israel anunciar o assassínio do líder do Hamas Yahya Sinwar a 17 de Outubro de 2024, a Al-Azhar, sediada no Cairo, a autoridade religiosa suprema no mundo muçulmano sunita, emitiu uma declaração lamentando "os mártires da resistência palestiniana". Postada nas contas oficiais de média sociais da Al-Azhar, a declaração foi geralmente entendida nos média como um elogio a glorificar Sinwar, embora o seu nome não tenha sido mencionado.[1] A declaração rejeita a descrição de Israel desses "mártires" como terroristas, chamando a isso uma tentativa de caluniá-los, e afirma que eles são "heróis" e "combatentes da resistência" que "instilaram medo nos seus inimigos e encheram os seus corações de trepidação" e "defenderam... a causa dos Árabes e muçulmanos" até que "Alá lhes concedeu o martírio". A declaração acrescenta que morrer pela causa palestiniana é "uma honra incomparável".
Em resposta, a liberal egípcia Dalia Ziada, conhecida pelas suas críticas ao Hamas, escreveu uma publicação na sua conta X na qual condenou duramente Al-Azhar e outros no Egipto que lamentaram a morte de Sinwar, considerando-os como ameaça à segurança nacional do Egipto.
Deve-se notar que a declaração da Al-Azhar está em linha com o apoio irrestrito estendido por esta instituição e pelo seu chefe, Sheikh Ahmad Al-Tayyeb, ao Hamas. Imediatamente após o ataque terrorista da organização a 7 de Outubro de 2023, no qual cerca de 1200 pessoas foram mortas e 240 foram feitas reféns, a Al-Azhar emitiu uma declaração declarando que a instituição "saúda com o maior orgulho os esforços de resistência do orgulhoso povo palestiniano".[2] Noutra declaração vários dias depois, Al-Azhar saudou novamente a firmeza dos palestinianos em Gaza na sua luta contra Israel e a sua disposição de serem martirizados no seu solo. [3] Além disso, desde 7 de Outubro de 2023, os oficiais da Al-Azhar têm frequentemente incitado contra Israel e os EUA, ao mesmo tempo que usam uma retórica virulentamente anti-semita, chamando aos Judeus "descendentes de macacos e porcos", "assassinos dos profetas" e "inimigos da humanidade" e esperando pela sua morte. O reitor da faculdade de Estudos Islâmicos e Árabes da Universidade Al-Azhar, Muhammad Omar Al-Qady, criticou os EUA, chamando-lhes de "o maior Satã" e "uma máfia global". [4]
Também deve ser notado que o xeque de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, é conhecido pelas suas posições extremistas e apoio ao terrorismo e organizações terroristas, e recusa-se a promover o discurso religioso moderado como parte da luta contra o extremismo e o terror. Isto apesar da sua participação frequente no diálogo inter-religioso e apesar de ter assinado o Documento sobre a Fraternidade Humana juntamente com o Papa Francisco em 2019. No passado, afirmou, por exemplo, que ataques de martírio por palestinianos contra alvos israelitas são actos legítimos de auto-defesa, porque, enquanto Israel, o "inimigo bárbaro", continuar a atacar os Palestinianos com apoio ocidental e americano, os Palestinianos têm o direito de "explodir o que quiserem". Também disse que não havia provas de que Osama bin Laden tenha sido responsável pelos ataques de 11 de Setembro de 2001 e deu a entender que os Israelitas podem estar por trás deles. Noutra ocasião, afirmou que grupos terroristas fundamentalistas são o produto do imperialismo a serviço do sionismo global. Além disso, Al-Azhar, sob Al-Tayyeb, recusa-se a acusar os terroristas muçulmanos de heresia – o que os teria privado da justificação religiosa para as suas acções violentas – minando assim os esforços do presidente egípcio 'Abd Al-Fattah Al-Sisi para promover o discurso religioso moderado.[5]
Este relatório apresenta a declaração publicada por Al-Azhar imediatamente após a notícia da morte de Sinwar, os comentários em elogio a Sinwar feitos pelo palestrante Al-Swahili da Al-Azhar e as críticas expressas pela liberal egípcia Ziada contra a Al-Azhar por elogiar o líder do Hamas.
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[1]Ver, por exemplo, os relatórios da agência noticiosa turca Anadolu (aa.com.tr, 18 de Outubro de 2024) e do diário do QatarAl-Sharq(Al-sharq.com, 19 de Outubro de 2024).
[2]Ver Despacho Especial MEMRI n.º 10834 –Al-Azhar do Egipto saúda o ataque terrorista do Hamas no qual mais de 600 israelitas foram mortos, mais de 100 foram raptados e mais de 2000 ficaram feridos, 8 de Outubro de 2023.
[3]Facebook.com/OfficialAzharEg, 11 de Outubro de 2023.
[4]Ver Despacho Especial MEMRI n.º 10952,Incitação Virulenta por Al-Azhar: Elogios aos Combatentes da Jihad Palestina; Israel Está Destinado a Perecer; EUA São o Maior Satã; Judeus São Descendentes de Macacos e Porcos, 10 de Novembro de 2023.
[5]Ver relatórios e clipes do MEMRI: Despacho especial n.º 7598,O xeque Al-Azhar do Egipto, Al-Tayyeb, em visita oficial ao Reino Unido, reúne-se com a rainha, arcebispo de Canterbury, discute a coexistência inter-religiosa: declarações anti-semitas, anti-cristãs, anti-xiitas e anti-gays de Al-Tayyeb dos arquivos do MEMRI, 31 de Julho de 2018; Série de inquérito e análise n.º 1326 -No Egipto, há conflitos entre a instituição da presidência e a instituição de Al-Azhar- 21 de Agosto de 2017. Clipe n.º 4488, Xeque de Al-Azhar: sionismo global por detrás das organizações terroristas islâmicas,8 de Setembro de 2014; Despacho Especial nº 7376 - Estabelecimento religioso egípcio continua a recusar-se a acusar activistas de organização terrorista islâmica de heresia– 9 de Março de 2018; Série de Inquérito e Análise nº 1505, Disputa na "Conferência Internacional sobre a Renovação do Pensamento Islâmico" da Al-Azhar reflecte a rejeição de longa data da instituição às reformas religiosas no Egipto, 20 de Março de 2020; Despacho Especial nº 5910 -Al-Azhar: O Estado Islâmico (ISIL) é uma organização terrorista, mas não deve ser acusado de heresia – 21 de Dezembro de 2014.
[6]Facebook.com/OfficialAzharEg, 18 de Outubro de 2024.
[7]Suhayb Ibn Sinan Al-Rumi cresceu em Mosul, Iraque, e veio para Meca como escravo. Depois de ser libertado, tornou-se comerciante e enriqueceu. De acordo com a tradição islâmica, foi um dos primeiros convertidos ao Islamismo e lutou ao lado do Profeta Muhammad em todas as batalhas. Quando se quis juntar a Maomé na sua migração de Meca para Medina, a tribo mecana de Quraysh tentou impedi-lo de fazê-lo. Os homens da tribo lembraram-lhe que ele tinha chegado a Meca como um nómada pobre e acumulado a sua riqueza enquanto vivia entre eles, e disseram que ele não poderia agora deixar Meca e levar a sua riqueza com ele. Al-Rumi perguntou se eles permitiriam que ele fosse se ele deixasse a sua riqueza para trás, e eles concordaram. “Sacrificou sem hesitação toda a sua prata e ouro” para que se pudesse juntar ao Profeta Maomé e seus companheiros em Medina. O Profeta Maomé reagiu a isso dizendo: “Oh Abu Yahya, você fez uma transacção lucrativa.”
[8]Facebook.com/OfficialAzharEg, 18 de Outubro de 2024.
[9]Facebook.com/OfficialAzharEg, 18 de Outubro de 2024.
[10]Facebook.com/@soutelazhar, 19 de Outubro de 2024.
[11] X.com/daliaziada, 18 de Outubro de 2024.
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Fontes:
https://www.memri.org/reports/following-death-hamas-leader-yahya-sinwar-al-azhar-supreme-religious-authority-sunni-muslim
https://jihadwatch.org/2024/10/al-azhar-hails-sinwar-says-dying-in-palestinian-jihad-is-unparalleled-honor
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Nunca é demais lembrar que esta Al-Azhar é aquilo que mais se aproxima de uma autoridade espiritual central do Islão, como um «Vaticano» muçulmano (sunita)... e claro que uma autoridade espiritual destas, que, noutra ocasião, até legitimou o homicídio de apóstatas, não suscita crítica alguma da merda dos comentadeiros me(r)diáticos e líderes partidários de quase todos os partidos que juram pela respectiva mãezinha que o Islão é uma religião de paz e que os «radicais» são escassa minoria e não representam nada...
Enfim, tão obsceno silêncio nem sequer surpreende muito - ao fim ao cabo, os mesmos opinadores que guincham impropérios contra os «islamófobos», acabam por, no fundo, concordar, à sua maneira laica, com a Al-Azhar no seu ódio a Israel, isto já se sabe...
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