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domingo, dezembro 14, 2025

FRANÇA - CUIDADORA DE CRIANÇAS ARGELINA TENTA ENVENENAR CASAL JUDAICO

Uma argelina, sob ordem de deportação, está a ser julgada em Nanterre por supostamente ter envenenado os alimentos de uma família judia que a empregava como ama-seca residente.
O caso, descrito pelos investigadores como sem precedentes em França, envolve um casal e os seus três filhos pequenos, com idades de dois, cinco e sete anos.
Conforme noticiado pelo Le Parisien, Leïla Y., de 42 anos, compareceu perante o Tribunal Criminal de Nanterre na Martes, acusada de “administrar uma substância nociva que resultou em incapacidade superior a oito dias, crime cometido por motivos de raça, etnia, nacionalidade ou religião”. Os procuradores afirmam que ela utilizou documentos falsificados, incluindo um documento de identidade belga falso, para obter o emprego dois meses antes dos alegados acontecimentos.
A investigação começou depois de a mãe da família relatar uma série de incidentes alarmantes no final de Janeiro de 2024. Pratos e bebidas tinham cheiros estranhos ou gosto de produtos de limpeza, e o removedor de maquilhagem tinha-lhe causado ardência nos olhos. Desconfiando de crime, a família denunciou a cidadã argelina à polícia. Outras acusações surgiram quando a filha de 5 anos da família contou às autoridades que viu a ama a despejar uma substância numa garrafa de bebida alcoólica com o rótulo “Jerusalém”. Os testes toxicológicos confirmaram as suspeitas, revelando traços significativos de polietilenoglicol e outros agentes químicos em diversos alimentos e bebidas. As substâncias utilizadas eram “nocivas, inclusive corrosivas, e podem causar lesões graves ao trato digestivo”, segundo a ordem judicial. Em Fevereiro, a ama-seca admitiu em depoimento à polícia ter adicionado uma "loção à base de sabão" à comida e bebida da família, descrevendo a acção como um "castigo" após desentendimentos sobre o seu pagamento. "Estava com raiva; eles estavam-me a desrespeitar", acrescentou. No entanto, também fez comentários que sugeriam uma motivação anti-semita, dizendo que agiu "porque eles têm dinheiro e poder, eu nunca deveria ter trabalhado para uma judia; ela só me trouxe problemas".
A sua advogada de defesa, Solange Marle, contesta a motivação anti-semita e afirma que a sua cliente já se retratou de partes da sua confissão. "As declarações continuam focadas numa questão de classe e ressentimento financeiro", argumentou ela, observando que a análise de especialistas não estabeleceu a intenção ou tentativa de homicídio, o que levou os promotores a reduzir a acusação de tentativa de envenenamento. A defesa também insiste que substâncias tóxicas foram encontradas apenas nas bebidas dos pais, e não nas das crianças. Uma avaliação psiquiátrica concluiu que a acusada não apresentava nenhuma condição que afectasse a sua responsabilidade legal e, portanto, deveria ser julgada.
Um segurança da escola judaica frequentada pelas crianças contou aos investigadores que a ama-seca se queixava frequentemente de os pais se recusarem a pagar-lhe mais. "Disse-me então a famosa frase: 'Mas eles têm dinheiro, podem-me dar'", relatou ele.
A análise do telemóvel dela revelou buscas no Google com os nomes das vítimas, além de termos como “mulheres judias berberes” e “práticas religiosas do Judaísmo”. A sua actividade no Facebook incluía diversas publicações relacionadas com o conflito israelo-palestiniano. As crianças também contaram aos investigadores que a ama-seca lhes fazia frequentemente perguntas sobre a religião delas. Uma das crianças disse ter visto a ama-seca a mexer repetidamente na mezuzá da família, um pequeno tubo com uma oração dentro, afixado na moldura da porta da casa para sinalizar que se trata de uma família judaica.
Inicialmente, os promotores apresentaram uma acusação de tentativa de envenenamento, mas posteriormente reclassificaram o delito após laudos periciais concluírem que as substâncias utilizadas não eram capazes de causar a morte, um requisito para essa acusação segundo a legislação francesa.
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Fonte: https://rmx.news/article/algerian-nanny-stands-trial-accused-of-poisoning-jewish-family-in-paris/

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