... COMEÇA NOVEMBRO, MÊS DE DIANA...

«A Deusa Diana», por Cirilo Machado, fim do século XVIII, Palácio Nacional

Começa o mês consagrado a Diana, Deusa Lunar da Floresta e dos Animais Selvagens, Protectora das Virgen mas também dos partos, motivo pelo qual partilha com Juno o epíteto de Lucina (Luz nos Partos).

O Seu nome deriva do radical indo-europeu *Dius (do céu, divino, luminoso), daí que Diana seja uma Luminosa Divindade Celeste.

Estátua de Diana no Parque da Pena, Sintra, obra de John Cheere em 1755

Mercê da Sua ligação às Forças Sobrenaturais do Bosque, Diana está na origem das Janas, espíritos femininos florestais normalmente nomeados no plural e presentes no folclore da faixa ocidental ibérica («Jãs» no Algarve, «Xanas» nas Astúrias). 

Na «Crónica Geral de Espanha», é dito que o nome «Lusitânia», deriva da expressão «Jogos(Ludi) de Diana», isto é, uma espécie de «jogos olímpicos» em honra da Deusa Diana, que Hércules mandou celebrar, quando por aqui passou...

Paralelamente, há quem afirme que o topónimo «Sintra» deriva dum dos nomes de Diana, «Cintia», o que reforça a crença mui popularizada de que Sintra é o «Monte da Lua».

Vale a pena lembrar que a corça, animal consagrado a Diana, era especialmente respeitada na Lusitânia, segundo parece pela forma como Sertório levava atrás de si os Lusitanos ao dizer que tinha um contacto privilegiado com uma corça sagrada. 

Neste contexto, não deixa de ser intrigante que Lucano se tenha referido a Diana como «Deusa do Norte» (sic); o mesmo autor refere igualmente o culto de Diana entre os Citas, povo indo-europeu irânico da Europa Oriental com o qual os Lusitanos poderão ter algumas intrigantes parecenças...