quarta-feira, dezembro 01, 2010

SALÁCIA, DEUSA PADROEIRA DE ALCÁCER DO SAL

Dia I de Dezembro é consagrado a SALÁCIA, Deusa ligada à água salgada e ao culto de NEPTUNO, sendo por vezes considerada como Sua esposa. SALÁCIA - Cuja etimologia indica um significado associado ao acto de saltar, pular, aludindo ao movimento das águas do mar, bem como dos rios - estaria particularmente associada às águas salgadas.

Neste site, há uma lenda popular interessante narrada pelo Dr. Rocha Martins em 1935 (texto a itálico):
Na verdade, ao que parece, Alcácer do Sal foi fundada pelos lusitanos no ano Vlll de César, isto é trinta anos antes de Cristo, atribuindo-a a uma lenda que reza o seguinte: Bugud, califa africano, invadiu a Lusitânia, pondo as povoações a ferro e fogo. Havia na região de Alcácer, um tempo dedicado à deusa Salácia (um dos nomes da deusa Diana), que foi profanado pelos africanos. Quando estes se faziam ao mar, porém, um grande temporal destruiu as embarcações, perecendo no naufrágio a maioria dos invasores, e perdendo-se as riquezas roubadas. Os lusitanos viram no acontecimento um milagre da Deusa, e fundaram uma vila a que deram o nome de Salácia. Há também uma corrente de opinião para quem o nome de Salácia se referia, não à Deusa, mas à abundância de sal existente na região."

É a primeira vez que tenho conhecimento de que SALÁCIA pudesse de algum modo estar relacionada com DIANA, Deusa Lunar do Bosque, que, tanto quanto sei, nunca teve nada que ver com o mar. No entanto, a menção do Seu nome nesta lenda pode indicar que havia na Lusitânia um extenso culto desta Divindade, ou, talvez, de uma Divindade lusitana que Lhe fosse de algum modo equivalente. A este respeito, é intrigante que o templo romano de Évora, comprovadamente de culto imperial, seja considerado como templo de DIANA; do mesmo modo, vale a pena referir que, na Crónica Geral de Espanha de 1344, considera-se que a Lusitânia recebeu o seu nome porque o mítico Hércules aí celebrou jogos em honra de DIANA (Ludi + DIANA).

O Povo que adorava Salácia não morreu, livrou-se do domínio norte-africano e, a pouco e pouco, vai também deixando para trás as teias da Cristandade moribunda - por ironia, um irmão expulsou o outro e, entretanto, enfraqueceu-se, porque os Deuses escrevem certo por linhas tortas. Vai pois sendo tempo de os actuais descendentes deste Povo fundarem, como diz a lenda, uma nova «vila», ostentando, em todo o Seu esplendor, os sagrados nomes e insígnias dos Deuses de outrora e de sempre.

13 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/12/01/cidade-britanica-quebra-tradicao-desiste-de-luzes-de-natal-923161252.asp

1 de dezembro de 2010 às 23:09:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

fundada pelos lusitanos, mas permaneceu lusitana no decorrer dos seculos..?

1 de dezembro de 2010 às 23:10:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

lol o multiracialismo, ate consegue inventar historias de cowboys juntos com indios quando estes nao se podiam ver à frente.

http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&section=Geral&newsID=a3103235.htm
"Cowboys and Aliens, que deve estrear em breve, faz o gênero clássico de vaqueiros versus extraterrestres. O filme se passa em meados de 1873, com todo o aspecto velho oeste. Mas uma invasão alienígena obriga os homens brancos a unirem forças com índios Apaches pela sobrevivência. "

ja imagino o filme, com a mensagem todos unidos, somos todos iguais.

1 de dezembro de 2010 às 23:46:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"permaneceu lusitana no decorrer dos seculos..?"

essa nao é aquela zona que tem brancos com imenso sangue negro?

sendo assim ja nem europeus sao, sao outra coisa àparte.
Mas os futuros "europeus" devem ser como estes.

1 de dezembro de 2010 às 23:48:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-muscular/imagens/sistema-muscular-22.jpg

até o sistema muscular diverge entre as raças..eles poderiam ter colocado raça sul-mongoloide ao inves de malaia e raça leste-mongoloide..

2 de dezembro de 2010 às 04:35:00 WET  
Blogger Treasureseeker said...

Na minha óptica,creio ser útil ter em linha de conta o tipo de envolvência política e os antepassados destes dois povos (Grego e Romano).As cidades-estado da Grécia eram o resultado do desabar da riquíssima civilização micénica que levou à posterior criação das póleis; a origem iónica de Atenas e dórica de Esparta conferiu as suas características a ambas as cidades, tornando a primeira mais empreendedora e activa e a segunda mais agarrada às tradições (a sua estrutura manteve-se praticamente idêntica ao longo do tempo). Já Atenas foi cenário de vários legisladores/filósofos e de bastantes alterações. Realce para a constante guerra entre as várias cidade-estado.

Para além da “psicologia” dos povos (latino, etrusco) que estão na base da edificação de Roma, a evolução também se fez de forma diferente: partiu de uma sociedade arcaica composta por 3 tribos que constituíam a cidade, passando por muitas crises, muitas reformas, até se tornar a capital de um grande império. Não podemos ver em Roma o carácter tradicional e pouco evolutivo que vemos em Esparta.
Cito um breve trecho que consta na introdução do livro O Homem Romano, direcção de Andrea Giardina, em que o autor se debruça sobre a concessão do direito de cidadania a libertos e que julgo poder interessar:

“ … o confronto entre a «avareza» grega e a «generosidade» romana não é mais não é mais do que um nobre raciocínio histórico (por analogia ou por diferença) acerca de dois destinos políticos diferentes. Enquanto tal, esse confronto deve ter em conta a excepcional duração da «pólis» romana, da sua capacidade para superar não só as provações externas, mas sobretudo as internas, e da sua renovação (em certos casos da sua transfiguração) através das tempestades das guerras civis e das crises políticas. Sob esse aspecto, não pode ser descurado de maneira alguma o valor das consequências ideológicas, ou melhor psicológicas, contidas na oportunidade, oferecida teoricamente a todos, de acesso pleno aos direitos políticos iniciados com o direito de cidadania, às vantagens sociais que daí podiam derivar, aos cargos. A política não é apenas exercício pleno de direitos políticos teoricamente possuídos em igual medida por todos os cidadãos (modelo que, no estado puro, não existia aliás nem na mais democrática das cidades gregas): é também consenso e estabilidade de consenso, participação emotiva, esperança. Não há dúvida que o êxito romano também deve muito a esta componente psicológica: (…), não é difícil intuir a participação de um escravo que sabe poder conquistar – por uma simples decisão do seu senhor – a liberdade e, com ela a atribuição do brilhante título de cidadão romano. Aliás, o facto de essa oportunidade não ser apenas teórica está devidamente confirmado. Como não dar crédito a Tácito quando fala dos libertos como classe largamente difundida e enraizada (late fusum corpus), a ponto dela descenderem muitos senadores e cavaleiros? (…)” (p16).

No mesmo livro, capítulo 1º da autoria de Claude Nicolet , “O cidadão e o político”, vem uma frase curiosa que vai ao encontro do seu primeiro parágrafo: “Esparta e, sobretudo, «Roma Repubblica» representam na História, o último e talvez o único exemplo de organização cívica” (p21). A organização foi sem dúvida um dos factores que elevou Roma a capital de um vasto império.

2 de dezembro de 2010 às 12:39:00 WET  
Blogger Treasureseeker said...

“ … o confronto entre a «avareza» grega e a «generosidade» romana não é mais não é mais do que um nobre raciocínio histórico (por analogia ou por diferença) acerca de dois destinos políticos diferentes. Enquanto tal, esse confronto deve ter em conta a excepcional duração da «pólis» romana, da sua capacidade para superar não só as provações externas, mas sobretudo as internas, e da sua renovação (em certos casos da sua transfiguração) através das tempestades das guerras civis e das crises políticas. Sob esse aspecto, não pode ser descurado de maneira alguma o valor das consequências ideológicas, ou melhor psicológicas, contidas na oportunidade, oferecida teoricamente a todos, de acesso pleno aos direitos políticos iniciados com o direito de cidadania, às vantagens sociais que daí podiam derivar, aos cargos. A política não é apenas exercício pleno de direitos políticos teoricamente possuídos em igual medida por todos os cidadãos (modelo que, no estado puro, não existia aliás nem na mais democrática das cidades gregas): é também consenso e estabilidade de consenso, participação emotiva, esperança. Não há dúvida que o êxito romano também deve muito a esta componente psicológica: (…), não é difícil intuir a participação de um escravo que sabe poder conquistar – por uma simples decisão do seu senhor – a liberdade e, com ela a atribuição do brilhante título de cidadão romano. Aliás, o facto de essa oportunidade não ser apenas teórica está devidamente confirmado. Como não dar crédito a Tácito quando fala dos libertos como classe largamente difundida e enraizada (late fusum corpus), a ponto dela descenderem muitos senadores e cavaleiros? (…)” (p16).

No mesmo livro, capítulo 1º da autoria de Claude Nicolet , “O cidadão e o político”, vem uma frase curiosa que vai ao encontro do seu primeiro parágrafo: “Esparta e, sobretudo, «Roma Repubblica» representam na História, o último e talvez o único exemplo de organização cívica” (p21). A organização foi sem dúvida um dos factores que elevou Roma a capital de um vasto império.
Espero que a minha contribuição tenha sido relevante para este espaço.

2 de dezembro de 2010 às 12:46:00 WET  
Blogger Caturo said...

Sempre, caríssima Treasureseeker, o blogue é sempre valorizado pela tua presença.


«Não podemos ver em Roma o carácter tradicional e pouco evolutivo que vemos em Esparta.»

Sim... e todavia soube manter muito do seu arcaísmo, mas apenas no campo religioso. Os cultos mantiveram-se com pouca alteração ao longo de mais de um milénio de Paganidade. A permanência da tríade de sacerdotes Flâmines Maiores à cabeça da Religião é disto um exemplo (ver no livro que citaste a parte dedicada aos Sacerdotes).

2 de dezembro de 2010 às 19:59:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

As cidades-estado da Grécia eram o resultado do desabar da riquíssima civilização micénica

concordo que os micenicos contribuiram muito aos gregos etnicos antigos, agora dizer implicitamente que as inovações gregas vieram dos micenicos já é demais..jeje

2 de dezembro de 2010 às 22:20:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Não podemos ver em Roma o carácter tradicional e pouco evolutivo que vemos em Esparta.»

essa daí engoliu os mitos criados pelos neoliberais de que athenas era avançada e esparta retrograda..os metecos tambem não tinham direitos em athenas, mesmo podendo explorar o comercio de la..o que de certa forma resguardou seu dna, mas não tanto em relação a escravas e cia..o mesmo mito que endeusa a roma mercantilista meramente plagiadora das inovações gregas..

2 de dezembro de 2010 às 22:23:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O Duque de Bragança e os seus devaneios lusofono-minhotimorenses:

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/Interior.aspx?content_id=1724450


E o que é grave e triste é o facto de haver tantos e tantos portugueses que apoiam estas tretas das CPLPs dos PALOPs, e das fraternidades com as ex-colónias.

2 de dezembro de 2010 às 23:42:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E o que é grave e triste é o facto de haver tantos e tantos portugueses que apoiam estas tretas das CPLPs dos PALOPs, e das fraternidades com as ex-colónias.

imperialixo tipico dos 2.0s..

3 de dezembro de 2010 às 04:48:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

ja imagino o filme, com a mensagem todos unidos, somos todos iguais.

hahahahahahha..lol!muito boa a ironia..

8 de dezembro de 2010 às 18:33:00 WET  

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