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quarta-feira, setembro 04, 2024

SOBRE UMA PERSPECTIVA DE JORNALISTAS PROFISSIONAIS A RESPEITO DE UMA ACUSAÇÃO DE TERRORISMO CONTRA «ANTI-FASCISTAS»...

A seguinte notícia foi publicada por um dos principais mé(r)dia da Tugalândia (Portugal é outra coisa) em 2019, descobri-o agora quase por acaso, ao descer inadvertidamente a página de uma notícia mais recente, ora cá vai, a itálico, como de costume:

O grupo que se meteu com a Direita radical alemã e foi declarado terrorista
Um colectivo de artistas que quer “tornar a política divertida de novo”, apostando no choque, acabou a ser investigado por suspeitas de terrorismo ao lado de organizações como o Daesh ou a Frente al-Nusra. Tudo por uma iniciativa de provocação a um político de Extrema-Direita.
O que levou o colectivo chamado Centro para a Beleza Política (ZPS) a agir foi uma declaração de Björn Höcke, a figura da ala mais extremista da Alternativa para a Alemanha (AfD direita radical), criticando o memorial do Holocausto e a política da Alemanha em relação à II Guerra. “Nós, alemães, somos o único povo do mundo que tem um monumento de vergonha no coração da sua capital”, disse Höcke.
O grupo encontrou um terreno perto da casa de Höcke, em Bornhagen, no estado federado da Turíngia (Leste), e planeou uma das suas acções: construiu uma réplica do memorial em frente à casa do político e fingiram estar a vigiá-lo durante esse trabalho.
Höcke reagiu dizendo que o ZPS “não é um grupo de artistas, mas uma organização criminosa, até mesmo terrorista”.
Tudo aconteceu no final de 2017. Em Abril deste ano soube-se que, passados quatro dias, o grupo foi incluído numa lista de potenciais terroristas pelo procurador do Estado, recorrendo a uma lei que se aplica quando há suspeitas de que alguém está a planear um crime especialmente grave. Nunca um grupo de artistas tinha sido investigado na Alemanha moderna.
“Foi um choque para nós”, disse ao PÚBLICO Cesy Leonard, uma das três pessoas na direcção do ZPS, num simpósio organizado pelo Goethe Institut em Weimar. “O que fazemos é arte e política de um modo muito radical mas sempre sem qualquer violência”, sublinhou. 
A lista em que ZPS foi incluída permite aos serviços de segurança internos “plantar infiltrados no grupo”, exemplificou Leonard. Para quem já tem de ter várias precauções para garantir a sua segurança, como manter a morada invisível nos registos públicos, esta perspectiva foi “assustadora”.
Quando a informação foi divulgada provocou uma enorme onda de condenação e o grupo foi retirado da lista. Um responsável político disse que a investigação nunca tinha passado para uma fase activa.
Mas na altura a porta-voz do ZPS, Tilda Rosenfeld, perguntou à emissora alemã Deutsche Welle: “Qual foi a motivação política do procurador que lançou a investigação? Porque continuou durante tanto tempo? Porque é que o Governo federal não reagiu, sendo que há prova de que foi informado?”
O escândalo aqui, disse Leonard, “é também termos em instituições do Estado pessoas que são de Extrema-Direita”.
Fonte: https://www.publico.pt/2019/08/26/mundo/noticia/grupo-meteu-direita-radical-declarado-terrorista-1884378

Ora quem lê isto assim fica a pensar o quê?, pois de facto não tem defesa alguma contra aquilo que os «jornalistas» apresentaram ao leitor: um «facho» diz às autoridades que o grupo de artistas que o confronta é terrorista e as autoridades «obedecem» ao «facho» e vão investigar o grupo como terrorista...

Assim que li uma destas, de imediato desconfiei - então a Ultra-Direita, acossada por todos os lados, incluindo pelas forças policiais obrigadas pela inquisição anti-racista, então alguém na Ultra-Direita é que tinha poder para isto? Com que justificação? 
Esta parte da justificação não batia certo de maneira e espécie alguma... mas os «jornalistas» do Público acharam que assim já 'tava bem. Dei-me então ao trabalho de ir investigar esta «versão» dos factos. Eis o que encontrei, a justificação factual:

«(...) Höcke tinha previamente descrito o Centro para a Beleza política como uma «organização terrorista». Martin Zschächner, um porta-voz do procurador na Turíngia, disse ao jornal Tagesspiegel que a razão para a investigação foi que o grupo tinha ameaçado usar equipamento de vigilância para observar Höcke em sua própria casa, o que é ilegal.»
«(...) Höcke has previously described Zentrum für politische Schönheit as a “terrorist organisation.” Martin Zschächner, a spokesman for the prosecutor in Thuringia, told the Tagesspiegel newspaper that the reason for the investigation is that the group had threatened to use surveillance equipment to observe Höcke at home, which is illegal.»
Fonte: https://www.theartnewspaper.com/2019/04/03/german-art-collective-under-investigation-by-state-prosecutor

Ou seja, Höcke foi simplesmente esperto que chegasse para usar a lei democrática a seu favor contra os seus inimigos cuja arrogância moral já lhes suscita atitudes inquisitoriais, como se pudessem armar-se em polícias do pensamento (bem o queriam...). O líder nacionalista limitou-se pois a confiar na lei, a qual, enfim, tem de ser igual para todos, ou pelo menos parecer que o é...
Ao contrário do que diz o queixume guinchado pelo esquerdista 
Cesy Leonard e todo o seu centro, nenhuma pessoa nas instituições do Estado fez favor algum ao «facho» - pura e simplesmente «as instituições do Estado» foram obrigadas a isso pela sua própria lei. 

Pode então dizer-se que o jornaleco tuga, e muitos outros da sua laia ao nível europeu, pode então dizer-se que... mentiu?... Não... mentir, mentir, não mentiu... limitou-se a seleccionar a informação, transmitindo apenas a versão esquerdista do caso e nem sequer querendo informar o leitor sobre o fundamento objectivo e legal da acusação... e, destarte, ficava pois a informação de que um «facho nazi» pôs a bófia e o Estado inteiro a acusar de terrorismo um colectivo de artistas pela beleza estética, de artistas!, senhores, artistas pela beleza estética!!, há lá coisa mais bela, suave, ligeira e inofensiva que isto?, são como passarinhos inocentes alvejados pelos temíveis nazis infiltrados no Estado...

Qual é a diferença entre «isto» e um comum aldrabão das redes sociais? A diferença não está na ética, está só no grau de sofisticação.
Depois é «isto» que guincha que a Democracia está em perigo! se a merda dos jornais que eles editam forem para o galheiro e eles próprios forem dar com os imundos ossos no desemprego.

O desemprego era o mínimo que «isto» merecia, o mínimo, ou só o começo...



6 comentários:

  1. De repente há mais violência no futebol holandês amador. Os pacíficos holandeses agora são mais violentos..
    Enfim coisas que só a extrema direita sabe
    https://www.abola.pt/futebol/noticias/paises-baixos-estudam-abolicao-da-regra-do-fora-de-jogo-2024090517102839327

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  2. o cara disse uma coisa razoavel mas a neo stasi ja acha extremista e com plenos direitos de usar ate arte pra policiar o rival com abusos despoticos chamam isso de democracia

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  3. Media
    Afegão cidadão exemplar.
    Uns dias mais tarde, acusado de violação em grupo
    https://x.com/iamyesyouareno/status/1831360600863375705?t=LpzRXx7t8sqyL4dJMCuArw&s=19

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    1. outras minorias tambem aprontam nao so brown muslo mas certa ala da direita nao tem coragem de falar de sub browns e certo povo que faz mutilacao genital

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  4. Qual a tua opinião sobre isto, Caturo?
    https://www.facebook.com/story.php?story_fbid=573876484963907&id=100070246808701

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    1. É um amor ingénuo pela Natureza... é demasiada coisa misturada numa só expressão, que depois permite a certos «malandros» fazer memes assim...
      De facto, amar a Natureza não significa ser como os animais em tudo, ou então nem escrevíamos, nem sequer usávamos roupas. Nenhum animal faz grande coisa para ajudar as outras espécies em larga escala, como os humanos fazem. Mas é isto ser humano e gostar da Natureza - ter uma visão abrangente e proteger os mais fracos, tendência muito típica dos Europeus (se calhar, dos Indo-Europeus, porque também há na Índia antiga). Neste sentido, compreende-se que não se queira comer animais. Pessoalmente, espero que um dia se possa produzir e comercializar carne sintética em larga escala, de modo a evitar o massacre diário de animais aos milhões (para além do tratamento repulsivo que tantas vezes se ministra a certos animais mantidos para sustento dos humanos).

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