SOBRE O PERCURSO DO «PORTUGUÊS» AFRICANO DETIDO EM LONDRES POR SUSPEITA DE TERRORISMO ISLÂMICO
Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/pj-segue-rasto-de-terrorista
A identidade e o percurso do suspeito de terrorismo preso na última semana em Londres continuam no segredo das unidades de contraterrorismo da Scotland Yard e da Polícia Judiciária, mas o CM sabe que se trata de um guineense que, ao ter nacionalidade portuguesa, passou algum tempo no nosso país. E o papel que cabe agora à PJ e ao SIS é apurar se foram estabelecidas ligações extremistas a partir de Portugal.
Os investigadores estão a reconstituir todo o percurso do suspeito nos anos em que supostamente esteve a trabalhar no nosso país, e que relações manteve durante esse tempo, sendo crucial apurar se Portugal serviu apenas como porta de entrada na União Europeia.
De acordo com as autoridades britânicas, o homem de nacionalidade portuguesa foi detido no dia 9 de Janeiro no aeroporto de Gatwick, quando se preparava para embarcar num voo para sair de Inglaterra. Outros três ingleses, de 18, 22 e 31 anos, foram detidos horas antes em casa, na zona este de Londres. Acabaram por ser libertados ontem à tarde por falta de provas, após vários dias de interrogatórios.
Estes quatro homens são, de acordo com um porta-voz da polícia londrina, suspeitos de "participar, de preparar e de instigar actos de terrorismo", mais concretamente no rapto de dois jornalistas na Síria, em Julho do ano passado (ver caixa). A investigação deverá continuar em Inglaterra e Portugal.
Os quatro homens detidos pela Scotland Yard estão ligados a um grupo extremista islâmico que tem recrutado seguidores na Grã-Bretanha para se juntarem a grupos ‘jihadistas' ou de rebeldes com bases na Síria.
O fotojornalista John Cantlie e o colega holandês Jeroen Oerlemans foram raptados a 17 de Julho quando faziam reportagem na Síria. Foram mantidos em cativeiro no norte do país durante nove dias, altura em que conseguiram escapar aos raptores e atravessar a fronteira para a Turquia. No regresso a casa relataram que o grupo extremista era composto por "jovens com sotaque do sul de Londres". "Eram ‘jihadistas' britânicos que tinham levado uma lavagem ao cérebro. Estavam dispostos a matar e a morrer", contou Oerlemans.
Um estrangeiro pode adquirir a nacionalidade portuguesa através do casamento, da adopção ou da naturalização (possível quando o cidadão residir em Portugal, com título válido de residência, há pelo menos seis anos). A naturalização é concedida pelo Ministério da Administração Interna.
Entretanto o jovem africano já anda à solta, porque não se provou a sua ligação ao terrorismo...
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