quarta-feira, junho 04, 2014

EM FRANÇA - BISPO AFRONTA A LEI EM NOME DO MANDAMENTO CRISTÃO DE ABRIR PORTAS A TUDO E A TODOS

Agradecimentos ao Padralhada por ter aqui trazido mais esta notícia:  http://www.la-croix.com/Religion/Actualite/L-eveque-de-Saint-Etienne-soutient-un-pretre-qui-heberge-des-demandeurs-d-asile-2014-05-29-1158100
Em França, o arcebispo Dominique Lebrun , Bispo de Saint- Étienne, apoia um padre local que contra a lei deu abrigo a refugiados ilegais africanos. E justifica o seu comportamento com as palavras do seu Cristo: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo ... e digo-vos , amai os vossos inimigos".


Faz recordar o que foi aqui citado neste tópico http://gladio.blogspot.pt/2011/06/dados-sobre-accao-do-cristianismo.html e que agora repito:


Durante o período colonial, a Igreja Católica desobedecia às leis e celebrava casamentos interraciais entre escravos negros e colonos europeus livres. As autoridades seculares não reconheciam a validade dessas uniões. Mas a Igreja Católica, contrariando os poderes nacionais, aceitava a validade dessas uniões e até autorizou que o ritual fosse simplificado e flexibilizado (a Igreja passou a reconhecer casamentos sem a presença de sacerdotes), para que tudo ficasse ainda mais rápido e fácil.
O pesquisador Armando Lampe, no livro "Mission or Submission? Moravian and Catholic Missionaries in the Dutch Caribbean during the 19th Century", escreve: «Esta forma de casamento secreto foi aplicada aos escravos e o Estado reagiu vigorosamente contra tais casamentos de escravos, como Brouwers asseverou numa nova carta a Roma. Estes casamentos eram registados num dos mais antigos livros baptismais: nos anos 1744, 1745 e 1746, houve casamentos de escravos realizados »in facie ecclesiae«, ou seja, na presença do padre e das testemunhas. Apesar do conflito entre o Estado em 1785, estes casamentos secretos continuaram. Na tradição oral eram chamados »stempel cuero« (selar a pele). Não apenas esses comentários continuaram apesar da proibição oficial, mas foi além disso inventada uma nova forma.
(...)
A prática dos casamentos sem testemunhas, combinada com a nova decisão de Roma de legitimar a ausência de um sacerdote, levou a um novo procedimento em Curacao: os casamentos sem a presença de padre e de testemunhas. Os casamentos secretos eram cuidadosamente registados; temos estes registos desde 1839 até 27 de Março de 1886.(...)
Em 1855, Putman, o sacerdote paroquial de Santa Rosa, escreveu que havia muitos »matrimonia clandestina valida«. Muitos escravos eram casados com mulheres livres e homens livres com escravas; viviam, na maior parte dos casos, nas plantações com o consentimento dos proprietários.
(...)

Entre 1785 e 1863, e mesmo antes 1785, os casamentos de escravos eram considerados legítimos pela Igreja Católica. O Estado considerava os escravos como não-pessoas; portanto, não lhes era permitido casar. Na Igreja Católica não havia, todavia, nenhuma distinção entre escravos e homens livres no caso dos casamentos."
FONTE: "Mission or Submission? Moravian and Catholic Missionaries in the Dutch Caribbean during the 19th Century", páginas 124, 125, e 126.

A pesquisadora Alida Metcalf (Trinity University) analisou os registos da paróquia de Santana de Parnaíba, no Brasil, confirmando que a Igreja Católica protegia, incentivava, e celebrava casamentos interraciais em solo brasileiro. Estar distante da metrópole lusitana facilitava a sua acção: «Entradas nos registos de casamento da paróquia de Satana documentam que entre 1726 e 1820, os padres celebraram quatrocentos casamentos entre escravos que viviam na paróquia. Além disso, os padres também casaram administrados índios, sobretudo durante a primeira parte do século XVIII. Os matrimónios entre escravos e administrados, escravos e indianos, e entre escravos e gente livre, também aparecem nos registos matrimoniais.»
FONTE: Family and frontier in colonial Brazil: Santana de Parnaíba, 1580-1822 (UNIVERSITY OF TEXAS PRESS), por Alida C. Metcalf, página 165.

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5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Quando estou no Algarve, só me sinto bem ao pé dos ingleses e dos alemães!""O Valentim Loureiro é suevo da testa para cima!""O Figo casou com uma nórdica porque tinha vergonha de ser mediterrânico!""Os Germânicos dos primeiros séculos eram civilizacionalmente superiores aos Romanos!""Os algarvios e os alentejanos são praticamente todos mouros!""Os portugueses votam mais na esquerda porque têm muito sangue mouro!""Os europeus do Sul são atrasados em relação aos do Norte porque têm muito sangue mouro!""Eu não vou a nenhum jantar nacionalista... ainda me aparece algum bisonte a querer dar-me porrada!"Eu poderia continuar indefinidamente a transcrever outras pérolas deste género, mas penso que os meus leitores já terão uma boa noção do tipo de aleijadinho com que estamos a lidar. Ora, estando ressentido e amargurado com as constantes humilhações sofridas às minhas mãos, o espécime em causa resolveu espalhar a mentira de que eu previ que a abstenção em Portugal não chegaria aos 70% nas próximas décadas em qualquer cenário ou acto legislativo. Como prova, o analfabeto funcional –conhecido na blogosfera nacionalista como ex-ariano, “a maior sanguessuga emocional do universo nacionalista”, gebo pacóvio, Brunácio Galináceo, Ned Flanders, ou simplesmente Bruno)- utilizou este print screen

KKKKKKKKKKKKKKKK

4 de junho de 2014 às 23:05:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

É otário! E está tudo explicado.

5 de junho de 2014 às 01:07:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Durante o período colonial, a Igreja Católica desobedecia às leis e celebrava casamentos interraciais entre escravos negros e colonos europeus livres. As autoridades seculares não reconheciam a validade dessas uniões. Mas a Igreja Católica, contrariando os poderes nacionais, aceitava a validade dessas uniões e até autorizou que o ritual fosse simplificado e flexibilizado (a Igreja passou a reconhecer casamentos sem a presença de sacerdotes), para que tudo ficasse ainda mais rápido e fácil."


aonde obteste esta info?

a informação que tenho é que o marques de pombal foi quem autorizou o casamento entre indios e brancos no brasil.

na segunda metade do seculo XVIII

6 de junho de 2014 às 12:40:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Está na página do blogue que indiquei no artigo:

http://gladio.blogspot.pt/2011/06/dados-sobre-accao-do-cristianismo.html

A fonte é esta:

FONTE: http://books.google.com/books?id=740O4K52DCwC&pg=PA35&dq=%22Transcend+existing+ethnic%22&ei=KojVTazcGMKUOobY7JkH&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CC4Q6AEwAA#v=onepage&q=%22Transcend%20existing%20ethnic%22&f=false

6 de junho de 2014 às 22:08:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Não, é aqui

"Mission or Submission? Moravian and Catholic Missionaries in the Dutch Caribbean during the 19th Century"

e também aqui

Family and frontier in colonial Brazil: Santana de Parnaíba, 1580-1822 (UNIVERSITY OF TEXAS PRESS), por Alida C. Metcalf, página 165.


6 de junho de 2014 às 22:10:00 WEST  

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