sábado, novembro 11, 2006

DIA «DE S. MARTINHO» - CRISTIANIZAÇÃO DE DATA CONSAGRADA AO DEUS DA GUERRA INDÍGENA?

Estatueta de Marte encontrada nos Pirinéus, trajado à maneira romana mas contendo na sua indumentária elementos presumivelmente celto-hispânicos, tais como o elmo com três cornos e o touro representado no escudo a meio do corpo.

Suspeito que a festividade do dia de São Martinho possa ter uma raiz pagã.

Na lenda de «São Martinho», um cavaleiro romano chamado Martinho (por coincidência, «Martinho» deriva de Marte, Deus da Guerra) dá o seu manto (ou partilha-o, cortando-o pela metade, segundo outra versão da história) a um pobre, enregelado num dia de frio. Pouco depois, o Sol começa a brilhar.

Ora neste cenário, tem-se uma figura bélica, armada de lança, que, ao despir uma peça de roupa, fica exposta e provoca o surgimento de luz e calor ( Sol).

Isto faz pensar num Deus bélico luminoso, lembrando a fúria guerreira do típico herói celta (a ferg), como o irlandês Cuchulain, que, em estado de ira marcial, parece emitir bolas de fogo a partir do crânio, motivo pelo qual tem de ser mergulhado em tinas de água fria após a batalha para não se tornar nocivo ao seu próprio povo.

Na Celtibéria, o autor Macróbio escreveu, no século IV d.c., que o povo dos Accitani prestava culto a Neton, uma espécie de Marte (isto é, um Deus da Guerra, porque os Gregos e os Romanos, para se referirem ao significado e função de uma Divindade estrangeira, equacionavam-Na com um Deus grego/romano, como quem diz «Aquele é o Marte deles») ornado de raios (isto é, que emitia um brilho intenso).

No campo da Arqueologia, encontraram-se pelo menos quatro inscrições dedicadas a esta Deidade, uma em Cáceres (Netoni), outra em Conímbriga (Netus), outra em Binéfar(Neito) e a quarta em Botorrita (Neitin).
Na Irlanda céltica, há um Deus da Guerra denominado, precisamente, Net ou Neit (aparece com as duas grafias).

Não creio que a semelhança do nome e da função seja mera coincidência - o hispânico Neton e o irlandês Net devem realmente ser O mesmo.

Recorde-se também o ritual de batalha de certo tipo de guerreiros celtas (na Gália, os Gaesatae) que iam nus para o combate, armados apenas de dardos, com o intuito de atemorizar o inimigo. Ora estes guerreiros combatiam nus por causa do calor que supostamente emanava dos seus corpos em batalha.

Entre os Germanos, também existia este tipo de combatentes, nus no campo de batalha, consagrados a Odin, Deus do Furor e do Êxtase Guerreiro.


E, ao acabar de escrever esta parte, fiz uma pesquisa no yahoo e constatei que as minhas divagações não estavam muito longe da verdade (é como eu digo, a divagar se vai ao longe), ora veja-se aqui

Com isto, fiquei a saber que o «santo» era daqueles que andava a destruir templos pagãos. Bate certo com o que se conhece da evangelização feita em nome do Deus semita: intolerância e usurpação.

Dum modo ou doutro, tratando-se ou não de uma data consagrada ancestralmente ao Deus da Guerra na Sua vertente mais luminosa, certo é que nada impede que se Lhe dedique este dia.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Zapatero en Turquía.

13 de novembro de 2006 às 10:04:00 WET  

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