Chega o Equinócio de Outono, diz o mito clássico que a Deusa Prosérpina, ou Perséfone em Grego (talvez significando na sua origem algo como «Aquela que bate as espigas de milho») torna às Profundezas do Mundo dos Mortos, para junto do esposo, Plutão («O Rico»), também conhecido como Hades («O Invisível»).
Júpiter ou Zeus mediara o conflito entre a mãe de Prosérpina, Ceres (Deméter em Grego) e Hades - ficou acordado que Prosérpina passaria seis meses com a mãe, o tempo quente, e seis meses com o marido, o tempo frio, sendo as passagens de uma dimensão à outra feitas nos Equinócios...
Para entusiasmar Prosérpina a respeito do Seu reino no Mundo dos Mortos, ou Campos Elísios, Hades disse-Lhe:
«Não penseis que perdestes a luz do dia; outras estrelas são minhas e outros rios; uma luz mais pura vereis e maravilhar-Vos-eis diante do sol e dos abençoados habitantes do Elísio. Há ali uma vida mais rica, uma raça doirada tem aí o seu lar, e possuímos para sempre o que os homens conquistam apenas uma vez. Os prados suaves não Vos faltarão, e flores sempre florescentes, como as que nem a Vossa Hena alguma vez produziu, respiram suaves Zéfiros. Há, além disso, uma árvore preciosa nos bosques frondosos cujos galhos curvos brilham com minério vivo - uma árvore consagrada a Vós. Sereis rainha do Outono abençoado e sempre enriquecida com frutos doirados. Não mais; o que quer que o ar límpido abrace, o que quer que a terra nutra, os mares salgados varram, os rios rolem ou os pântanos alimentem, todas as coisas vivas igualmente as renderão ao Vosso domínio, todas, digo, que habitam sob o orbe da Lua que é o sétimo dos planetas e na sua jornada etérea separa as coisas mortais das estrelas imortais. Aos Vossos pés virão reis vestidos de púrpura, despojados da sua pompa, misturando-se com a multidão sem dinheiro, pois a morte a todos torna iguais. Dareis condenação aos culpados e descanso aos virtuosos. Diante do Vosso trono de julgamento os perversos devem confessar os crimes das suas vidas malignas. O riacho de Letes obedecer-Vos-á e as Fatas serão Vossas servidoras. Seja feita a Vossa vontade.», segundo se lê em «De Raptu Proserpinae», ou «O Rapto de Prosérpina», 273, por Claudiano no século IV d.c..
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