IRÃO - PROFESSOR DE SEMINÁRIO DIZ QUE QUEM INSULTA O ALCORÃO INSULTA APENAS A ESFERA POLÍTICA E SOCIAL DESTA RELIGIÃO, NÃO O RITUAL E O JEJUM
O aiatolá Mohammad Javad Fazel Lankarani fez as observações durante um evento local em Qom. Seguem-se trechos do seu discurso:
Khilafah at-tashri'iyya significa que Deus permitiu que uma pessoa ou pessoas estabelecessem um governo.
O exemplo completo do primeiro verso mencionado será realizado na época do advento do Imam Mahdi (que Deus apresse o seu advento), mas também pode ter exemplos noutras épocas. A Revolução Islâmica de 1979 e o movimento do Imam Khomeini ou a jihad dos iranianos durante a guerra imposta pelo regime de Saddam são exemplos claros disto. O versículo dá boas novas aos humanos de que todo o grupo pode seguir esta linha de pensamento e buscar o estabelecimento de um governo religioso.
A governança é uma questão central no Islão. Os versículos do Alcorão apontam claramente para a necessidade disto.
Aqueles que insultam o Sagrado Alcorão não são contra os versos relacionados com as orações, jejum ou Hajj, ao contrário, eles opõem-se aos versos políticos do livro. Eles são contra versículos como “Somente Deus, Seu Mensageiro e os verdadeiros crentes que são constantes em oração e pagam esmolas, enquanto se ajoelham durante a oração, são seus guardiões” (Surah Al-Ma'idah, versículo 55) ou “Ele nunca ajudará os descrentes contra os crentes” (Sura An-Nisa, verso 141) ou versos relacionados com a Jihad. Se o Alcorão não contivesse tais versículos ou aqueles relacionados com o confronto de Moisés com o Faraó, eles não se opunham ao livro sagrado.
Imam Khomeini não apenas destruiu o regime corrupto de Pahlavi, mas o seu movimento estava de acordo com a implementação dos versos do Alcorão e a realização do governo do Islão. Devemos lembrar as pessoas da natureza social da religião e dizer-lhes que o Islão não se limita a orações e jejuns. Uma questão central é saber se quem quer governar o povo é crente ou descrente. O Islão não permite que um governo corrupto governe os muçulmanos.
* * *
É um sinal de honestidade, talvez de tentativa de abrir olhos iranianos para compreender que os «islamofóbicos» não são sinistros invasores, estão apenas à defesa, ou então há aqui uma total impunidade moral, porque este clérigo de primeiro plano acrescenta que os muçulmanos devem estar cientes de que o seu credo não se limita e rezas e jejuns, porque é de facto político, afirmando o direito dos muçulmanos à supremacia política sobre os infiéis. Só no Ocidente é que o grosso da elite cultural meteu nos cornos que o verdadeiro Islão é pacifista e igualitário e nada tem a ver com política, isto porque a religião a que o Ocidente está habituado, o Cristianismo, anda há dois milénios a dizer que se deve separar a esfera espiritual da temporal, porque Cristo disse «o meu reino não é deste mundo», e que, portanto, não se mete em política - excepto quando se mete - e vai daí o humanismo barato contemporâneo presume que o Islão também é assim, porque «as religiões» andam todas ao mesmo... uma presunção entre a ignorância e a parvoíce, que ignora o real significado da doutrina de Mafoma, aliás, da doutrina abraâmica universalista, porque o próprio Cristianismo também nunca esteve verdadeiramente afastado da Política...
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home