quarta-feira, dezembro 07, 2005

MITOLOGIA POPULAR - MITOLOGIA NACIONAL



A Novo Press noticia uma nova tentativa para que algo da cultura galaico-portuguesa consiga ser considerado pela UNESCO como património mundial. Desta feita, a proposta centra-se no vértice superior da ancestralidade do noroeste hispânico, e, no fundo, de qualquer outra herança étnica - a mitologia popular, isto é, as lendas, mitos e ritos, manifestações do Génio da Estirpe.

Houvesse um Tolkien português a pegar no património espiritual da Nação para elaborar enredos que conquistassem o favor popular, e já o risco de desaparecimento desta memória étnica seria menor. Mas num País onde o orgulho nacionalista e etnicista é combatido pelas forças dominantes, a atitude da maioria dos herdeiros de tão profunda riqueza vai-se deixando ficar num marasmo de indiferença ou, em casos minoritários mas numericamente crescentes, por um fascínio, legítimo, diga-se, pelas lendas e tradições de outras paragens da Europa, geneticamente afins da do norte hispânico, mas ainda assim diferentes.

Alexandre Parafita, que se dedica ao estudo e pesquisa do património imaterial do mundo rural, vai propor nos próximos dias à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e ao Ministério da Cultura que os esforços da próxima candidatura à UNESCO se concentrem neste domínio específico do património imaterial.

Porque, conforme explica, “caso a mitologia popular venha a ser apresentada como domínio específico do património a candidatar, ultrapassar-se-á o principal obstáculo levantado pela UNESCO quando rejeitou, a 25 de Novembro, a candidatura galaico-portuguesa, considerada demasiado abrangente e pouco concreta em relação às manifestações do património que pretendia ver protegidas”.

Para o historiador, perante o enorme campo de cultura imaterial existente e para se conseguir delimitar um ‘domínio específico’ do património a proteger, a melhor estratégia será a opção pela mitologia popular comum às duas regiões, uma vez que envolve todo um universo objectivo de lendas, mitos, ritos, superstições, caretos e lugares de memória.

Neste ‘território imaterial’, estarão, necessariamente, os seres míticos representados pelos ‘trasgos’ em Trás-os-Montes (ou ‘trasnos’ na Galiza), bem como as bruxas e as meigas, o lobisomem e lobo da xente, as mouras e as donas-chamas, os olharapos e os olhapins, os biobardos e os caçarelhos, os demónios e os alicórnios, as almas penadas e as santas-compañas, entre uma infinidade de ‘entidades’ que habitam o imaginário do povo rural galego-português, e que podem ser apresentadas na candidatura.

No entender de Alexandre Parafita, “o património imaterial é um gigantesco ‘saco sem fundo’, que engloba o campo ‘esmigalhado’ da literatura popular de tradição oral (lendas, mitos, contos populares…)”. Mas que, adianta, “por estar sustentado em suportes extremamente frágeis, corre o risco de se perder com a extinção dos respectivos contextos, associados à vivência rural como os fiandeiros, os serões à lareira, os rituais associados à medicina popular, as matanças do porco e as torna-geiras”.

15 Comments:

Blogger Suevo said...

O orgulho nacionalista portugues infelizmente sempre preferiu renegar as tradições do noroeste peninsular e preferiu sempre exaltar o imperio.
Eu até vou mais longe, acho que o nacionalismo portugues e o espanhol como é obvio sempre reprimiram a identidade Galaica da Galiza e do norte de Portugal.
Infelizmente tais correntes nacionalistas conseguiram até hoje os seus objectivos , e com a crescente mulatização das nossas sociedades será cada vez mais facil reprimirem a verdadeira identidade dos povos.

É por estas e por outras que os nacionalismos portugues e espanhol são eleitoralmente dos mais frageis da europa, e os jovens nacionalistas destes países preferem sempre orientar-se por nacionalismos inspirados noutras paragens, compreensivelmente diga-se!

7 de dezembro de 2005 às 22:24:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Desta vez, postaste alguma coisa que se aproveite. Já não era sem tempo, no meio de tanto lixo.
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Também não achei graça ao chumbo da candidatura a património da humanidade.
Quem sabe se não foram essas patranhas do "génio da trip" que fizeram desconfiar da respeitabilidade do projecto? Se vocês se mantiverem de fora para não estragar, vais ver que a Unesco repensa o assunto.
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AnonyMoos
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7 de dezembro de 2005 às 23:54:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não digas asneiras. Mas o que é que o chumbo da Unesco tem a ver com os Nacionalistas? Não me digas que tu achas que somos pouquíssimos e no entanto a UNESCO tem medo de nós... até nisso revelas que estás é com cagaço e dor de cotovelo.

Só os gajos como tu é que acham que os Europeus não podem ter orgulho nas suas raizes.

8 de dezembro de 2005 às 00:28:00 WET  
Blogger Caturo said...

É por estas e por outras que os nacionalismos portugues e espanhol são eleitoralmente dos mais frageis da europa, e os jovens nacionalistas destes países preferem sempre orientar-se por nacionalismos inspirados noutras paragens, compreensivelmente diga-se!

Aí, até tens alguma razão.
Aliás, o Estado Novo não incutiu, tanto quanto se pode ver, qualquer sentido de orgulho étnico aos Portugueses. Orgulho patriótico, sim - amor ao território e à História imperial; mas orgulho no sangue, nem por isso.

Mais recentemente, o estudo da ancestralidade de Portugal antes de D. Afonso Henriques, é igualmente desprezado. No curso de História da Lusíada, por exemplo, não há uma única disciplina que dedique a essa cultura proto-portuguesa mais do que uma aula de duas horas.

8 de dezembro de 2005 às 00:40:00 WET  
Blogger Suevo said...

Caro Caturo
Não é só aí que tenho razão, simplesmente tu por alguma razão que eu ainda não entendi bem insistes em não reconhecer a distinção entre a Lusitania e a Galecia, e insistes em não reconhecer a fronteira etno-cultural que está pouco a sul do rio douro.
Este erro em ti é grosseiro , até porque tu decerto estás farto de ler livros e estudos que comprovam isso, mas insistes em fechar os olhos a essa realidade.

Tu precisas de ler um pouco sobre proximidades geneticas (e eu também, não sou um expert na materia), porque vais ter muitas surpresas, quanto às culturais só um cego não as vê!

Saudações!

8 de dezembro de 2005 às 14:49:00 WET  
Blogger Suevo said...

E nas escolas não se ensina isto porque se forem a ver a realidade isso poderia servir para sentimentos separatistas e os nacionalistas portugueses sempre preferiram as mentiras "lusitanas" do "é tudo igual", das quais diga-se tu pareces gostar bastante :)
Não é comodo para tais nacionalistas que etno culturalmente os habitantes do norte estejam mais proximo da Galiza que dos do proprio centro de Portugal. Ainda para mais quando o verdadeiro Portugal, ou seja aquele que originou o proprio país estava situado entre Douro e Minho e era habitado exclusivamente por galaicos, estando mais proximos duma região Espanhola que do resto do seu proprio país...
Da mesma maneira que o centro pode ter sido povoado por povos do centro da Europa, porque manifestamente os galaicos não eram em numero suficiente para povar tal região que sofreu uma debandada moura segundo alguns autores (com os quais já sei que não concordas, preferes a tese lusitana que actualemente nenhum academico defende).

Alias foi por isso que a fronteira do reino da Galiza ficou estabilizada entre o Douro e o mondego durante seculos , porque manifestamente os galaicos não eram em numero suficiente para povoar essas terras, por exemplo o famosissimo Peres de Trava era partidario de povoar essas terras com gente galaica, a partir daí todos sabemos que a prioridade passou a ser o combate aos mouros utilizando como sabemos muitos cruzados, foram permitidas mourarias,etc e abandonou-se o que tinha sido praticado pelo Reino da Galiza (que até hoje nunca recuperou a sua autonomia nem ultrapassou o facto de ter perdido aí mais de metade do seu territorio e do seu povo).

8 de dezembro de 2005 às 15:08:00 WET  
Blogger Caturo said...

JAPMG, não se trata de não querer ver, trata-se de que, quanto mais se avança no estudo étnico da ancestralidade nacional, mais se atesta a continuidade entre o sul e o norte do Douro. Pergunta a quem tu quiseres, que esteja a par das pesquisas étnicas e linguísticas mais recentes a respeito dos Lusitanos e dos Galaicos, que logo te dirão isto mesmo.

Sobre a tese do repovoamento, tu falas de uma desertificação do território devido aos Mouros, que era o que Herculano defendia, ideia que está já desactualizada, não sendo sustentada por nenhum historiador actual.

Quanto a proximidades genéticas, temos de facto muito que aprender... olha, uma das pesquisas realizadas, afirma a proximidade entre o norte do Douro e o sul de Portugal, enquanto o centro (entre Douro e Tejo) é mais semelhante à, imagine-se, Alemanha setentrional...


Seja como for, mantenho o que disse - não vejo diferença alguma entre as regiões de Viseu, de Aveiro, da Guarda, mesmo de Coimbra, por um lado, e de Braga, Guimarães e Porto por outro.

8 de dezembro de 2005 às 19:06:00 WET  
Blogger Suevo said...

Ò Caturo desculpa que te diga mas tu nisso andas muito, mas mesmo muito mal informado. Qualquer dia desisto de discutir isto contigo hehehehe :)

Os lusitanos nada têm a ver com a população do actual Portugal, a zona reconquistada aos mouros por D.Sancho foi repovoada por naturais da Flandres (entre outros, daí talvez a nossa proximidade com os Belgas), tu podes dizer que Herculano exagerou ao dizer que a zona estava quase totalemente desabitada, que estava desabitada estava, podes é discutir o grau de despovoamento dessas zonas.

Porque achas que D.Sancho ficou com o cognome de "povoador" achas que é coincidencia tambem?
Essas terras foram povoadas por ordens militares que de lusitanas nada tinham como os Hospitalários, Calatrava, Tempelários e Santiago de Espada entre outros.

Segundo rezam as cronicas a dada altura eram estrangeiros que estavam fixados no ribatejo no tempo de D Sancho. Esses povos nada tinham de galaicos nem de lusitanos, foram povoados por europeus de fora da peninsula para que o avanço dos mouros até às velhas linhas de fronteira galaicas não fosse tão facil.

Isso da zona centro ser diferenciada só vem dar razão aquilo que te digo, basta somares 1+1, e essa pesquisa é a mesma que já te recomendei num dos links que te meti algures nos comentarios.

Em relação a nao encontrares diferenças entre Guimaraes,Braga e o Porto, pois é obvio que não :)

A fronteira do verdadeiro Portugal, ou do povo que o originou está algures entre Vouga e Douro, a partir daí estamos "noutra" etno-culturalmente falando!

Mentaliza-te, as zonas não galaicas foram colonizadas com europeus da Flandres e da França, entre outros, não pelos lusitanos, apesar de tambem terem ido galaicos povoar o Alentejo como se sabe.

Tenta reflectir sobre o cognome de D. Sancho... POVOADOR

Tu podes não ver as diferenças, mas que elas estão lá e não se podem desmentir estão, mesmo passados 900 anos de encobrimento.

8 de dezembro de 2005 às 19:53:00 WET  
Blogger Suevo said...

No entanto estamos a desviar-nos do tema e não pretendo isso de todo.

Continua com o bom trabalho que fazes neste blogue que é sem duvida dos melhores.

Saudações!

8 de dezembro de 2005 às 20:01:00 WET  
Blogger Caturo said...

Os lusitanos nada têm a ver com a população do actual Portugal, a zona reconquistada aos mouros por D.Sancho foi repovoada por naturais da Flandres (entre outros, daí talvez a nossa proximidade com os Belgas), tu podes dizer que Herculano exagerou ao dizer que a zona estava quase totalemente desabitada, que estava desabitada estava,

Não, caro JAPMG, não estava, e isso já está estabelecido pelos historiadores. Observa-se uma permanência e uma continuidade de vários traços da cultura da faixa ocidental da Ibéria, o que demonstra que, no essencial, a população manteve-se a mesma. E que o sangue dos Lusitanos corre maioritariamente nas veias dos Portugueses, também é demonstrado pela genética, dado que a maior parte da população é de um tipo genético em tudo semelhante à Galiza e ao resto do País, como se viu no mapa que te mostrei no teu site e em pesquisas genéticas recentes a respeito dos Irlandeses e dos Escoceses. Ora não há nenhum povo em comum entre Hispânicos e Celtas insulares (isto é, Irlandeses e Escoceses, e Galeses, etc.) a não ser os antigos povos indo-europeus que já cá estavam antes dos Romanos chegarem.

De resto, se tivesse havido uma desertificação assim tão grande do centro de Portugal, e o seu povoamento por povos da Bélgica em tão larga escala como dizes, haveria muito mais vestígios de línguas germânicas do que de facto há na língua portuguesa.

8 de dezembro de 2005 às 20:56:00 WET  
Blogger Suevo said...

Em que estudo genetico é que viste que o sangue de lusitanos corre nas nossas veias? Parece-me uma fantasia tua, existem isso sim estudos internacionais que demonstram a proximidade genetica entre norte Portugal Galiza e habitantes das ilhas britanicas por exemplo, mas diz-me onde está o estudo do "sangue lusitano".

Em relação à Galiza/Galecia hoje dividida entre Espanha e Portugal, repito-te pela enesima vez, tais territorios NUNCA foram lusitanos, nem antes nem depois da chegada dos romanos.

A cultura castreja nada tem de lusitana, podes dizer que são parecidos e tal etnicamente (provares isso é complicado) e culturalmente a cultura castreja galaica nada tem a ver com a lusitania. A invasão sueva também nada tem de lusitana.

Quantos sites queres sobre o assunto? Recomendo-te tambem uma visita a Briteiros, eles até tem uma pagina onde podes fazer uma visita virtual. A cultura castreja galaica não tem nada a ver com os castros que se encontram no centro e como tu dizes até perto de lisboa.

Em relação ao centro, se no litoral a fronteira do norte é pouco a sul do douro, no interior talvez vá até À serra da estrela, mas tal não é seguro.

Repara, tu falas na Guarda, quem fundou a cidade da Guarda? O tal povoador D Sancho, antes dele essa região serrana da Estrela não tinha uma unica localidade com população consideravel. A questão da Guarda ser ou não galaica depende somente disto, quem povoou a cidade da Guarda? Se foram realmente Galaicos ou se foram outros povos, agora que pouca população existia por lá nessa altura de D Sancho é um facto, o que obrigou a um repovoamento.
Existem mesmo historiadores que dizem que toda essa região era completamente desabitada, eu não vou tão longe, mas no minimo eram tão poucos que tiveram que ser povoados num numero muito muito superior à população que hipoteticamente lá habitava.
Esses povoamentos estão documentados e até existe uma estatua dedicada ao povoador e fundador da Guarda nessa localidade.
Quanto à comunidade judaica que por aí habitou e habita ainda hoje já tu estás farto de saber.

Em relação a vestigios germanicos existem imensos no noroeste peninsular, mas principalmente por causa dos suevos. Em breve colocarei um interessante mapa sobre isso no meu blogue.

8 de dezembro de 2005 às 21:55:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Lá está este louco, deste jampg armado em galaico(em parvo!).
Já não basta as estúpidezes que dizes no teu blog!
Este palaço quer á viva força, afirmar que os Portugueses são galegos.
Agora a sua loucura já chegou ao ponto, de dizer que os LUSITANOS não existem.
jampg.
Aconcelho-te a procurar, quanto antes um psiquiatra.
Percebes-te,ou queres que te faça um desenho!

Coyote 88

9 de dezembro de 2005 às 10:09:00 WET  
Blogger Caturo said...

Em que estudo genetico é que viste que o sangue de lusitanos corre nas nossas veias?

É lógico. Já expliquei isto - se o gene predominante em todo o País é o mesmo que predomina na Irlanda e na Escócia, e se os Lusitanos eram mais ou menos célticos tal como os Galaicos, acho que está tudo dito - o Povo permanece, no essencial, desde há mais de dois mil anos.




Em relação à Galiza/Galecia hoje dividida entre Espanha e Portugal, repito-te pela enesima vez, tais territorios NUNCA foram lusitanos,

E eu repito-te que a diferença entre Lusitanos e Galaicos era mínima, havendo até quem considere que o Lusitano e o Galaico eram a mesma língua com dialectos diferentes. Informa-te e verás. Lê por exemplo o que escreveu Estrabão sobre a proximidade entre ambos os povos. Estrabão achou-os de tal modo similares que chegou a considerar que a Lusitânia se estendia do Tejo até ao norte da Galiza...

O próprio facto de terem vários Deuses em comum, separando-se assim do resto da Hispânia, já diz muito.




A invasão sueva também nada tem de lusitana.

O reino suevo englobou a Lusitânia.




Se foram realmente Galaicos

Mas se forem galaicos, qual é o teu problema então?



judaica que por aí habitou e habita ainda hoje já tu estás farto de saber.

Mas que não se misturam com ninguém, como tu também sabes.

9 de dezembro de 2005 às 18:15:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Ó suevo, sabes tanto e és tão doutoral que se conclui, logo, que não sabes, minimamente, o que dizes. Não escrevas mais nada tá. Foge para a merda da galiza, ninguém te impede, se lá é que é bom, vai p+ara lá e não nos chateies mais com a tua falta de sensatez, que é coisa que desconhesses.
OL

9 de maio de 2008 às 13:50:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Não há ninguém que foda o caralho do suevo.
Do

28 de maio de 2008 às 23:06:00 WEST  

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